quarenta e nove.

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— Por favor, não vá! — Greta gritou, segurando na minha mão e praticamente apoiando todo o peso do seu corpo em cima de mim para que eu não me mexesse. — Você pode ir para qualquer lugar, exceto a casa dele — choramingou. — Não me abandona, vou morrer  de solidão — continuou com o drama.

— Está vendo? Eu disse para não se despedir dela — Haden alfinetou.

Tive que tomar a atitude de mandar os dois fecharem a boca quando pensaram em abrir a boca para discutir. E demoramos mais de cinquenta minutos para sair daquela casa porque Greta realmente não me queria deixar ir embora. Fui obrigada a fazer várias promessas que nem sabia se iria cumprir apenas para a mesma poder me soltar.

Assim que entramos no carro, perguntei a Haden sobre as roupas e todas essas coisas que estão na casa de Greta. Fiquei surpresa quando o mesmo disse que arrumou tudo e as coisas já estão no porta malas do carro.

Então, isso quer dizer que o mesmo já sabia que eu iria aceitar?

— Não, não sabia — respondeu, como se tivesse lido os meus pensamentos. Quase o chamei feiticeiro. — Fui na fé.

Ri da sua declaração.

— E se eu tivesse dito que não? — quis saber.

— Aí teria levado você a força — deu de ombros, mas sei que não está falando sério.

No momento em que chegamos  na sua casa, ele abriu a porta para mim. Fingi limpar uma lágrima no rosto, e desci. Esperei ele tirar as malas. Assim que o mesmo começou a andar, fiquei atrás dele.

Quando Haden abriu a porta, a primeira pessoa que vi foi Liane jogada no sofá como se estivesse na sua própria casa e Luke dormindo num outro sofá. O olhar dela intercalou do homem ao meu lado até mim, como se estivesse a ver uma miragem,  então um sorriso do tamanho do planeta terra ocupou o seu rosto e no segundo a seguir ela já está a minha frente, me abraçando com tanta força que quase se tornou impossível respirar.

— Falyn, você está bem — aquilo soou mais como uma afirmação. — Pensei que nunca mais a iria ver. Haden me disse que o pior já tinha passado, mas não acreditei muito nele. Pensei que ele só estava me dando uma resposta vaga para eu calar a boca.

— Eu não faria isso — o mesmo se defendeu.

— Ele disse a verdade — dei um meio sorriso, um pouco surpresa por ela ter estado preocupada comigo.

Até que os seus olhos se fixaram nas mãos de Haden por alguns momentos,  encarando as malas como se estivesse a resolver um problema filosófico.

— Está vindo morar aqui? — quase gritou, com a mão no peito fazendo com que, Luke — que ainda estava submerso no mundo dos sonhos — acordar e olhar para nós.

— Olá, Falyn — cumprimentou com a voz cheia de sono, e coçou os olhos.

Não aguentei com tamanha fofura e fui apertar as bochechas dele, que mesmo com sono, riu um pouco.

— Oi — abracei ele.

— É melhor  ir dormir no quarto — Haden avisou, quando o mesmo pensou em voltar a dormir no sofá. O mesmo nos desejou boa noite  e foi para o quarto.

— Ele é tão fofo — digo para Liane.

— Porque você não pode ser tão adorável como o seu irmão? — ela não perdeu a oportunidade de provocar Haden.

— Vai cuidar da sua vida — apesar do humor presente na sua voz, Liane rebateu.

— Mal-amado — mostrou a língua,  e então segurou na minha mão,  me afastando dele, para em seguida me fazer sentar no sofá e iniciar um assunto sobre como cheguei ali.

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