A luz do sol que ultrapassava a janela e esquentava meu rosto estava me fazendo acordar de um sono muito confortável, até abrir os olhos e reconhecer a casa em que eu ainda estava.
Levantei-me sobressaltada, assustando Sam que também dormia pesadamente.
-Sam, que horas são?
-Acho que sete horas da manhã. - Sam diz enquanto analisava o sol pela janela.
-Ah! Eu preciso voltar para o castelo, meus pais devem estar preocupados e…
-Se acalme, você vai ficar bem. - Diz ele se levantando e se aproximando para abrir a porta. - Boa sorte. - Disse como uma despedi.
Retribuí a despedida com um balanço de cabeça e saí em disparada para o castelo. Contornando todas as principais ruas antes que alguém percebesse o vestido brilhante rasgado e a tiara na cabeça. Parei assim que as muralhas do castelo se tornaram altas demais.
Me pergunto agora como irei entrar sem que os guardas percebam o vestido naquele estado.
Minhas ideias foram nulas, não consegui pensar em nada.
-Poderiam abrir as portas, por gentileza? - O guarda fez questão de me olhar de cima à baixo.
Tentei manter a postura como se nada estivesse acontecendo.
-Princesa, o que houve com você?
O guarda mais novo franziu o cenho, ainda observando cada expressão do meu rosto e tentando entender o que aconteceu comigo.
-Nada, eu quero entrar. - Respondi.
-Não podemos deixar você entrar normalmente sem antes passar pela enfermaria.
Não consegui responder quando dois dos guardas me escoltaram até os corredores do castelo, em direção à enfermaria. Eles não ousaram me questionar de nada, e agradeci aos céus por isso já que não podia pensar em nada para omitir a verdade.
O guardas deram algumas batidas leves na porta de madeira que foi logo aberta por uma senhora de idade, baixa e curva, usando uma roupa branca e um pouco batida. Ela é uma curandeira experiente, acredito que seu nome seja Jade, um nome juvenil comparado à sua idade.
-Vossa Alteza, entre e fique à vontade. - A senhora me conduziu até uma maca ao canto da sala.
-Eu estou bem, Jade. Obrigada pela preocupação.
-É o meu dever, Alteza. - Jade abre o rasgo do vestido e examina o corte limpado por Sam.
Estou quase chegando à conclusão de que este vestido me da azar.
Jade percebeu que o corte estava limpo, óbvio. Mas resolveu ficar calada, nem sequer me olhou.
-Mesmo que pareça limpo o suficiente, será necessário fazer uma bandagem para melhor cicatrização.-Explicou a senhora. - Mas tenho sorte por ter uma assistente agora.
Minha mente se tornou uma confusão. Desde quando Jade tinha uma assistente?
E então uma mulher de cabelos volumosos e vermelhos passa pela porta que dava acesso ao armazém de remédios e coisas hospitalares. Era Nora, herdeira de Greysand.
Por que ela ainda estava no meu castelo? E por que estava como assistente de uma curandeira?
-Hm… seria falta de respeito se eu te perguntasse o por quê de você estar aqui? - Pergunto e a ruiva sorri alegremente.
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The Crown
FantasyThessália era um continente dividido e disputado por quatro reinos: Velares, Hansport, Greysand e Lorkland, que viviam em guerra há 14 anos. O conflito gerou consequências devastadoras, despertando a alma de uma criatura antiga e poderosa. Cri...