The Crown

- Capítulo 26 - A Aliança Prateada

    Não sabia quais eram as intenções de Matthew.

    Mália riu de deboche, quase não acreditando no que o príncipe falara. Ela pôs os pés na mesa.

      -Olha aqui principezinho, vocês passaram séculos no poder pisando na gente como se fosse bosta. Agora vai querer uma parceria? - Mália tomou um gole de cerveja.

     -Não vamos perder a cabeça agora, gente. Não vale a pena. - Owen respondeu.

    Uma coisa ele teve razão, ao menos.

     -Podemos considerar uma certa parceria. Mas quero saber da história primeiro. - Agnes, pelo menos, considerou a proposta. Matthew ficou tenso ao meu lado, eu espero que não seja do efeito do álcool.

   Audrey se posicionou, tomando meu lugar de fala.

     -Eu sou a verdadeira herdeira de Velares, descobri recentemente. - Audrey disse, ela parecia confiante no meio daquelas pessoas. Me perguntei se fazia tempo o suficiente para se conhecerem a ponto de Audrey ficar confortável naquela mesa cheia de gente. - Haevyn não é minha irmã de sangue, foi tudo um mal entendido.

    Os olhos preguiçosos de Agnes rolaram até mim, diferente de Audrey, continuei sem nenhuma postura na cadeira. Não por falta de respeito, fazia tempo que eu não bebia. A cerveja estava me deixando… relaxada.

     -Entendido. Então… se você é a rainha, então o que você é? - Agnes pegou uma faca no bolso e apontou em minha direção. Rezei para que não fosse uma ameaça...

     -Talvez seja um nada. - Mália falou em alto e bom tom. - Uma golpista para pegar o trono.

    Esse comentário fez minhas costas se enrijecerem.

     -Sou uma rainha também. - Bufei. - Não de Velares, nem de nenhum outro reino de Thessália. - Engoli em seco. - Sou rainha de Libertália.

     -Mas que mentira. - Mália riu, remexendo os pés enlameados em cima da mesa. Agnes enrugou o nariz.

     -Fale o que quiser. Meu escudo vem de Libertália, Ryder é um guerreiro élfico, Ruby é minha avó….

    Neste momento, todos da Aliança Prateada se assustaram, trocando olhares entre si e dizendo coisas absurdas para que ouvíssemos.

     -Está presa em contos de fadas, chefia? - Agnes riu. - Elfos não existem, Ruby é uma lenda.

    Ryder se levantou, tentando não parecer tão intimidador. No caso não deu muito certo, observei uma das crianças levando a mão discretamente para o arco e flechas, prontas para um ataque. O elfo colocou os cabelos novamente atrás das orelhas, sem dizer nenhuma palavra. Nem quando criou uma pequena chama em uma das mãos.

      -Um elfo com o dom de fogo… - Percebi que Owen sussurrou para a irmã. Agnes estava maravilhada, os olhos âmbar brilharam ao ver aquilo.

     -Ruby é uma deusa viva, poderosa e está aqui em Thessália. Ela veio nos ajudar na guerra.

     -Na guerra que você causou? - Mália indagou. - Engraçado ver você querendo consertar seu próprio erro.  

      -Pelo menos eu estou tentando! - Elevei a voz. - E você, Mália? O que você faz para ajudar o seu povo? Suas reclamações não vão mudar nada.

     -Eu não quero mudar o mundo, garota mimada. - A garota de cabelos brancos fervilhou. - Nem mesmo quero bancar a heroína como você.

     -Pois deveria tentar. - Rebati. - Se o Sam vencer essa guerra, ele não terá piedade de nada e ninguém.