mais um dia foda

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Jack Dylan Grazer

  Hoje acordei com minha mãe jogando água em mim e Sadie do lado dela filmando e rindo. Mais um dia foda.

— Por que eu apresentei vocês duas? — Levantei e fui para o banheiro.

— Mal educado, nem dá bom dia... — Escutei minha mãe reclamar.

— Bom dia, dona Angela. — Respondi de dentro do banheiro.

— E eu? — Sadie perguntou.

— Você não merece.

  Ouvi Sadie murmuram um "beleza, Jack." perto da porta do banheiro e minha mãe rir. O som da conversa delas foi diminuindo, então já devem estar fora do meu quarto.

  E se a minha mãe perguntar pra Sadie porque eu não quero ir morar com pai e ela responder???

  Só escovei os dentes e sai correndo do banheiro. Eu só quero ficar perto delas por precaução e na tentativa de evitar esse assunto ao máximo.

— Tia, você tá bem com essa ideia do Jack ir morar com o pai dele? — Ouvi Sadie perguntar assim que eu desci as escadas.

  Elas estavam na cozinha. Fiquei no pé da escada esperando Angela responder.

— É... — Suspirou. — Vai ser melhor pra ele, eu e Gavin pensamos muito e chegamos a essa conclusão. Jack também não foi contra a ideia, então...

— Não foi contra a ideia? — Sadie perguntou surpresa.

— Por que iria?

— Não, é só que... — Hora de entrar.

— Por que me acordaram tão cedo? — Perguntei entrando na cozinha fingindo que nada estava acontecendo e interrompendo Sadie.

  Antes de me sentar à mesa junto com elas, peguei uma caneca qualquer e coloquei café com pouco açúcar.

— Como você consegue beber café com uma colherzinha de nada de açúcar? — Sadie perguntou fazendo uma careta.

— Eu tô apreciando meu café, ok? O açúcar tira o gosto das coisas.

— Sadie, o que ia dizer antes do Jack chegar? — Minha mãe retornou ao assunto.

— É só que Jack tinha dito que... — Deu uma pausa, provavelmente revendo o que iria dizer sem citar o Finn.

  Eu, esperando ela dizer algo, não tirei meu olhar dela.

— Jack tinha dito que não queria mudar de escola. — Inventou qualquer coisa.

  Legal, inventou qualquer coisa e me comprometeu. Eu sempre disse que não aguentava mais minha escola atual e que era meu sonho mudar.

— Ah, ele tinha dito que queria mudar. — Minha mãe respondeu e claramente desconfiando de algo.

— MUDEI DE IDEIA! — Respondi. — Agora, podemos mudar de assunto?

  Minha mãe deu de ombros e puxou qualquer outra conversa aí.

[...]

  Depois de tomarmos o café, eu e Sadie subimos para meu quarto.

— Tá mas que merda você veio fazer na minha casa às nove da manhã de um sábado? — Perguntei antes de me jogar na minha cama.

— Hoje acordei com uma puta vontade de jogar overwatch e eu não tenho videogame nem computar em casa, diferente de você. — Deu um sorriso cínico e se sentou na minha cadeira de frente para o monitor.

— Você é muito interesseira. — Reclamei.

— Natalia se casou com seu pai por interesse e agora eles realmente se gostam. Eu virei sua amiga por interesse e agora realmente gosto de você. — Respondeu simples e entrou no jogo.

— Mas... tudo bem.

— Muito minha cadelinha mesmo. — Falou rindo.

— Escrota. — Murmurei e peguei meu celular.

  Abri o instagram e logo de cara apareceu a foto do outro lá... não quero citar o nome dele pelo simples fato de que apenas pensar nele já me dá vontade de outras coisas.

  Obviamente me dá vontade de comer sorvete vendo filme ao lado dele. É claro.

— Mas que INFERNO. — Joguei meu celular para o outro lado da cama e quase que deixei cair.

— Você é doente? — Sadie se virou para mim. — Vai quebrar a porra desse celular caro para um caralho. Se não quer essa merda, me dá porque eu tô precisando. — Mostrou seu celular com a tela rachada.

— Não é isso — Me sentei na beirada da cama, de frente para Sadie. — é só que ele é muito perfeito e a minha vontade de beijar aquele garoto aumenta cada dia mais e eu vou morar na mesma casa que ele.

— Mas ele vai sair de lá uma hora.

— E isso não é bom. — Ela me olhou confusa.

— Mas você não queria se livrar dele?

— É claro que não.

— Você me confunde, Jack.

— Não, você que é lerda. — Sadie jogou o controle da minha televisão em mim e bateu no meu braço. — Caralho... doeu.

— A intenção foi essa. — Deu um sorriso cínico. — Eu vou no jantar com você.

— É SÉRIO? — Me levantei animado.

— É, é. Mas é só porque eu quero ver aquela obra prima na minha frente.

— Olha lá...

house. fackOnde histórias criam vida. Descubra agora