eu vejo patrulha canina

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Jack Dylan Grazer

  Eu nunca tinha entrado no quarto de Finn e não parecia que o quarto era dele. Talvez por ser muito organizado e organização não parece ser algo que combine muito com ele.

  Nós dois estávamos deitados na cama de casal dele que parecia ser o mesmo modelo que a minha, olhando para o teto.

— Agora eu tô com preguiça de arrumar suas coisas. — Falei.

— Por favor, Jack, eu sou muito mais preguiçoso que você — Me empurrou de leve. — eu não tenho nem força pra te empurrar da cama.

— E eu não tenho forças pra levantar.

— Meu Deus nós somos dois sedentários.

  Me levantei com muita relutância. Essa cama era muito boa de ficar deitado, cheguei a conclusão de que essa cama é muito melhor que a que tem no meu quarto.

— Poderia trocar de cama comigo? — Perguntei, indo até seu guarda-roupa.

— A gente pode passar a dormir na mesma cama, resolve seu problema? — Se sentou com as costas apoiadas na cabeceira.

  Mandei o dedo do meio pra ele e comecei a olhar suas roupas.

— Por que tudo que você tem é preto ou tons mais escuros?

— Porque eu era um filho da puta que queria se passar de satanista depois que a mãe morreu. — Respondeu simples.

  Eu já ouvi uma parte do que aconteceu depois que a mãe dele morreu, mas aparentemente não foi muita coisa. E quando ele me contou, estava bêbado e não deveria saber o que estava dizendo.

[...]

  Eu já tinha arrumado as coisas do Finn e estava sentado ao lado dele, tirando o esmalte preto das suas unhas.

— Seu pai confia em mim porque ele me vê como outro filho. — Falou de repente.

  Olhei para seu rosto. Ele tinha um olhar meio perdido.

— Eu imagino...

— De início Natália não queria que eu viesse vir morar com eles por causa das merdas que eu fazia na época, mas seu pai me trouxe pra cá mesmo assim. Acho que fui motivo de umas brigas entre eles. — Começou a me contar.

  Deixei o vidro de acetona e o algodão usado em cima do criado mudo e deitei minha cabeça em seu ombro.

— Eu era aqueles merdas que se aproveitavam da perda de algo pra fingir a dor e necessitado de atenção e Natália sabia disso, por isso não me dava muita bola. Mas, mesmo assim, seu pai ainda me ajudou com tudo. — Sorriu fraco. — Eu já discuti muito com ele, já fiquei sem voz de tanto gritar com seu pai porque eu não queria que ele me tratasse daquele jeito amoroso dele e no fundo era só isso que eu queria mesmo.

— Você era um garoto muito chato. — Falei e ele riu, mas concordou.

— Enfim... eu era um merda, ninguém queria me aturar e só Gavin viu alguma coisa em mim. — Suspirou. — Eu só estou de te dizendo isso porque meu maior medo é Gavin descobrir sobre isso que está acontecendo entre nós e não gostar. Eu realmente não suportaria a ideia de decepcionar ele...

— Finn — Segurei seu rosto e fiquei frente a frente com ele. — você nunca vai decepcionar meu pai, entendeu? Eu sei que ele gosta muito de ti, não se preocupa. Vai dar tudo certo.

— Eu te odeio, Grazer. — Riu e me puxou para um beijo.

— Eu também te odeio. — Falei assim que nos separamos. — E, aliás, nós vamos comprar mais roupas pra você nessa viagem.

— Ah, eu gosto das minhas.

— É tudo a mesa coisa! — Vi ele revirar os olhos.

— Outra hora a gente discute isso. — Se deitou e me puxou para ficar ao seu lado.

  Finn me abraçou e fechou os olhos.

— E se o demônio que você invocou aparecer aqui? — Perguntei rindo e ouvi ele segurando a risada.

— A gente joga sal nele e desenha o negócio lá pra ele ficar preso.

— Você via muito supernatural.

— Eu já disse que me passava de satanista e adorava fingir que não tinha medo dessas coisas de terror.

— Mas supernatural é tão de boa.

— Eu me cagava de medo em cada episódio.

— Você é fraco.

— Concordo — Riu. — até porque hoje eu vejo patrulha canina.

— Eu não acredito, Finn. — Comecei a rir.

house. fackOnde histórias criam vida. Descubra agora