Capítulo 01 - Bem vinda de volta

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Viola M

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Viola M.

Atrasada. Eu estava atrasada.

Depois de calcular minimamente todas as horas, os minutos e exatamente todos os segundos em que eu levaria do táxi para o aeroporto e do voo até o desembarque, eu ainda não acreditava que tinha conseguido me atrasar.

Sinto uma vibração suspeita dentro da bolsa e com dificuldade, consigo retirar o celular e encaixar entre a minha cabeça e o queixo.

— Alô.

Viola, tudo bem? Oque aconteceu? Seu voo atrasou? — Lorena pergunta ao telefone. Se ela soubesse que fui eu que atrasei e não o voo, como conheço minha irmã mais velha, certamente me mataria e só não esconderia o cadáver por causa da sua imensa barriga de oito meses. Mas provavelmente obrigaria o seu marido Alex a esconder o corpo no porão do vovô.

— É uma longa história — desviei — Só vou pedir um táxi e já chego aí.

Tudo bem, até mais.

— Tchau.

Suspiro e coloco o dispositivo de volta na bolsa. Olho o aeroporto ao redor e miro em uma lanchonete. Estou faminta. Isso é que dá, viajar por seis horas contínuas sem comer ou beber nada.

— Temos de abacaxi, manga, mangaba, laranja, cajá, caju e uva.

— Eu quero um de laranja, por favor — peço e na mesma hora, a atendente enche o copo de plástico com o suco e me entrega — Muito obrigada — lhe estico o dinheiro e saio.

Fiquei tanto tempo em Londres que me esqueci o quão quente Manhattan pode ser. E pensando bem, eu não deveria ter vestido duas camisetas, uma blusa de frio e por cima, ainda, um casaco. Daqui a pouco minha temperatura vai igualar a das outras pessoas e eu vou começar a soar.

Ando caminhando apressada em direção à saída quando em um movimento rápido, trombo com um corpo pesado e derramo todo o meu suco de laranja.

— Ai não, poxa! — suspiro assim que vejo a poça amarela do líquido na camisa formal branca do rapaz — Eu juro que não vi você, me desculpa!

Ele não responde no início e tudo oque faz é olhar para mim, para a mancha, e soltar um xingamento baixo.

Nervosa, enfio meus dedos no bolso da calça e retiro dois guardanapos. Invadindo o seu espaço pessoal, começo a tentar enxugar o excesso do líquido em sua camiseta.

— Me desculpa mesmo — peço enquanto sinto sua respiração agitada.

— Merda, para com isso — ele diz e consigo escutar sua voz grave mediana — Desse jeito você só vai piorar... — segurou minha mão e a retirou de seu peitoral com uma certa rapidez e brutalidade.

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