Capítulo 39 - Conversas de homem

5.1K 652 93
                                    

Alan L

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Alan L.

Eu fiz uma careta e mordi os lábios, enquanto observava a minha mãe andar de um lado para o outro, e escutava o som abafado de seu salto ecoar pelo piso.

   — Irresponsável! — exclamou.

Eu balancei a cabeça concordando e assumindo toda a culpa.

   — Traíra! — acrescentou e eu aumentei a minha careta — Quer dizer... Alan! Logo você? Ir até ele e ser subornado por não sei quantos...

   — Ele não me subornou, mãe.

Parte de mim queria contar a verdade a minha mãe e dizer que só fiz negócios com o meu pai por causa da Viola e do hospital precário - mas eu não podia porque provavelmente ela ficaria pior do que já está - e a outra metade queria sair correndo daquele escritório.

   — Claro que sim! — colocou a mão no rosto — Sem ofensas, meu filho, mas você é muito inocente. Muito inofensivo.

Agora eu levantei da cadeira e a encarei com a minha cara mais feia, sem acreditar.

Inocente? Inofensivo?

   — Até o Guilherme é mais esperto e autônomo...! — apontou para o garoto do meu lado, que até então eu não sabia oque estava fazendo ali e não na escola.

Olhei de relance para ele que segurava um tablet na mão e sorriu para mim, sussurrando:

   — Não sei oque significa autônomo mas acho que eu sou bem alto para a minha idade. Tenho 1,52.

Não consigo evitar e prendo uma risada, sendo despertado novamente pela voz enjoada da minha mãe:

   — Você pelo menos está escutando o que eu estou dizendo?

A encaro, em pé e de braços cruzados.

   — Sim, estou.

Um pouco, infelizmente.

   — Você vai realmente ficar preso em negócios com aquele homem?

Dei de ombros, despreocupado e sem procurar me estressar.

   — Vou passar um tempo com ele assim como eu passei com você. Nada demais, mãe.

Ela revirou os olhos e andou até a sua mesa, se sentando em sua poltrona e soltando um suspiro alto.

   — Você que cuide da sua vida — jogou os braços para trás, cansativa — Não vou mais me meter.

Corações de Papel Onde histórias criam vida. Descubra agora