Capítulo 30 - Costumes e apegos

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  Viola M

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Viola M.

Acordo com uma claridade desconfortável e algumas vozes conversando.

Assim que abro os olhos com dificuldade, sinto um pânico formigar no meu corpo quando percebo que não estou no meu quarto. Não estou no meu quarto, não estou na minha cama, não estou na minha casa.

Estou prestes a levantar correndo quando sinto um braço pesado por cima de mim, me abraçando.

Engulo seco e olho para o lado, respirando fundo de alívio ao perceber que o dono desse braço era o Alan, e que ele estava dormindo tranquilamente.

E então, as memórias de ontem chegam na minha cabeça.

O aniversário de Bruno, Guilherme ficando sobre a nossa responsabilidade, a cabana de lençóis, a pizza de mil anos que o Alan fez e os filmes que assistimos.

Tinha sido uma noite ótima.

E agora, eu precisava voltar a minha realidade.

Toco no braço pesado de Alan e seguro devagar, levantando com cuidado para que ele não acorde e o tirando da minha cintura. Ele se mexe e eu fico sem me mover, com medo de que acorde.

Ao contrário do que eu pensei, ele se aproxima e encaixa o seu braço mais ainda para perto de mim.

   — Droga... — murmuro.

Como eu vou sair daqui, agora?

Desisto e suspiro, deitando a cabeça de volta no travesseiro e encarando o rosto suave de Alan.

Ele era tão bonitinho.

Tão bonitinho mas também tão confuso de seus sentimentos.

Passo os dedos levemente pela sua bochecha e logo, pelo seu nariz fino. Talvez em uma vida em que ele não fosse tão cedo... talvez, a gente pudesse ficar juntos.

Me aproximo de seu rosto e fecho os olhos. Ter a sua mão na minha cintura me faz sentir um arrepio.

   — A gente devia desenhar com canetinhas no rosto dele.

Tomo um susto quando escuto essa voz atrás de mim e então, me viro para o outro lado, encarando Guilherme.

   — Hum, oi — digo — Bom dia.

— Bom dia.

— Já acordou?

   — Uhum — o garoto bate na própria barriga — E estou morrendo de fome.

— Então vamos procurar alguma coisa para comer.

Levanto de uma vez só e o braço de Alan cai nos lençóis, ele continua dormindo. Suspiro e saio da cabana, ficando de pé. Guilherme me acompanha e agarra a minha mão.

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