Capítulo 11 - O jantar de ensaio

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Viola M

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Viola M.

Dentro do carro, o clima estava completamente constrangedor. Eu e Alan estávamos ambos tensos, nervosos. Não sabia como tinha chegado a esse ponto e precisava dar um jeito ou eu iria enlouquecer.

Me inclino para frente, sentindo Alan seguir os meus movimentos com o canto de seus olhos, e ligo o rádio do carro.

— Não gosto dessa música — abriu a boca, assim que "Tenerife Sea" do Ed Sheeran começou a tocar. — Você pode pular?

— Não.

— E por quê não?

— Porque eu gosto. — revirei os olhos. Porque as coisas tinham que ser do jeito dele? Que mimado.

Finalmente me distraio, escutando a voz singela do Ed Sheeran cantarolar:

"Você está tão maravilhosa nesse vestido. Eu amo o seu cabelo assim".

Não consigo evitar e sorrio, pensando na música como se ela estivesse se referindo a mim. Porque, usando o vestido preto que Alan tinha comprado, eu estava me sentindo linda. Pela primeira vez em muito tempo, eu tinha gostado de como eu estava. Do meu corpo. E imaginando alguém dizendo aquelas palavras da música para mim, fiquei chateada. Não era real, já que eu estava aqui com esse mimado, que parecia não gostar nem de escutar música.

Desperto de meus pensamentos quando Alan começa a batucar no volante, atrapalhando totalmente o ritmo da melodia que saia do rádio.

— Você pode parar de fazer esse som irritante? — o fuzilei com o olhar.

— Que som? — me olhou, rápido — Esse? — repetiu, me provocando.

Eu dei um sorrisinho forçado e resolvi não começar uma discursão. Cruzei os braços e virei o rosto para a janela. Eram cinco horas e apesar de estar de tardezinha, a rua iria escurecer cedo - pelas grandes nuvens de chuva que se formavam no céu.

Com esse tempo, eu poderia estar em casa dormindo.

— Antes de a gente sair... — Alan me olhou, quando estacionou o carro em frente ao local do nosso destino— ... quero que você coloque isso.

Ele pegou uma caixinha preta no banco de trás e abriu, revelando um lindo colar brilhante e fino, daqueles que a gente vê em filmes ou em lojas chiques de ouro.

— Uau — admirei — Isso é de verdade?

— Sim — ele tirou da caixinha e se inclinou na minha frente, desconfortável. Eu me virei, facilitando o processo e ele colocou o objeto valioso no meu pescoço — E é muito caro.

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