Capítulo 16 - Remédios demais

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Alan L

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Alan L.

Sentado no puff da recepção, eu observava Viola atrás do balcão, atendendo um cliente.

Segurando o meu celular, eu lia uma mensagem de texto que eu tinha recebido, me convidando para uma reunião de encontro amanhã à noite, com a minha antiga turma da universidade.

Eu não era muito popular na época da faculdade mas fiz alguns bons amigos que, infelizmente, e por ironia do destino, se mudaram quando se formaram.

Eu ainda mantinha contato com alguns, mas não era a mesma coisa.

   — Viola! — fui até ela, assim que o cliente entrou na sala da minha mãe.

   — Oi Alan.

   — Oi! Preciso da sua ajuda.

   — E quando não precisa? — arqueou as sobrancelhas e sorriu com divertimento.

Eu fiz uma careta. Ela se achava demais.

Coloquei o telefone em cima da mesa e o girei, esticando em sua direção, fazendo o convite ficar de frente para ela.

   — Hum... — me encarou depois que leu — Interessante.

Não consegui evitar e comecei a rir, ao perceber que ela ainda não tinha entendido oque eu queria dizer.

   — Vai ter essa... reunião com meus antigos colegas da faculdade — expliquei — A Rebecca provavelmente vai.

   — Ah... já entendi.

   — É. — sorri amarelo — Então... te busco amanhã à noite?

Ela balançou a cabeça confirmando, e parecendo entediada.

   — Certo — olhei para os lados, sem saber oque dizer — Hum... então tá. Vou para o meu escritório.

   — Ok...

Eu sai, em direção ao corredor. Entrei no meu escritório e deixei a porta encostada.

Sentei na poltrona perto da janela e estiquei o meu corpo, me espreguiçando e observando as pastas em cima da mesa. Eu tinha tantos papéis para ler e revisar que só de olhar, me davam dor de cabeça.

E eu não menti ou exagerei.

Assim que comecei a analisar os documentos nas pastas, minha cabeça começou a latejar de dor. Parecia que as letras digitadas nos papéis estavam dançando misturadas, atrapalhando a ordem e perdendo o sentido.

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