A História de Anny Scrooballs [Concluído]

Capítulo 15: Novos ares

No dia seguinte tive que voltar à minha rotina normal, não tão normal agora, pois hora ou outra, notávamos alguns fotógrafos a nos rondar. Saí de casa pela manhã e Jus até ofereceu-me carona, mas preferi ir com meu carro. Ele foi atrás com o dele. Fez questão de ir devagar e brincar comigo durante o percurso, – isso pode ser perigoso, não recomendo – trocamos olhares nas paradas de dois ou três semáforos até a agência. Quando cheguei na portaria, o vi fazer um sinal para que eu parasse. Estacionei no meio fio, próximo à cancela, mesmo sem saber se era permitido. Desci do carro e ele encontrou uma vaga logo atrás da minha.

– Eu não posso entrar então quero me despedir antes que você vá. – me disse enquanto caminhava até mim, tirando os óculos escuros.

E que bela visão tinha eu! Os cabelos amendoados de Justin refletiam o sol da manhã, e enquanto ele falava e eu fingia que ouvia com meus olhos vidrados em tanta beleza.

– Entendeu, Anny? – ouvi me chamar– Anny?

– O quê?

– Eu disse para nos encontrarmos na hora do almoço para irmos juntos até a casa que quero comprar, o que acha?

– Encantador...

– Hã... Ok? – ele fez uma careta engraçada – O que está olhando? – perguntou, virando-se para trás para se certificar.

– Você é lindo, Jus. – suspirei – É claro, eu aceito ir até lá com você.

– Bobinha! Quanta gentileza. – ele sorriu – Obrigado, querida.

De repente, percebemos um carro preto se aproximar enquanto nos abraçamos. Era Steve.

– Olá, senhorita Scrooballs e... – ele forçou a visão para enxergar melhor, pois estava contra a luz do sol – Uau! Justin Timberlake! – falou empolgado, apoiando-se na janela do veículo.

– Bom dia, meu caro Steve. – respondeu Justin.

Eu olhei para os dois, tentando entender como se conheciam.

– Bom dia. – respondi, desconfiada.

– Não vão entrar? – Steve perguntou.

– Eu vou. – falei – Justin precisa ir, não é? – desfiz nosso abraço.

– Sim, sim! – Jus percebeu meu constrangimento.

– Está certo. – disse Steve – Mas... sinta-se à vontade, senhor Timberlake, pode entrar sempre que quiser!

Eu estranhei a simpática recepção do meu chefe, mas Justin me pegou pela cintura novamente e então nós três ficamos por alguns segundos nos olhando, sem dizer nada.

– Ah! Perdoem-me, acho que estou atrapalhando a despedida do casal! – Steve falou, desconcertado, ao ligar o carro para sair.

Justin deu uma gargalhada curta e disse:

– É, está!

– Justin! – o repreendi, envergonhada, empurrando fraco minhas duas mãos fechadas contra seu peito.

Meu chefe nos deu tchau, passou pela cancela, e foi para o estacionamento.

– Tenho que ir, querido. – falei para Justin.

– Eu entendo, é uma pena. – ele fez beicinho brincando de estar triste – Está tão gostosa com essa camisa e esses peitos implorando para pular para fora! – falou em um tom divertido com as duas mãos pressionando meus seios.