Capítulo 16: Trato é trato

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–O que aconteceu, Justin? – perguntei extremamente curiosa.

Não vou poder comprar a casa agora...

Sua resposta me deixou menos preocupada. Não parecia algo tão grave para mim.

Ah, mas o que houve?

Posso conversar com você em casa? Quero dizer, na sua casa. ele perguntou.

É claro, meu amor. Vamos.

Naquela noite, decidi deixar meu carro no estacionamento da agência. Conversei com o porteiro e ele me disse que não haveria problema. Preferi voltar no mesmo carro que Justin, pois ele estava visivelmente nervoso e eu tive medo de deixa-lo sozinho. Chegamos em casa e eu pedi para que guardasse o veículo na minha garagem.

Você vai dormir aqui comigo, não vai? – perguntei soltando o cinto.

Sim, – ele suspirou – eu posso?

Eu sorri para ele como se dissesse "você não precisa pedir".

Justin desceu do carro, abriu a porta para mim e nós demos as mãos para entrar. A mão dele estava mais fria que o normal, eu sabia que havia algo maior por trás da compra da casa. Cheguei, deixei minhas coisas no sofá e fui direto para cozinha pegar uma garrafa de água. Justin sentou-se ao lado da minha bolsa, mudo, colocando a chave do carro em cima da mesa.

Quer conversar agora, meu amor? – perguntei enquanto entregava a ele um copo d'água.

Justin pegou o copo da minha mão e começou a falar:

Eu devo 7,5 milhões de dólares à Jessica. disse simplesmente, como se aquilo fosse nada.

Meus olhos arregalaram. Eu nunca havia tido contato com tanto dinheiro, mas mantive a calma imaginando que aquele valor não era tão alto para ele.

Com a divisão de bens, certo? – perguntei.

Não, fora isso. ele respondeu.

Me afoguei com a água. Justin segurou meu braço, tentando não rir apesar do nervosismo.

Está tudo bem? – ele perguntou, beijando minha mão enquanto eu me recuperava.

Sim. – respondi colocando o copo sobre a mesa – Isso é muito dinheiro.

É, isso é muito dinheiro. – Justin passou as mãos pelos seus cabelos, lindo, mesmo que preocupado.

Até para você? – perguntei meio sem graça.

Com certeza. – ele riu de nervoso.

Mas porquê? Tem a ver com o Silas?

A pensão dele está fora dessa conta.

Mas como isso é possível? – falei descrente no que acabei de ouvir.

Vou tentar te explicar ele disse espero que você me entenda.

Eu assenti com a cabeça e ele sentou-se no tapete comigo antes de começar a falar.

Eu tenho um contrato com a Jessica. Nós fizemos um acordo pré-nupcial em 2012. No documento antigo, ela receberia US$ 500 mil por cada ano de casados se eu fosse infiel a ela. Agora, é o triplo desse valor.

A História de Anny Scrooballs [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora