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— Pelo jeito isso aqui virou nossa rotina — disse Ana sentada no meu colo, de frente para mim, na beirada da cama da pousada.

— E tem coisa melhor do que sair da praia e vir transar com o ar condicionado batendo nas costas? — peguei seus lábios com os meus e a beijei mais uma vez.

— Vamos tomar banho primeiro, né? — levantou-se, colocando suas coisas em cima da bancada.

— Aceito o convite.

— Vou primeiro, espera — empurrou meu peito com a mão quando fiz menção de me levantar da cama.

Observei-a passando de biquíni pela minha frente e fechando a porta do banheiro atrás de si. Peguei meu celular e escolhi uma música na playlist romântica. Aumentei o volume máximo de Medo Bobo nas vozes de Maiara e Maraisa, tirei a camisa e girei a maçaneta da porta que estava aberta, o que era de se esperar. Coloquei o celular em cima da pia e tirei o resto da minha roupa.

Ana estava de costas dentro do pequeno box daquela suíte projetada para uma pessoa só. Do outro lado da porta de vidro sua cabeça estava erguida para cima recebendo água no rosto e molhando os cabelos, virou levemente para o lado quando ouviu o som do sertanejo vindo da pia e a porta correndo no trilho. Não era surpresa nenhuma para ela que eu iria entrar, na verdade foi aquele tipo de entendimento subentendido, palavras ditas nas entrelinhas.

— Nunca imaginaria que você gosta de sertanejo.

— Gosto de tudo — falei baixo bem perto do seu ouvido, fazendo com que os pelos do seu braço se arrepiassem completamente. Ana fechou os olhos enquanto eu a beijava em diversos locais, atrás da orelha, no lado esquerdo do pescoço, descendo para o ombro. Minha mão a pegou pela barriga, puxando-a para mais perto de mim. Naquele ponto, meu pau estava duro e acabou encostando na sua bunda. Ela instintivamente colocou a mão ensaboada para trás e começou a me masturbar enquanto permanecia de olhos fechados com as gotas de água descendo pelo seu busto.

"E na hora que eu te beijei foi melhor do que eu imaginei...", dizia o refrão, ao que parecia coincidir com o momento das nossas carícias. Ainda de costas para mim, com a cabeça virada para a esquerda, sua boca encontrou a minha, a língua quente contrastando com a água gelada que nos molhava. A mão completava movimentos de vaivém desajeitados devidos à posição e ao intenso desejo acumulado. Já as minhas mãos percorriam seu corpo, descobrindo novos pontos antes não tocados até encontrar seus peitos, que não eram grandes, mas não pequenos o suficiente para caberem em minhas mãos.

"A gente se prendendo à toa por conta de outra pessoa".

Ana se virou de frente para mim com uma expressão de tesão absoluto, não conseguindo se controlar mais apenas com beijos e carícias. Ela necessitava que eu a penetrasse mais uma vez.

"No fundo sempre fomos bons amantes

é o fim daquele medo bobo".

— Você toma anticoncepcional? — perguntei.

— Sim — ela respondeu de súbito.

Era só isso que eu precisava ouvir. Coloquei-a com as costas coladas na parede e levantei uma de suas pernas para facilitar a minha entrada. O chuveiro começava a atrapalhar, então fechei o registro e penetrei facilmente sua boceta bastante lubrificada. A perna de apoio não demorou muito e se levantou junto com a outra para se prender a mim, unidos como um só. Ela gemia no meu ouvido, ora baixinho, ora alto, compassado com o movimento da penetração, até um instante em que cravou todas as unhas nas minhas costas.

— Gozei — disse Ana ofegante. Ouvir aquilo era maravilhoso, um incentivo tremendo para que eu finalizasse a transa da melhor maneira possível. Aumentei a velocidade quando percebi que não poderia mais aguentar e gozei dentro da sua boceta quente, apoiando minha testa em seu ombro. Sua respiração permaneceu ofegante e ela não disse uma palavra, somente teve a reação de colocar os pés no chão e começar a acariciar minha nuca. Senti um breve arrepio e me tremi. — Gostoso — disse ela ao pé do meu ouvido.

Finalmente notei que a música tinha acabado, e a próxima não havia começado a tocar. Esqueci de colocar para pular automaticamente, mas quem se importa?

E se for tudo um sonho?Onde histórias criam vida. Descubra agora