[Concluída ✓] É possível amar e odiar uma pessoa ao mesmo tempo? Para Taehyung e Catarina a resposta com certeza é não. O "relacionamento" dos dois era superficial e a base de farpas bem afiadas. Para eles só existia a antipatia mutua. Ou pelo menos...
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Catarina
Catarina era completamente diferente quando estava sozinha em seu quarto. Não desgrudava do celular, e seu chat com MoriBoy-Kun estava sempre aberto. Ao mesmo tempo a garota gostava de tirar fotos fazendo diferentes poses em frente ao espelho, imitando suas personagens preferidas da Sailor Moon. Um dia, quem sabe, teria coragem de montar um cosplay completo e ir numa dessas convenções de anime cheias de conteúdo nerd e cultura pop. Seria legal! Apesar de não se interessar nadinha pelo resto da cultura dos geeksand freaks. Talvez pudesse cruzar caminhos com o garoto que tanto mexia com sua imaginação, mesmo sem saber, e os dois se conheceriam espontaneamente, teriam a melhor conversa de todas, ele seria ainda mais incrível pessoalmente e quando tudo se revelasse seria um sonho.
Seu coração forte, porém tão frágil pelo seu primeiro amor, batia desenfreado com a possibilidade de viver um verdadeiro romance com aquele que não saia do seu pensamento.
Como seria se pudesse beijá-lo?
Ela não conseguia evitar imaginá-lo por partes. Era complicado, porque nunca conseguia a imagem completa na própria mente. Podia apostar que Yato tinha lábios finos como os de desenho. Olhos grandes e expressivos. Cabelos soltinhos e castanhos. Alto. Ah, ele parecia ser bem alto pelas conversas que tinham – e isso Catarina, não tem nem cabimento supor, mas ela sabia. Alguém tão incrível quanto aquele garoto só poderia ser alto pra caramba e muito, mas muito imponente.
Naquele final de semana os dois acabaram maratonando mais um anime e conversando o dia inteiro. Cat acabou não indo ao treino de vôlei da melhor amiga e Emma estava começando a se chatear de verdade com aquilo, mas se ela soubesse... Se ela pudesse sentir o que Catarina sentia toda vez que trocava mensagens com a pessoa do outro lado da tela, jamais reclamaria.
MoriBoy-Kun era capaz de salvá-la. Puxá-la de seu mundo estranhamente solitário e fazê-la sentir-se especial de um jeito que ninguém mais conseguiu. Qualquer conversa corriqueira era de suma importância, pois ambos achavam extremamente valioso qualquer fato sobre o outro. Quando conversavam sobre nada em especifico Catarina sentia-se leve e flutuante. Ao receber uma mensagem romântica e fofa, seu coração saltava até a garganta e seu sorriso involuntário - e raro - aparecia num instante. A mensagem nem precisava ser tão romântica assim, era só ser chamada de Hiyori, e pronto, coração retumbante. Se o assunto era sério, mesmo que discordassem, ele reconfortava e protegia até que tudo estivesse leve e flutuante mais uma vez. Nas poucas brigas que tiveram por bobagens esquecíveis, seu peito doeu tanto que nem uma noite inteira de choro foi capaz de suavizar. E às vezes seu corpo inteiro simplesmente ficava em chamas, era só ele perguntar se ela estava usando camisola e seus hormônios adolescentes borbulhavam por suas pernas.
Tudo com ele era simplesmente demais. Muito para suportar. E aquela situação não se encaixava em nenhum dos seus experimentos sociais. Como aquilo era possível?!
