Capítulo 02.

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Estacionei em frente a lanchonete que combinei de me encontrar com Jimin, depois da noite que tive precisava urgentemente desabafar com o meu melhor amigo. Enquanto esperava por ele tentei controlar meu corpo que tremelicava sem parar. Passei a noite inteira em claro pesquisando em todas as plataformas possíveis sobre o nome que meus avós citaram e para o meu azar não encontrei absolutamente nada.
O nome simplesmente não existia assim como a antiga empresa dos meus pais. Como era possível não existir nada relacionado? Me questionei diversas vezes, cerrando os punhos e chorando copiosamente. Eu não quero ter essa raiva dentro de mim mas é inevitável. Eu quero ter minha vida de volta e ficar em paz comigo mesmo. Somente isso.
Mandei uma mensagem para Jimin às quatro da manhã e sai de casa antes dos meus avós acordarem, não quero que eles vejam o meu atual estado para não desconfiarem de nada.
Minha cabeça doí feito o inferno por eu ter chorado e não ter pregado os olhos. Me sinto extremamente frustrado por não obter nada que me ligue ao passado, exceto meus avós
- Hey Ggukie, o que houve? – Jimin se aproximou de mim ofegante e com um semblante preocupado.
- Jiminie eu descobri algumas coisas sobre o meu passado, eu estava certo. – olhei em seu rosto e ele percebeu que eu falava sério.
- O que? – arregalou os olhos. – Como assim?
- Vamos entrar e pedir algo, eu te conto enquanto comemos.
                               (...)
Fizemos os pedidos e logo nossos lanches chegaram. – Ggukie você está horrível, não dormiu essa noite? – neguei. – Me conte o que aconteceu.
Respirei fundo e me ajeitei em minha cadeira. – Bom ontem a noite eu ouvi uma conversa dos meus avós que eu não deveria ter ouvido. – Jimin me olhava atentamente. – Eles disseram que se sentiam culpados por me esconder as coisas mas que seria o melhor pra mim. O acidente dos meus pais foi provocado por um tal de Kim Youngjun e ele roubou toda a fortuna deles. Parece que esse cara é poderoso e apagou os registros da antiga empresa e hoje é como se ela nunca tivesse existido.
- Então é por isso que nós nunca achamos nada a respeito. – comentou sorvendo um gole de seu café. – Você pesquisou sobre esse homem?
- Pesquisei e não encontrei nada. – ditei frustrado e Jimin afagou minha mão. – O nome simplesmente não existe.
- O que mais seus avós falaram?
- Que era melhor eu não saber disso porque esse tal de Kim poderia me matar também.
- Isso tudo é muito estranho. – me olhou pensativo. – Como seus avós sabem disso?
- Eu não faço a mínima idéia. – suspirei.
- Se eles sabem disso por que nunca denunciaram esse homem? – mordi meu sanduíche e fiz uma expressão de que não sabia. – Você deveria perguntar a eles já que ouviu a conversa.
- Eu não posso perguntar, eu entendo o motivo deles não quererem que eu saiba. E se esse cara é tão poderoso quanto disseram pode ser que sei lá, ele esteja ameaçando meus avós.
- Bom, pensando por esse lado pode ser mesmo mas, o que você vai fazer?
- Eu sei que existem duas grandes empresas de transportes em Seoul então quando formos para lá eu irei até elas tentar conseguir alguma coisa. Eu vou achar esse cara Jimin nem que seja a última coisa que eu faça em vida. – cerrei os punhos.
- Ggukie se acalme. Eu imagino como você se sente mas isso pode ser perigoso para você e seus avós.
- Eu não posso simplesmente esquecer Minie. Meus pais foram assassinados e roubados, eles eram bons, é injusto. Droga!
- Eu sei. – sorveu o último gole do café limpando a boca com um guardanapo em seguida. – Eu só não quero que você se machuque. – meus olhos arderam e ele sabia que eu iria socar alguma coisa. – Ggukie me olha. – pediu calmamente. – Nós vamos para Seoul e eu irei te ajudar a encontrar alguma pista mas, não quero ver você obcecado com isso. Passamos na melhor universidade como bolsistas e eu quero que você aproveite isso. Prometa que se nós não encontrarmos nada você irá desistir? – encarei seus olhos doces e sua face serena, Jimin é como meu ponto de equilíbrio e eu nunca consigo dizer não ao que ele me pede. Hesitei em responder. – Por favor.- suspirei derrotado.
- Tudo bem eu prometo. – ele sorriu e eu consequentemente sorri também. – Só você mesmo para me acalmar assim. Obrigado Jiminie.
- De nada.
Conversamos mais um pouco sobre o que faríamos em Seoul já que partiríamos na próxima semana. Jimin está animado por realizar seu sonho e eu aprecio isso.
                              (...)
No caminho de volta para a casa eu tentei não pensar no assunto do meu passado, de certa forma isso me machuca muito e eu preciso por um segundo manter minha sanidade estável. Eu me sinto responsável por vingar meus pais e talvez eu tenha me tornado obsessivo.
Abri a porta da sala e ouvi vovó me chamar. – Jeon?
Caminhei até a cozinha onde ela estava fazendo suas encomendas. – Bom dia vó. Como está?
- Eu estou bem e você? Por que saiu de casa tão cedo? – perguntou enquanto terminava de confeitar alguns docinhos.
- Eu fui dar uma volta apenas. – ela franziu o cenho. – Não estou escondendo nada eu juro. Eu só estou tentando imaginar como vai ser ficar longe de vocês já que semana que vem irei me mudar.
Não percebi mas acabei embargando a voz e derramando algumas lágrimas, vovó se levantou e me abraçou. De fato estou tão imerso sobre querer obter respostas que esqueci que irei ter que deixá-los. Me senti egoísta por não perceber que por mais que eles estivessem felizes com minha ida para a faculdade, eles sentiriam a minha falta e consequentemente medo de algo ruim acontecer comigo. Meus avós foram os únicos que me restaram e eu não tinha me dado conta de como seriam meus dias sem tê-los por perto até estar chorando como anos atrás em seus braços.
- Querido! – vovó secou meu rosto e selou minha testa. – Vai ficar tudo bem, estamos orgulhosos de você e durante às férias você poderá vir nos visitar. – funguei e deslizei minha destra por sua face envelhecida. – Nós te amamos Jeongguk nunca se esqueça disso. – assenti. – Agora pare de chorar porque eu preciso de você para realizar as minhas entregas. – ditou divertida.
- Como você irá fazer quando eu for embora?
- Não fale assim parece que nunca mais irei te ver. – seus olhinhos brilharam e umedeceram. – Irei suspender as entregas e as pessoas que quiserem algo terão que buscar aqui. – ela retirou seu avental e o colocou sobre a mesa. – Não precisa se preocupar, eu quero que você vá, estude e seja feliz meu filho. Não vou negar e dizer que não sentirei sua falta porque estarei mentindo obviamente. – uma lágrima pequena escapou de seus olhos. – Mas eu, aliás, nós iremos nos acostumar. Você merece ser feliz meu amor, espero que na faculdade você seja e encontre alguém para se apoiar e amar. Lembre-se que eu e seu avô estaremos sempre aqui, velhos mas estaremos. Tenha cuidado e não confie em qualquer um, as pessoas são cruéis hoje em dia e se precisar de algo me ligue que eu irei correndo. – ditou por fim.
Abracei-a com toda a força do mundo, no fundo ela sabe que eu irei remexer no passado e sei que ela teme por isso. Por mais que ela se culpe por estar me escondendo algo, zelar pela minha vida é o mais importante. Ontem quando eu ouvi a conversa eu me senti sim chateado mas o sentimento foi embora no instante em que eu me dei conta de que eles querem me proteger. Eles já perderam tanto e com certeza não querem me perder também.
Talvez eu deva dar um tempo nisso e aproveitar as coisas boas que a vida me proporciona antes de me afundar no meu poço de angustia e rancor como eu vendo fazendo nesses últimos anos.
                             (...)
O dia passou tranquilo e durante as entregas eu não pensei em nada que não fosse em como seria ser um universitário. Acabei escolhendo o curso que sempre tive vontade e Jimin tem razão. 
Eu devo aproveitar isso.

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