Capítulo 33.

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Chegamos no dormitório do Yoongi completamente ansiosos para vermos os conteúdos que encontramos. – Espero que ele não dê falta disso. – Jimin olhou para o envelope amarelo em minhas mãos.
- Eu irei buscar algo para comermos.
- Eu vou com você Jin. – Hoseok o acompanhou e os dois saíram.
- Enquanto você vasculha esse envelope eu irei checar esse pen drive. – Yoongi ditou ansioso enquanto Namjoon o ajudava a ligar o notebook.
Minhas mãos passaram a tremelicar e a suar, dentro daquele pacote poderia ter todas as provas e respostas concretas do assassinato dos meus pais. – Vai dar tudo certo, você consegue. – Jimin sussurrou para mim.
Sentei em qualquer lugar no chão e vagarosamente abri o envelope, meu coração estava prestes a explodir de nervosismo e a imagem de Taehyung pairou em minha mente.
Retirei com cuidado tudo o que havia ali dentro e quando comecei a ler os documentos o choro me invadiu por completo. Os meninos que estavam no quarto vieram até a mim e apenas me abraçaram. A dor de ler documentos assinados pelo meu pai passando todos os seus bens caso ele morresse para Kim Youngjun, as imagens impressas de como foram feitas as sabotagens no carro, uma foto do carro que tínhamos na época especificando o modelo e a placa, uma foto dos meus pais sorrindo com a legenda “eliminar” fizeram meu corpo gritar em desespero. Tudo ali provava que o acidente foi premeditado e que fomos roubados de fato. Não sei o porquê ele guardou aquilo, foi um pouco burro de sua parte que ele tinha em mente um plano sombrio mas, eu estava aliviado por saber que eu estava certo durante todos esses anos.
                                (...)
- Calma Ggukie! – Jimin me abraçou de lado fortemente como sempre fazia enquanto eu soluçava alto o suficiente para qualquer um ali ouvir. Jin e Hoseok já haviam voltado e estavam analisando tanto os documentos do envelope quanto o pendrive junto de Namjoon e Yoongi.
- Que horror meu Deus! – Jin exclamou olhando as fotos. – Como uma pessoa pode ser tão cruel assim? Destruir a vida de duas pessoas que pareciam ser tão boas. Eu sinto tanto Jeongguk.
- Eu não consigo imaginar como o Tae vai reagir quando souber disso. – Hoseok me olhou.
- Eu não sei se irei contar para ele.
- Jeongguk você não pode esconder algo assim dele. – Namjoon caminhou até a mim e se sentou ao meu lado.
- Eu não quero perde-lo Namjoon. E também não sei se ele irá me perdoar por saber que eu escondi isso dele até agora. Eu estou confuso, é tão difícil saber que minhas suspeitas são reais com as provas aqui. É difícil não enxergar o maldito Kim Youngjun nele.
- Nem ouse falar isso Jeon. – Yoongi parou de mexer no notebook. – Taehyung jamais seria como o pai.
- Não estou dizendo isso Yoongi, é claro que ele jamais seria como aquele monstro. Mas é difícil pra mim saber que Taehyung sempre será ligado a ele, é o pai dele!
- Isso é verdade Ggukie!- Jin comentou. 
- Concordo com você nesse quesito. – Yoongi retornou ao que estava fazendo.
- Você irá terminar com ele?
- Não Hobi, eu amo o Taehyung com todo o meu coração. – suspirei audível. – Eu só preciso de um tempo para tentar lidar com isso. Eu não suportaria não tê-lo ao meu lado, doeria muito mais do que saber que ele é filho daquele maldito.
- Nós estaremos aqui pra você e pra ele Jeongguk. – Jin ditou terno. – Somos amigos, uma família e estamos juntos em todos os momentos. Eu não imagino como você deve estar se sentindo agora, sei que é difícil pra você e vai ser pior para o Tae quando souber. Ele irá se culpar por isso.
- A culpa não é dele.
- Não é Ggukie, mas ele se sentirá mal e independente de qualquer coisa eu acho sim que você deveria contar a verdade pra ele por mais dolorosa que seja. Ele merece saber disso.
- O Jin tem razão. – Jimin acariciou meu rosto.
- E quanto a vingança? Se esse for o único meio de incriminar o pai dele, você irá prosseguir?  
- Se for o único meio sim Hobi, mas eu gostaria que não fosse. Pelo Taehyung eu desistiria disso de me vingar. Agora que eu sei de fato a verdade eu me sinto um pouco melhor por saber que sempre estive certo. Eu não quero que o Tae me odeie, por mais cruel que o pai dele seja ainda é pai dele. Taehyung é nobre demais e sei que um dia ele o perdoará e se ele é capaz disso eu também sou.
- Acho que você pode pensar mais sobre isso já que eu finalmente encontrei coisas que o liga a máfia. – Yoongi sorriu. Todos nós levantamos e fomos até ele. – Achei essa lista de nomes que pelo o que eu entendi são pessoas que eles estão matando. Aqui também. – abriu um arquivo. – Mostra extratos bancários e.
- Espera aí. – Jimin o interrompeu. – Esses extratos são recentes, chequem as datas. – apontou para a tela. – As contas estão no nome do pai do Tae.
- E? – Hoseok perguntou sem entender.
- Lembram que o Tae disse que o pai dele estava devendo pra máfia e por isso precisava que ele se casasse? – todos assentimos. – Como ele pode estar encrencado se ele está com isso tudo de dinheiro? É estranho, não?
- Bela observação Jimin. – Namjoon se aproximou mais da tela.
- Pera ai, volte na lista de nomes. – Jin pediu. – Olhem, o nome dos pais do Jaguar está aqui com a mesma legenda “eliminar”. Isso quer dizer que.
- Youngjun não está endividado coisa alguma! Ele inventou isso para que Taehyung casasse com ele, assim roubaria a fortuna. Yoongi completou a linha de raciocínio.
- Mais e o Jaguar? O nome dele não consta? – perguntei.
- Não consta ainda. Isso tudo faz muito sentido. Youngjun manipula a todos até Taehyung corre o risco.
- Maldito! – ralhei. – O que iremos fazer?
- Contar a verdade pra ele sobre isso. E quanto a sua vingança Jeongguk você decide se quer ajudar nisso ou não, quanto mais coisas para incriminá-lo melhor seria. Mas iremos entender qualquer que for sua decisão.
                              (...)
Conversamos por muito tempo sobre como contaríamos tudo o que descobrimos para o Taehyung quando ele retornasse da casa dos avós. Enquanto ainda estava no dormitório do Yoongi tentei ligar para ele porém o celular estava desligado. Os hyungs me disseram que ele poderia estar aproveitando a companhia dos avós e da mãe  por isso devia ter esquecido de carregar o telefone. Por hora acabei me conformando com  isso mas no fundo eu sentia que tinha algo errado.
O envelope ficou comigo já que era sobre o meu passado e como era tarde da noite, me despedi dos hyungs e fui para o meu dormitório.
Minho nos mandou uma mensagem dizendo que estava tudo certo na mansão e que ninguém havia desconfiado de nada, o que me deixou ainda mais aliviado.
Andando vagarosamente pelo campus escuro e deserto minha cabeça girava sem parar. Temos provas o suficiente para incriminar o pai dele o que é ótimo já que ele poderia se livrar tanto do próprio filho quanto de Jaguar. Mas o problema maior é em como eu lhe contaria a verdade, como eu iria olhar em seus olhos e dizer que seu pai havia sido o responsável pela destruição da minha vida? Como eu iria conseguir viver com ele sabendo que ele carrega o sangue de um assassino nas veias? A única coisa que eu tenho certeza é de que eu o amo e amo o suficiente para superar tudo isso mas estou com medo. Medo de que ele não entenda, medo de que ele se culpe e principalmente de que ele me deixe.
Kim Youngjun é frio, calculista e cruel a ponto de matar qualquer um para ter dinheiro e poder. A vida de Taehyung corre risco com a possível morte dos pais de Jaguar e isso me faz entrar em pânico. Por mais confuso que eu esteja agora, sei que eu devo contar a verdade pra ele e sobre a vingança isso já não me importa tanto quanto a vida do homem pelo qual estou apaixonado.
Completamente envolto em meus pensamentos nem me dei conta de que já estava subindo os degraus da entrada do meu dormitório. Assim que a luz do corredor acendeu Taehyung estava parado em frente a minha porta. – Tae? – corri até ele. – O que houve? Por que está aqui? Quando você voltou? – perguntei sem parar e o abracei. Ele grudou em mim e enterrou seu rosto em meu pescoço. – Amor, o que aconteceu? Você está me deixando preocupado.
- Eu não consegui ficar longe de você. – ditou com a voz embargada. – Eu não sei por quanto tempo mais terei você em meus braços mas, eu quero que você saiba que eu te amo e que eu jamais faria mal a você.
- Que papo é esse Tae? Sério, está me assustando. Aconteceu alguma coisa na casa de seus avós? – ele fungou.
- Eu só quis vir ficar com você. – selou meu pescoço arrepiando meu corpo.
- Vamos entrar então.
                             (...)
Taehyung entrou abraçado comigo no quarto e por um segundo até achei graça de nossa situação. Por alguma razão ele não me soltava e isso estava me preocupando.
- Tae. – tentei solta-lo. – Você está me enforcando rapaz. – ditei divertido. Quando encarei seus olhos úmidos e seu rosto tão bonito vermelho eu tive certeza de que algo estava totalmente errado. – O que você tem?
- Vocês conseguiram algo lá? – perguntou e eu assenti. – O que acharam?
- Algumas coisas relacionadas a máfia e é mais grave do que pensávamos. Porém eu e os hyungs queremos te contar juntos o que descobrimos. Iríamos te contar na segunda mas você voltou antes.
- Ggukie você me ama de verdade? – perguntou derramando algumas lágrimas.
- É claro que eu te amo de verdade Tae. – o puxei para os meus braços. – Você não acredita no meu amor por você?
- Acredito! – se desvencilhou dos meus braços e me encarou. – Você sabe que eu não sou como ele não sabe?
Achei estranha a pergunta dele, na verdade Taehyung estava com um comportamento completamente estranho.
- Eu sei meu amor. Você jamais seria igual a ele. – beijei seus lábios.
- Eu tenho tanto medo de você me deixar!
- Isso não vai acontecer. Seja lá o que nos envolva não vai acontecer. Conseguimos provas que vai incrimina-lo e você será livre.
Taehyung me puxou para um beijo com um gosto semelhante ao de despedida. Suas lágrimas molhavam meu rosto em meio ao ósculo e seu corpo inteiro tremia. Assim que o ósculo terminou tentei falar mas ele me impediu. – Por favor não diga nada, só passe essa noite abraçado comigo? Por favor.

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