Capítulo 31.

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Taehyung quando tocou minha cicatriz hesitou por alguns minutos e fez uma expressão estranha. Perguntou sobre como eu a adquiri e depois perguntou sobre meus apelidos. Ele pareceu pensativo quando eu o respondi e estou com receio de que ele tenha se lembrado de algo e pense que eu estou com ele somente por vingança. No começo poderia até ser mas depois que eu o reconheci tenho pensado muito sobre esquecer todo o meu passado e seguir em frente e se amanhã eu encontrar qualquer coisa que possa incriminar o pai dele que não se ligue a mim, irei usar apenas desse artifício.
Depois de nossa conversa acabei adormecendo já que eu não havia pregado os olhos a noite inteira. Despertei com Taehyung me chamando baixinho e não pude evitar de sorrir. – Jeongguk? Ggukie? Amor? – me cutucou e não consegui conter a alegria de tê-lo ouvido me chamar de amor pela primeira vez. Abri os olhos lentamente visualizando seu rosto bonito e inchado de sono. – Por que está rindo? – perguntou confuso e eu o puxei para meus braços. – Ggukie! – deu uma gargalhada gostosa me fazendo rir junto. – Que susto! – me encarou. – Por que estava rindo?
- Porque você me chamou de amor. – ele corou e escondeu o rosto em meu peito. – Aigoo pare com isso! Está com vergonha de mim?- elevei seu rosto para olharmos um para o outro. – Você ter me chamado de amor, foi a coisa mais fofa que eu já presenciei. – ele riu e eu contemplei seu rosto mais uma vez. – Eu te amo tanto, eu nunca imaginei que pudesse me apaixonar tanto por alguém como eu sou apaixonado por você. Eu sou apaixonado por cada mísero detalhe seu Taehyung. O que você fez comigo? – perguntei terno.
- Eu sou apaixonado por você também Ggukie, você está me salvando e eu não sei como te agradecer por tudo o que você já fez e faz por mim. As vezes penso que eu não sou digno de nada de bom que anda acontecendo comigo. Eu fui muito machucado e magoado e você é o responsável por curar cada ferida e colar todos os meus cacos. – senti meus olhos marejarem.
Quando foi que eu virei um tremendo chorão?
Quando me apaixonei,  é claro.
- Você é digno de muitas  coisas  e se eu puder te dar o mundo eu irei fazer isso. Eu não sou rico, não posso te encher de presentes caros mas eu posso me esforçar pra te dar uma vida digna como você merece.
- Eu não precisa de dinheiro Ggukie, eu preciso de alguém que me ame e que saiba que pode contar comigo, preciso de alguém que seja sincero e verdadeiro. – se aproximou do meu rosto. – Eu preciso de você. – sussurrou e me beijou apaixonadamente. Passei meus braços por sua cintura e pressionei seu corpo junto ao meu. Meu coração descompassou na mesma intensidade em que eu sentia o dele quase saltando do peito. O ósculo sem malícia foi desfeito e eu me senti horrível por esconder minhas certezas dele e foi nesse momento em que prometi a mim mesmo que assim que eu encontrasse uma prova concreta eu contaria toda a verdade.
                                  (...)
Conversamos por um longo tempo sobre como eu e os hyungs havíamos projetado a ideia de vasculhar o escritório e eu o assegurei de que naquele final de semana, tudo iria acabar.
Pelo menos era o que todos nós esperávamos.
                                 (...)
Meu celular despertou às sete da manhã, Taehyung dormia feito um coala grudado em mim. – Tae? – o chamei. – Acorda! – ele se remexeu resmungando e colocou a perna em cima das minhas se aconchegando mais ainda. – Não faz isso. – ri. – Levanta, vamos.
- Hm, Ggukie me deixa dormir só mais um pouquinho. – pediu manhoso.
- Deixaria se não tivéssemos coisas importantes para fazer. Vai amor levanta!- ouvi batidas na porta e tentei me separar dele. – Tae eu preciso atender a porta.
- Chato. – ralhou e se virou para o outro lado. Síndrome de Jimin.
- Eu preciso atender a porta. – me levantei. – Já estou indo. – falei um pouco alto para a pessoa parar de bater. Abri a porta e Minho apareceu em meu campo de visão com várias sacolas. – Oi, ahn, entre. – dei espaço e ele passou por mim. Pensei que ele fosse se incomodar por Taehyung estar ali mas ao contrário do que eu imaginava, Minho sorriu de uma maneira doce.
- Bom dia Jeongguk. Ele dá trabalho pra acordar quando quer. – ditou divertido e eu assenti. – Bom, as roupas estão aqui eu já falei com o Yoongi e eles já estão vindo pra cá.
- Bom dia! – ouvimos Taehyung ditar rouco e se sentar na cama.
- Oi Tae. – Minho acenou e ele sorriu. – Eu tenho uma coisa para falar pra vocês. A família do Jaguar vai viajar hoje e ele irá também. Me parece que seu pai vai com eles.
- Meu pai falou alguma coisa sobre mim? – perguntou sonolento.
Minho negou. – Não, Jaguar disse que está te mantendo na linha. Tem algo muito estranho rolando e eu não sei o que é. Jaguar estava apático e com olheiras horríveis.
- Cadê o Minghyu?
- Irá acompanha-los nessa viagem, seu pai já está de malas arrumadas e quando eu saí ele estava no telefone.
- Eles não irão desconfiar? – Taehyung perguntou receoso.
- Não, porque eu disse que iria te vigiar e te privar de tudo e todos. Jaguar acredita em mim e bem, eles não sabem sobre o reatamento da nossa amizade. Eles acham que eu sou o mesmo traidor de antes.- ditou com pesar.
- Obrigado pela ajuda. – Taehyung agradeceu.
- Bom,Tae você precisa se arrumar vou te levar para a casa dos seus avós enquanto os meninos se disfarçam.
                                (...)
Taehyung se arrumou rapidamente enquanto eu fui até seu quarto e busquei uma pequena mala para que ele pudesse passar o final de semana de maneira descente.
Nos despedimos com um abraço apertado e um beijo com gosto já de saudade. Pedi que Minho tivesse cuidado e que não hesitasse em me ligar caso precisasse.
                              (...)
Entrei no banheiro, me despi e liguei o chuveiro deixando meu corpo relaxar sobre a água morna. Meus pensamentos estão uma loucura e a ansiedade já me dominou. Minha vontade de achar algo que comprove o quanto Kim Youngjun foi cruel com a minha família acaba me cegando e trazendo a tona a minha sede de vingança. É o certo, claro, se vingar dele mas sei que Taehyung ficará magoado tanto comigo quanto com o próprio pai.
É errado esconder algo tão grave dele ao mesmo tempo em que me parece certo.
- Droga! – soquei a parede frustrado.
Eu preciso pelo menos contar isso para os hyungs.
                            (...)
Assim que saí do banho, vesti um dos uniformes que o Minho trouxe e de fato fiquei parecido com um simples funcionário daquela empresa. – Como ele conseguiu isso? – perguntei a mim mesmo me olhando no espelho.
Ouvi batidas na porta e a abri, eram os hyungs e o Jimin. – Bom dia! – falaram juntos e adentraram o quarto. Jimin me conhece como ninguém e notou que eu não estava com um semblante bom.
- Você está bem? – perguntou e eu assenti. – Por que essa cara? – sussurrou. – Você é o Tae brigaram?
- Uau isso é demais! – Yoongi exclamou animado mexendo nas sacolas com os demais.
- Não brigamos mas acho que ele descobriu sobre mim. – sussurrei de volta pra Jimin que arregalou os olhos. – Depois eu te explico você precisa se trocar e eu decidi abrir a situação com eles. O que você acha?
- Acho que é a melhor coisa que você faz, eles são nossos amigos agora e irão te entender. São confiáveis vai por mim. – apertou levemente meu ombro.
- Jiminie, esse serve em você. – Yoongi comentou mostrando a camiseta do uniforme e eu segurei o riso.
- Hmmm ele já sabe suas medidas. – provoquei Jimin que me deu uma cotovelada totalmente corado.
- Cala a boca! – ralhou.
                                (...)
Os hyungs se vestiram e estávamos todos exatamente iguais. Eu já havia dito que o Minho foi levar Taehyung e que em breve voltaria. A princípio eu mesmo o levaria mas que tomei  decisão de me abrir com os meninos, pedi para que Minho o levasse.
Respirei fundo e chamei a atenção de todos. – Hyungs! – eles me olharam. – Preciso contar algo para vocês. É sério e gostaria que vocês guardassem esse segredo do Tae, por enquanto.
- Jeongguk não me assusta. – Namjoon veio mais perto de mim. – É algo com a saúde dele? – neguei.
- Não, é algo comigo.
- O que você fez Jeongguk? – Yoongi perguntou sério.
- Calma gente, deixem ele contar. – Jimin pediu e todos se ajeitaram pelo quarto.
- Bom, tem algo sobre mim que vocês não sabem. – comecei.
- Você não matou ninguém não né? – Hoseok perguntou apreensivo e acabei rindo.
- Não. Mas alguém assassinou os meus pais quando eu era criança e roubou minha herança. – todos franziram o cenho. – Quando eu tinha sete anos de idade eu me mudei pra cá com meus pais, nós tínhamos uma empresa de transportes que cresceu rapidamente se tornando a número 1 do país. Meus pais eram muito bons e sempre ajudavam a todos. Meu pai reencontrou um antigo amigo e eles resolveram fazer uma parceria, a família desse homem passou a frequentar minha casa e eu me tornei o melhor amigo do filho deles. As famílias brigaram e fomos separados. – respirei fundo. - Na noite do meu aniversário de dez anos meus pais receberam uma ligação e ele precisaram ir para a nossa empresa porém, morreram em um acidente de trânsito. O acidente foi totalmente estranho e foi taxado como uma fatalidade. – senti meus olhos umedecerem.
- Sinto muito Ggukie. – Jin me lançou um olhar acolhedor.
- Obrigado.
- Nós não fazíamos ideia disso Jeongguk. Sentimos muito. – Namjoon ditou com pesar.
- Por que o Tae não pode saber disso? – Yoongi perguntou.
- Eu sempre achei estranha a morte deles e depois que tive que voltar para Busan poucos dias depois do acidente sem direito a nada da minha herança, minhas suspeitas aumentaram. Eu passei a minha adolescência toda remoendo isso até que eu ouvi uma conversa dos meus avós e descobri o nome da pessoa que provavelmente os matou.
- E você já sabe quem é essa pessoa? – Jin perguntou atento a tudo o que eu dizia. Assenti e suspirei pesado.
- Não vai me dizer que. – Yoongi captou o que eu queria dizer e o choro se fez presente. Dei um soluço alto e Jimin correu até a mim e me abraçou. – Não é possível. – colocou as mãos sobre a boca incrédulo.
- O pai do Taehyung é o responsável por ter matado meus pais e nos roubado. – funguei.
- Gente não acredito! – Hoseok comentou.
- Mas você já sabia disso, como descobriu? Jeongguk você não está usando o Taehyung pra se aproximar  do pai dele não né?
- Jamais usaria o Tae pra qualquer coisa, eu o amo Namjoon. – limpei meu rosto. – Eu descobri o nome do pai do Taehyung quando eu ouvi uma conversa dos meus avós, achei alguns documentos que mostram que o acidente dos meus pais não foi uma simples tragédia e sim algo premeditado. Também tenho uma carta de ameaça a minha vida mas não está assinada por ninguém. Meu propósito de vir pra cá foi para achar o culpado. Eu esbarrei sem querer no Tae e quando eu olhei pra ele eu tive a impressão de que eu já o conhecia. Eu sempre fui apaixonado por ele desde que éramos amigos na infância. Mas eu não conseguia me lembrar muito bem dele e nem de seu nome após o trauma de perder tudo. Quando nos aproximamos eu sentia que ele não me era estranho mas poderia ser somente uma coincidência. Depois que eu fui levá-lo até a casa dele naquele dia eu reconheci a mansão que eu morei quando criança e também reencontrei uma vizinha.
- Meu Deus Ggukie! – Jin me abraçou.
- Eu amo o Tae, amo de verdade. Mas enquanto eu não tiver provas concretas eu não posso contar nada. Me sinto péssimo de esconder algo desse tipo dele mas eu simplesmente não posso contar agora.
- Eu espero de verdade que você não esteja se aproveitando dele.
- Jeongguk nunca faria isso Yoongi! Eu conheço o meu melhor amigo e confio nele. Acompanho o sofrimento dele desde que nos vimos pela primeira vez, não o acuse! – Jimin ralhou.
- Eu só quis dizer que parece.
- Mas não é! Jeongguk é um garoto maravilhoso e ele só quer justiça pelo o que lhe foi tirado. Eu nunca o vi tão apaixonado por ninguém antes.
- Me desculpe Jeongguk, é que a primeira impressão que temos quando ouvimos algo assim é.
- Tudo bem. – o interrompi. – Só gostaria que vocês não contassem nada pra ele por favor.
- Nós não contaremos nada! – Namjoon sorriu.
- Bom pelo menos se não encontrarmos nada referente a máfia, a atrocidade que ele cometeu com você  pode salvar o Taehyung.
- Tem razão Hobi! – Jin exclamou. – Bom, vamos procurar em todos os lugares o mais depressa possível e incriminar aquele velho nojento.
                              (...)
Chegamos na mansão sem o Minho é claro, com um carro da companhia. Yoongi mandou uma mensagem para ele avisando que estávamos ali. Em poucos minutos a figura de Minho apareceu no portão e liberou a entrada. Entrar naquela casa me trouxe um misto de sensações boas e ruins. Jimin segurou minha mão me passando conforto.
- Abaixem o boné e tentem ser naturais. – Namjoon advertiu.
Respirei fundo e abri a porta do carro saltando para fora. Minho se aproximou com alguns seguranças. – Bom dia senhores, a mansão está liberada para os reparos. Eu irei acompanhá-los. – assenti. – Vocês podem ir, eu cuido disso. – Minho direcionou sua fala para os seguranças que se dispersaram rapidamente. – Vocês não podem demorar muito, se separem de acordo com o que planejamos e finjam estar realmente consertando. – orientou e passamos a segui-lo.
Meu coração estava prestes a gritar de dor quando adentrei a entrada principal da casa, tudo estava do mesmo jeito de quando eu morava aqui, os móveis, a cor das paredes, tudo exatamente igual.
Meus olhos arderam e uma lágrima percorreu minha face, eu não poderia desmoronar ali eu precisava ser forte. Passamos pelos empregados e a cozinheira ainda era a mesma. Paralisei ao vê-la passando pela área de serviço. Jimin e Yoongi viriam comigo para o escritório enquanto os demais iriam encher linguiça nos cômodos restantes. – Ggukie, o que foi? – Jimin notou meu desespero. – Você está pálido! Eu sabia que não era uma boa ideia você vir.
- Minie alguns empregados ainda são da época em que eu morava aqui. Eles não podem me reconhecer.
- Calma, dará tudo certo.
                              (...)
Com passos pesados e lembranças dolorosas chegamos até o escritório. – A porta terá que ficar aberta, tomem cuidado para não apertarem algum alarme ou algo do tipo. Dizem que aqui é cheio dessas coisas. – Minho ditou apreensivo.
- Tem câmera aqui. – Yoongi comentou olhando em uma das estantes. – Irei desativa-la como uma pane na rede.
                            (...)
Yoongi conseguiu desativar a câmera e eu fiquei impressionado com a habilidade dele, parecíamos que estávamos em uma missão  secreta de algum filme hollywoodiano. O escritório não era como antes, estava bastante modificado e cheio de medidas de segurança. Minho sanou minha dúvida contando rapidamente  que tem conhecidos na companhia elétrica da cidade e que ele lhe deviam um favor, por isso conseguiu um carro e os uniformes. Enquanto Yoongi vasculhava o computador tentando descobrir a senha eu passei a vasculhar cada canto daquele cômodo com o Jimin a procura de qualquer coisa que fosse. Se ele não deixava ninguém entrar ali sem ele é porque tinha algo lá dentro.
                                 (...)
Haviam se passado duas horas e nada naquela droga de escritório era achado. Namjoon, Hoseok e Namjoon já haviam rodado praticamente todos os cômodos informando que os testes estavam certos. – Vocês não tem muito tempo. – Minho informou aflito.
- Merda! – grunhi frustrado e esbarrei em um livro da estante ao meu lado. O livro caiu no chão e uma chave caiu de dentro dele. – Uma chave? De onde será que ela é? – perguntei pegando o objeto do chão.
- É daqui! – Yoongi esticou o braço e eu lhe entreguei a chave. Ele abriu uma gaveta que eu não fazia a mínima ideia que tinha ali e retirou um envelope amarelo de dentro. – Tão óbvio! - sorriu. -  Não sei o que tem aqui mas guarde na mochila. Veremos no campus. – rapidamente guardei o envelope e ele me devolveu a chave. – Guarde no lugar de antes. – pediu e assim eu fiz. – Consegui, porra! – exclamou animado.
- Conseguiu o que? – Jimin perguntou.
- Consegui acessar o computador dele. – retirou um pendrive do bolso e conectou na máquina.
- O que diz aí?
- Só saberemos no campus Minie, eu vou copiar os arquivos apenas. Logo alguém vá saber que o sistema foi invadido não temos tempo para olhar aqui.
Parabéns Yoongi Sherlock Holmes, pensei comigo mesmo torcendo para obter as respostas que eu tanto necessitava.
                            (...)
Para a nossa sorte o arquivo foi copiado rapidamente, Yoongi reativou a câmera e agradeci mentalmente por não termos sido pegos. Por incrível que pareça não consegui pensar mais em lembrança alguma no momento em que pisei naquele escritório, agora eu só estou ansioso para saber o que tem nos materiais que pegamos.

Sweet Revenge Kth+JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora