Sweet Revenge Kth+Jjk

Capítulo 34.

Taehyung demonstrou um comportamento totalmente estranho ontem a noite. Como ele me pediu para que eu não dissesse nada, acatei o seu pedido e ele dormiu em meus braços depois de chorar bastante. Mais uma vez não consegui pregar os olhos um segundo sequer pensando no que possa ter acontecido. Várias coisas se passaram pela minha cabeça, será que ele se lembrou de mim ou descobriu algo? Suas perguntas me deixaram completamente intrigado porém, confio nele e quando ele decidir que está pronto para me contar eu estarei aqui para ouvi-lo. Durante a madrugada, Minho me mandou uma mensagem perguntando se eu estava com ele e me contou que houve uma discussão na casa dos avós de Taehyung. Perguntei se ele sabia o motivo mas ele negou, então talvez Taehyung tenha brigado com a mãe por ela defender o marido, não sei. É uma possibilidade.
Aproveitei que estava com o celular em mãos e avisei os hyungs que ele estava comigo. Eles me encheram de perguntas mas infelizmente eu não soube responde-las,  apenas pedi para que o respeitassem já que ele encontra-se frágil demais.
Observar Taehyung dormindo me traz uma paz que eu não sei explicar, acariciei seus cabelos e o medo tomou conta de mim. Imaginar sua expressão quando soubesse de toda a verdade me assombra e me desmonta, eu que pensei que seria o único prejudicado nisso estou prestes a prejudicar quem mais amo.
O mundo parece tão imenso e ao mesmo tempo tão pequeno. Reencontrar Taehyung sempre foi o que eu quis, me apaixonar por ele outra vez também; mas saber que seu pai assassinou os meus não era o que eu esperava. Por mais confuso que eu esteja agora, meu coração sabe que pertence a ele mas minha cabeça faz questão de lembrar que se continuarmos juntos eu sempre irei me lembrar de Youngjun quando olhar em seus olhos. Por Taehyung sei que eu conseguiria vencer isso e sei também que ele não tem absolutamente nada haver com o monstro que o criou mas é difícil compreender, assim como é difícil explicar esse sentimento. Eu o amo e ficarei ao seu lado não importa o que aconteça mas confesso que será complicado por um tempo digerir isso. Tudo o que eu não quero é magoá-lo e eu tenho muito medo de como ele irá reagir quando souber de toda a verdade.
Tenho omitindo tudo o que vem acontecendo dos meus avós também e espero que eles compreendam e aceitem Taehyung caso nossa relação sobreviva após essas revelações.
                            (...)
O dia amanheceu frio e chuvoso, um domingo que eu adoraria ficar na cama debaixo das cobertas comendo besteiras e namorando Taehyung. Porém, não é isso que irá acontecer.
Os hyungs marcaram nosso encontro dessa vez no dormitório do Namjoon e do Jin, lá era o prédio mais vazio no final de semana e como eles temiam a reação do Tae, ele poderia gritar e chorar alto sem qualquer aluno ouvir.
Consegui me soltar de seu braço em minha cintura e separei uma roupa para ele tomar uma banho quando acordasse. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro deixando a água quente me aquecer.
                               (...)
Assim que terminei o banho, me troquei e saí do cômodo. Taehyung ainda dormia profundamente, o envelope amarelo guardei na gaveta junto da pasta e da foto dos meus pais. Conversaria com Jimin no dia seguinte sobre desistir de me vingar, Youngjun já teria muito pelo o que pagar e o peso da minha consciência foi retirado no momento em que eu soube quem é o verdadeiro culpado por tudo. Nunca pensei que reagiria dessa maneira perante a isso; eu, Jeongguk, que sempre fui louco e ensandecido por acabar com a vida daquele que destruiu minha família agora não quero mais nada disso. Talvez, se eu prosseguir com isso estarei me igualando a ele e isso é tudo que eu não quero. Dizem que a justiça divina nunca falha então de alguma maneira ele será punido um dia. Quanto a herança, dinheiro nenhum me importa se eu estiver com Taehyung ao meu lado em segurança. É, o amor muda as pessoas e é exatamente o que aconteceu comigo. Desistir de algo por alguém que se ama eu classifico como um ato nobre e corajoso. 
Caminhei vagarosamente até a cama e me sentei ao seu lado. – Tae? – o chamei. – Amor? – balancei seus ombros devagar até que ele resmungou e abriu os olhos piscando várias vezes. – Bom dia! – selei sua testa.
- Bom dia. – ditou sonolento.
- Se sente melhor? – o ajudei a se sentar e ele assentiu. – Você me assustou ontem a noite.
- Ggukie, podemos não falar disso por enquanto? Por favor. – pediu.
- Claro, me desculpe. – ele me puxou para um abraço.
- Não precisa se desculpar. Obrigado por entender.
- Tudo bem. Agora levanta e vai tomar banho enquanto eu irei comprar algo para tomarmos café.
- Tem dinheiro no meu quarto, pega lá. – calçou os chinelos e pegou a muda de roupas nos braços.
- Não precisa eu tenho aqui.
- Ggukie não demora e toma cuidado. – assenti e apanhei meus pertences saindo do quarto.
                                    (...)
Aproveitei que estava na padaria e comprei café para todos, assim como bolachas, leite e etc. Na vitrine de doces avistei uma torta linda de morango e decidi levar um pedaço para o Tae, acho que ele irá gostar.
                                  (...)
Entrei no quarto e Taehyung já estava pronto me esperando. – Puxa Ggukie, você demorou e quanta coisa você trouxe.
- Trouxe café para todos nós e trouxe algo especial pra você.
- Jura? – seus olhos dobraram de tamanho. – O que é?
- Só vai ganhar se me der um beijinho. – brinquei.
- Aigoo, Jeongguk. – corou e selou meus lábios. Entreguei a embalagem com o doce e ele sorriu largamente. – Eu amo essa torta, é a minha favorita! – pulou em meu pescoço. – Obrigado.
- De nada, come tudo para podermos ir nos encontramos com os hyungs. – ele assentiu animado e se deliciou com o doce. Fiquei feliz por isso, esquecemos nossos problemas por alguns segundos e faziam dias que eu não via um sorriso feliz e sincero estampado em seu rosto.
                              (...)
Chegamos no dormitório e os hyungs estavam apreensivos e claro eu também. Taehyung abraçou todos eles e ninguém perguntou nada sobre o porque ele tinha retornado ontem. – Eu trouxe café pra todo mundo! – exclamei e os hyungs atacaram as sacolas me fazendo rir.
- Caramba, faz quanto tempo que vocês não comem? – Taehyung ditou divertido.
                              (...)
Depois que todos comeram e estavam satisfeitos, sentamos em um círculo e Yoongi pegou uma pasta com vários papéis impressos. – Bom Tae, nós descobrimos algumas coisas ontem. – direcionou seu olhar para mim e eu neguei disfarçando para que Taehyung não percebesse. Yoongi entendeu que eu ainda não havia contado e assentiu. – Esses papéis podem incriminar o seu pai e muitas pessoas envolvidas na máfia. É perigoso mas temos que tentar. – Taehyung o olhava atentamente. - Ontem eu consegui acesso ao computador do seu pai e copiei os arquivos. Neles mostram uma lista de pessoas que já foram eliminadas por eles e as que serão ainda. – lhe entregou as folhas.
Taehyung olhou os papéis com os olhos marejados e passou a tremer. – Não acredito que ele matou todas essas pessoas.
- Não sabemos se foi ele quem realizou as mortes mas ele está envolvido. – apertei o joelho dele e ele me olhou forçando um sorriso como se quisesse dizer que estava bem.
- Bom, temos esses extratos bancários recentes no nome do seu pai também.– lhe estendeu mais alguns papéis. – Seu pai tem muito dinheiro Tae.
Taehyung olhava incrédulo os documentos. – Eu não sei de onde ele tirou todo esse dinheiro. – comentou. – Ele mentiu dizendo que estava falido, então porque raios ele quer o meu casamento com o Jaguar?
- Tae. – Namjoon tomou a vez de falar. – Nos papéis de pessoas a serem eliminadas constam o nome dos pais do Jaguar. – Taehyung paralisou. – Deduzimos que seu pai queira roubar o dinheiro deles então, casar vocês para depois matar os pais e consequentemente ele e.
- Eu. – sussurrou totalmente em choque. – Meu pai seria capaz de me matar? – soluçou.
- Por dinheiro, acreditamos que sim. – Hoseok ditou com pesar.
- Sentimos muito Tae. – Jimin apertou seu ombro.
Taehyung permaneceu estático apenas derramando diversas lágrimas, seu choque era grandioso. Saber que poderia ser morto por conta da ganância do pai era algo que ele provavelmente jamais imaginaria. Ele se levantou do chão, derrubou os papéis e deu um grito desesperado logo chorando copiosamente. Meu coração se despedaçou ao vê-lo sofrer daquele jeito, ele ainda precisava saber sobre o assassinato da minha família e eu não sei se ele aguentaria mais essa informação. Os hyungs o abraçaram e eu permaneci no mesmo lugar, me remoendo de culpa e sofrendo tanto quanto ele por ter sido covarde e não ter dito toda a verdade anteriormente.
                              (...)
Mais uma vez ele chorou muito e se acalmou depois de um tempo, ele quis ficar com os documentos e disse que entregaria o pai para a polícia. Não contestamos e apenas demos apoio para ele. No dia seguinte após as aulas iríamos acompanha-lo até a delegacia mais próxima para enfim denunciar aquele maldito. 
                               (...)
Passamos o dia no quarto com os meninos e eles conseguiram nos distrair com alguns jogos. Taehyung parecia que estava melhor e eu me senti um pouco mais aliviado por isso. 
                               (...)
Voltamos para o dormitório extremamente cansados, tomamos um banho juntos sem malícia alguma e caímos na cama. Amanhã o dia seria completamente agitado pelas aulas e pela ida até a delegacia. Eu nem acredito que finalmente esse pesadelo irá acabar. 
                                (...)
Taehyung e eu estudamos no mesmo prédio mas nossas aulas não são as mesmas porque estamos em períodos diferentes.
O relógio marcou o horário do almoço e eu mandei uma mensagem para o Jimin pedindo para que ele almoçasse comigo. Taehyung me disse que precisava fazer um trabalho extra e por isso não poderíamos almoçar juntos.  É comum aproveitarmos o almoço para estudar ou finalizar algo então não me importei.
                              (...)
No refeitório vi a imagem de Jaguar que passou por mim sorrindo, não retribui o ato apenas acenei. Ele não incomodava mais nenhum de nós e por mais que fosse estranho era melhor assim. Jimin e eu almoçamos e saímos rapidamente do refeitório, eu precisava conversar com ele e ali era praticamente impossível por conta do barulho.
Andamos para um dos jardins do campus e sentamos em uma árvore. Jimin já sabia do comportamento estranho do Tae desde que ele havia retornado da casa dos avós. – Como ele está? – perguntou enquanto devorava sua gelatina.
- Estranho. Ele disse que quer conversar comigo mais tarde e eu estou com medo. Não sei se ele descobriu Minie, eu não quero perde-lo.
- Calma Ggukie, acho que ele não descobriu nada. Talvez ele queira te contar sobre a discussão que ele teve.
- É pode ser. – observei as pessoas ao redor.  
- Como você se sente agora que tem as provas de que o pai dele matou os seus?
- Eu não sei Minie, me sinto aliviado sabe mas ainda é estranho saber que ele é realmente o culpado. Não quero que o Tae sofra, ele ficará magoado quando souber. – suspirei fundo.
- Você ainda irá se vingar?
- Não, não quero mais vingança nenhuma. No começo até queria mas agora nada mais me importa a não ser ter Taehyung comigo são e salvo.
- Você pretende contar pra ele não é?
- Sinceramente? Não sei. As vezes acho que eu devo as vezes acho que não. Eu temo a reação dele.
- Ggukie eu ainda acho que você deveria contar, você vinha suspeitando desde o começo. Seja sincero, ele merece saber mesmo não sendo algo bom. Mas enfim, se você não contar o que vai fazer com as provas?
- Queima-las.
- E o dinheiro que lhe foi roubado?
- Nada disso me interessa mais Minie, antes eu achava que eu precisava disso mas agora vi que não.
- Seja qual for a sua escolha, estarei ao seu lado sempre, você sabe disso não é? 
- Obrigado Minie.
                               (...)
Voltei para as aulas e estava um pouco mais tranquilo por ter conversado com o Jimin. Decidi que eu contaria a verdade pra ele, não importa o que acontecesse eu precisava ser verdadeiro e não seria certo omitir algo tão grave assim. 
                                (...)
O sinal indicando o fim das aulas tocou, rapidamente guardei meus materiais e me dirigi ao dormitório. Estava ansioso para encontrá-lo e tirar todo esse peso de mim.
                                 (...)
Assim que abri a porta do meu quarto paralisei totalmente. Taehyung estava com todas as provas do assassinato dos meus pais nas mãos. Ele me olhou com os olhos vermelhos e eu sabia que ele estava profundamente magoado. - T-tae.
- Por que você mentiu pra mim Jeongguk? – perguntou fechando os olhos com força.
- Eu, eu. – as palavras me faltaram assim como o ar.
- Por que escondeu isso de mim? – jogou os papéis na cama. – ME DIZ, POR QUE? – acabou gritando.
- Eu ia te contar, eu só estava esperando o momento certo pra isso.
- Você sabia disso desde o começo não sabia?
- Eu suspeitava mas tive certeza quando fui te levar até sua casa.
- VOCÊ PROMETEU JEONGGUK! – soluçou alto e eu não contive minhas lágrimas. – VOCÊ PROMETEU QUE NÃO MENTIRIA E QUE NÃO IRIA ESCONDER NADA DE MIM!
- Amor, eu não podia falar nada sem ter alguma prova real. – tentei me aproximar mas ele recuou.
- NÃO ENCOSTA EM MIM!
- Tae por favor, não faz assim.
- Você poderia ter me dito assim que descobriu, você não confia em mim como eu vou confiar em você?
- Tae me deixa te explicar por favor.
- Você se aproximou de mim apenas para se vingar não foi?
- Céus, claro que não! – limpei o rosto totalmente em vão. – Eu te amo Taehyung e sim no começo eu queria me vingar mas agora eu não quero mais. Eu desisti de tudo menos de você. – ele desatou a chorar e eu fiz o mesmo. – Por favor me deixe te explicar. – supliquei e ajoelhei em seus pés. – Na primeira vez que eu te vi eu senti que te conhecia de algum lugar mas não me lembrava de onde. Conforme fomos passando o tempo juntos eu comecei a desconfiar que era você. Eu vim sim pra cá para encontrar o culpado do assassinato dos meus pais e recuperar o que me foi roubado mas eu jamais imaginei que pudesse ser o ser o seu pai. – Taehyung deu dois passos para trás soluçando alto. – Eu tentei te perguntar algumas coisas mas vi que você não se lembrava então eu não tentei perguntar mais nada. Quando eu fui te levar até a mansão eu reconheci o lugar e encontrei a senhora Chae que me reconheceu. Eu tive certeza ali mas, como eu iria te falar disso sem ter uma prova concreta, física? Por mais louco que seu pai seja você poderia não acreditar em mim.
- Eu sempre acreditei em você! – ditou sério. – E acreditaria em qualquer coisa que você dissesse mas, você não acredita em mim. Você não confia em mim!
- Taehyung eu te amo droga! Quantas vezes eu tenho que repetir isso? Eu errei sim em não te contar a verdade mas se ponha no meu lugar, o que você faria?
- Diria a verdade! É isso que eu faria!
- Me perdoe por favor! – implorei. – Eu jamais te usei ou te usaria para qualquer coisa que seja. Eu até desisti de me vingar já que temos provas para incriminar seu pai.
- Isso não é certo Jeongguk. Você merece se vingar e merece ter o que é seu de volta. – me levantei e me aproximei dele com o rosto completamente molhado.
- Eu não quero nada disso, nada. Eu só quero você do meu lado. – ditei sincero. – Me perdoe por favor, eu sei que eu deveria ter te contado mas eu só quis te proteger.
- Jeongguk se eu não descobrisse isso você iria me contar?
- No começo não mas, depois que conversei com o Jimin decidi que te contaria hoje.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos e suspirou pesado. – Eu descobri a verdade sobre tudo no sábado. – arregalei os olhos. – Desconfiei que era você quando toquei a sua cicatriz e me lembrei do acidente da árvore. Eu não fazia idéia de que nessa altura você já sabia de tudo. No sábado eu confrontei minha mãe e ela me contou tudo sobre o acidente e eu senti nojo dela, senti nojo da minha família. Eles foram cruéis com seus pais, te destruíram e eu jamais poderia aceitar algo daquele tipo. Eu ia te contar isso hoje a noite depois que voltássemos da delegacia. Eu estava com medo de te perder Jeongguk, estava com medo de que você não me quisesse mais. Eu me olho no espelho e vejo a imagem dele refletida em mim e isso me faz querer morrer e saber o que eles foram capazes de fazer me faz querer morrer mil vezes mais. Eu não estou bravo com você eu estou magoado por você não ter me contado antes das suspeitas. Nós dois sofremos sem necessidade, tudo seria mais fácil se eu soubesse desde o começo.
- Eu sei, me perdoe.
- Não. – me encarou. – Me perdoe você por tudo o que minha família te causou.
- Você não tem culpa.
- Eu te amo Jeongguk mas entendo se você não quiser seguir adiante com o nosso relacionamento. De qualquer forma colocarei meus pais e todos os envolvidos na cadeia e o que é seu de direito será devolvido.
- Não me deixe Taehyung, por que eu não quero te deixar. – o abracei apertado. – Eu te amo muito, muito mesmo e eu só quero você comigo.
- Você vai conseguir conviver comigo sabendo que meus pais destruíram sua vida?
- Isso já não me importa mais. – encarei seu rosto e deslizei meu polegar sobre ele. – Eu quase não suportei perde-los, com certeza não suportaria te perder também.
Taehyung me abraçou novamente com mais força, não sei como ele descobriu sobre isso mas não importa. Pelo menos agora nós dois não escondemos mais nada um do outro.
- Você me perdoa? – perguntei baixinho.
- É claro que sim! – sorriu.
- Eu prometo que jamais deixarei de te contar qualquer coisa que seja. – ele arqueou uma sobrancelha. – É sério!
Taehyung riu e acariciou meu rosto. -Eu prometo que você irá recuperar tudo o que lhe foi tirado e prometo que a justiça será feita.
- Desde que você esteja comigo...
- Eu sempre estarei contigo Ggukie.