Capítulo 22.

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Após conversar com a senhora Chae eu tive mais certeza ainda de que o pai do Taehyung é o responsável por ter destruído a minha vida. Claro que eu não deixarei de me vingar desse homem e recuperarei tudo o que foi me roubado. Apesar da confusão na minha cabeça, entender que estou apaixonado pelo filho de um assassino é um tanto quanto surreal, ainda mais quando se trata do assassino dos meus pais. Porém, Taehyung não tem culpa alguma e é o mais inocente dessa história toda. Agora compreendo o porquê dele soar familiar para mim, ele é o garoto da minha infância. Mesmo que uma parte de mim me alerte para que tenha cuidado com isso e caía fora, meu coração implora para que eu não me afaste dele.
Aliás, meu coração já  o pertence desde meus sete anos de idade.
É difícil manter o auto controle quando se trata dele. Eu o quero por perto sempre em meus braços para que eu possa protegê-lo e saber que poderei fazer isso todas as noites me deixa mais tranquilo. Eu sei que por mais que boa parte de mim lute contra esse amor e tente me convencer de que ele pertence a uma família que assassinou a minha, o meu amor por ele irá prevalecer.
Consegui controlar minhas emoções e notei que ele saiu da mansão com uma mala em mãos. Fui até ele conversamos um pouco e voltamos para o carro. Tive que mentir sobre minha expressão chorosa já que eu ainda não posso contar a verdade para ele.
Sem ter provas concretas eu não posso acusar ninguém.
Tudo estava perfeitamente bem até ele entrar na secretaria da universidade e encontrar Jaguar. Óbvio que aquele idiota falou alguma coisa que o fez mudar de ideia sobre  dividir o quarto comigo. Eu sei bem o tipo de pessoa que o Jaguar é mas estive bem errado quanto ao Taehyung. Eu já percebi que ele não confia o suficiente em mim para se afastar de vez daquele cara. As vezes penso que ele ainda possa gostar dele porque não tem lógica ceder aos abusos que ele comete. Por mais que sua família corra riscos, desistir de algo que pode ajudá-lo é sem fundamentos. Taehyung me disse coisas que me machucaram, no calor do momento acabei falando o que não deveria sobre o nosso passado mas acredito que ele não se atentou a isso. Mesmo eu confessando o meu amor por ele que não é de hoje, ele nem sequer me deu a chance de que pudéssemos conversar para tentar resolver o problema. Me sinto usado, como um estepe que não foi útil e descartado e isso dói profundamente dentro do meu peito. Ele poderia ter me dado a chance de ajuda-lo e ele simplesmente ignorou tudo isso e eu jamais pensei que ele pudesse fazer isso sabendo que por ele eu faria qualquer coisa desde que ele me contasse a verdade.
Mas quem eu estou enganando? Não posso exigir a verdade dele quando eu mesmo estou mentindo.
Droga, é tudo tão difícil.
Entrei em meu quarto e tomei um banho frio tentado dissipar o nó da minha cabeça. Assim que saí do banheiro avistei as roupas que Taehyung deixou aqui, a vontade de chorar me invadiu completamente. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Jimin pedindo para que ele viesse ficar um tempo comigo, afinal ele é o único que consegue me acalmar.
                                (...)
Não sei por quanto tempo dormi até que despertei com batidas na porta. Levantei apressado e avistei a figura do meu melhor amigo do lado de fora. 
Jimin simplesmente me abraçou, pela minha expressão ele sabia que algo tinha dado errado.
- Ggukie o que houve? Cadê o Taehyung? – perguntou. – Eu tive a tarde cheia de estudos e nem os meninos eu consegui ver.
- Mine, Taehyung não ficará mais comigo. – meus olhos umedeceram.
Jimin sentou-se na cama e fez com que eu colocasse minha cabeça em seu colo. – O que aconteceu?
- Nós estávamos bem até ele encontrar o Jaguar essa tarde. Não sei o que aquele cretino falou pra ele porque ele não quis me contar. – suspirei. – Ele simplesmente me disse que não quer ficar aqui comigo, que não pode estar aqui.
- Ele deve ter o ameaçado. – acariciou meus cabelos.
- Eu sei mas não entendendo porque ele não quis me contar. Ele mudou de ideia muito rápido, Minie eu me declarei para ele porque agora eu sei que ele é o garoto da minha infância. – Jimin franziu o cenho. – Eu encontre hoje a senhora Chae.
- Aquela vizinha de vocês? – perguntou assustado.
- Sim, e ela me reconheceu.
- Jeongguk não brinca! – exclamou.
- Eu não estou brincando, ela me reconheceu e não suspeita de nada sobre a família dele ter roubado a minha.
- Caralho! Estou surpreso.
- Jimin, eu tenho certeza agora de que o pai dele é o assassino dos meus.
- Que merda Ggukie. Sinto muito por ele ser justamente o pai do Tae. Mas o que você vai fazer agora?
- Eu estou muito magoado com ele, ele não confiou em mim para que eu pudesse ajudá-lo. Eu disse que o amava Jimin e ele simplesmente me respondeu que estava confuso e carente e se iludiu perante ao que me confessou ontem.
- Não chora Ggukie. – Jimin enxugou minhas lagrimas. – Sinto muito por isso eu não deveria ter te encorajado a aceitar.
- Você não tem culpa.
- Jeongguk ninguém tem e nem o Taehyung. Ele deve estar sobre muita pressão, se coloque no lugar dele. Ele deve ter falado e feito tudo isso pra te proteger.
- Droga! Eu quem venho o protegendo desde que cheguei. Eu só queria que ele confiasse em mim.
- Ele deve estar assustado com tudo o que está acontecendo, até eu estou e olha que eu não tenho nada haver com isso. Sua vida mudou drasticamente Ggukie em quatro míseros dias. Você finalmente achou o culpado pela morte de seus pais.
- É e como consequência me apaixonei pelo filho do desgraçado.
- Taehyung não tem culpa. Ele sofre tanto quanto você. De que adianta ter os pais vivos e viver o inferno que ele vive? Você perdeu os seus mas sabia que eles o amavam. Taehyung não tem nada disso, talvez ele tenha o amor da mãe mas o pai já sabemos que não.
Jimin tem razão, eu nunca pensei por esse lado. Eu fui completamente egoísta por não ter pensado nisso.
- Você acha que eu devo desistir de me vingar?
- Não, acho que você deve sim se vingar mas deve poupar o Taehyung e talvez a mãe dele disso. E principalmente você deve contar pra ele a verdade.
- Eu não posso fazer isso, pelo menos não agora.
- Por que não?
- Eu não tenho provas, não posso acusar o pai dele de algo que não tenho como provar.
- E a pasta? La não tem nada que comprove? 
- Não, mas irei procurar um advogado essa semana.
- Acho que você deveria procurar pelo Taehyung e tentar conversar com ele. Jaguar não vai ficar no pé dele todo o tempo e outra vocês estão no mesmo prédio irão se ver.
- Minie, não sei se eu quero.
- Pare de ser orgulhoso Jeon, eu te conheço perfeitamente bem para saber que você quer resolver isso. Se aproximar dele é sua chance de tentar conseguir provas concretas sobre o pai dele. Você se vingaria e ajudaria a ele também.
- Você sabe que meu lado vingativo vai falar mais alto não sabe?
- Claro que sim mas sei que seu amor por Taehyung será maior que isso. Você realmente o ama eu consigo sentir isso. – selou minha testa.
- Mas ele não ama a mim.
- Ele mentiu Jeon, pelo amor de Deus. – revirou os olhos.
- Obrigado Minie.
- De nada. – sorriu. – Agora mudando de assunto, será que o Yoongi é solteiro?
- Você é um ser vergonha mesmo Jimin.
- Oras, por que? Você não pode falar nada se apaixonou em quatro dias.
- Não precisava jogar na minha cara isso! – fingi estar ofendido.
- Eu fui grosso mas falei a verdade.
- Ah grosso você é sempre. – ri.
- Vai se foder. – ralhou me fazendo gargalhar e esquecer por um minuto os meus problemas. 
                                   (...)
Jimin permaneceu um tempo comigo e foi embora pois precisava organizar suas coisas.
Não senti fome então não sai do quarto para ir jantar, tudo o que eu queria era pensar em como lidar com os meus problemas. E o maior deles agora era não ter Taehyung do meu lado.
Fiquei inerte na cama pensando e pensando até que bateram em minha porta. Eu tinha total certeza que seria Jimin me trazendo comida já que eu me recusei a comer.
Abri a porta e Taehyung estava parado em minha frente com os olhos cheios de lágrimas. Não consegui dizer uma palavra e nem esboçar reação até que ele correu para os meus braços soluçando baixinho.
- Jeongguk eu sei que você está com raiva de mim e magoado. – ele não elevou seu olhar até o meu. – Eu pensei que se te magoasse seria o melhor para nós dois mas não é. Eu fui ameaçado pelo Jaguar, ele não quer me ver perto de você e nem dos hyungs senão ele desmanchará o noivado. Eu ficaria feliz com isso se minha família não estivesse a beira da morte. Ele estava de longe me observando esperando que eu não voltasse com você para cá. Eu fiz a primeira coisa que consegui pensar e eu me arrependo disso. – se apertou ao meu corpo. – Eu não quero ficar longe de você e mesmo que isso custe a minha vida e a da minha mãe eu corro o risco somente por você. Tudo o que eu disse era mentira, eu também te amo. – meus olhos arderam e meu coração se aliviou. – Por favor só não me odeie, me perdoe. – suplicou em um sussurro.

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