Despertei com um barulho vindo do lado de fora, no corredor. Abri um olho percebendo que o dia já havia amanhecido. Olhei no relógio e ainda eram seis horas da manhã. Me aconcheguei em meu travesseiro e relaxei me rendendo ao sono novamente. Ouvi três batidas na porta mas meu corpo se recusou a levantar. Mais três batidas e eu cobri o rosto implorando para ser um sonho ou para que a pessoa fosse embora.
- Jeongguk vai atender essa porta antes que eu te chute daqui. – Jimin ditou sonolento e a contra gosto levantei já que ele realmente poderia me chutar.
- Você está acordado poderia ter levantado.- calcei os chinelos bocejando.
- Ué e você está dormindo por acaso? E o quarto é seu. Agora abre logo isso porque eu quero silêncio para voltar a dormir. – se esparramou na cama e eu cerrei os olhos. Jimin está abusado demais.
Caminhei cambaleando de sono pelo quarto, tropeçando nos próprios pés. – Aí! – grunhi quando bati o dedinho na quina da cama. – Isso dói pra caralho. – resmunguei. Jimin riu e eu alcancei meu travesseiro jogando em cima dele.
Com a minha demora não ouvi mais batidas na porta mas mesmo assim resolvi abri-la. Avistei Taehyung que estava dando as costas para ir embora. – Taehyung? – o olhei surpreso. – Está tudo bem?
Ele olhou de um lado para o outro e me empurrou para dentro do quarto. – Jeongguk eu preciso conversar com você.
Agora? Pensei comigo mesmo mas não me incomodei por ser ele. Taehyung sem querer esbarrou no interruptor e acendeu a luz.
- Apaga essa porra Jeongguk! – Jimin reclamou e Taehyung acabou se assustando dando um passo para trás.
- Me desculpe eu não sabia que você estava acompanhado. Eu fui mal educado em invadir o seu espaço pessoal. – falou tudo de uma vez soando nervoso.
- Calma! Ele é só o meu amigo que resolveu dormir comigo. – apontei para o corpo estirado em minha cama. - Ele está sendo o meu cão de guarda. – sussurrei.
- Eu ouvi isso hein. – ralhou e Taehyung acabou rindo.
- Deixa de ser mal educado Jimin e venha conhecer o Taehyung.
- Estou dormindo ainda. – o olhei incrédulo e Taehyung riu mais uma vez.
- Jimin! – sorri amarelo e puxei a coberta dele.
- Brincadeira. – se sentou na cama com os cabelos bagunçados e o rosto inchado. – Olá Taehyung é um prazer. Não era assim que eu esperava te conhecer. – o olhei confuso. – Digo, nesse estado. – apontou para si mesmo e me dei conta de que eu estaria pior que ele.
- É um prazer também e me desculpem por acordar vocês.
- Não tem problema. – Jimin bocejou.
- Bom, você queria falar comigo? – perguntei tentando não deixar o quarto silencioso.
- Ahn sim. – desviou o olhar.
- Olha sinto muito se vocês quiserem privacidade mas daqui eu não vou sair não. – Jimin se jogou de volta na cama e eu revirei os olhos.
- Taehyung me dê um minuto e aí nós podemos tomar um café, pode ser ?
Ele assentiu e eu rapidamente peguei um roupa qualquer no closet e entrei no banheiro. Tomei um banho de gato, me troquei e saí vendo Jimin e Taehyung conversando animadamente. Quem os visse diria que eram melhores amigos.
- Bom, vamos? – apanhei minha carteira e as chaves do carro.
- Tchau Jimin, nos encontramos por aí. – Taehyung ditou saindo do quarto.
- Eu já volto criatura. – Jimin piscou maliciosamente para mim.
- Traga meu café! – ordenou e eu bati a porta na cara dele.
- Vocês são engraçados. – Taehyung comentou enquanto descíamos os degraus saindo do dormitório.
Eu ri e o puxei para o meu carro. – Hoje eu não quero andar.
- Caramba você tem Ford F100? – perguntou animado. – Ele é de 1963! Está conservado e é lindo Jeongguk.
- Gostou? – abri a porta para ele. – Entre. – dei a volta e me sentei no banco do motorista. – Você dirige?
- Não, ainda não. Mas sou fã de carros ainda mais dos antigos.
- Bom, posso te ensinar a dirigir qualquer dia. Se você quiser é claro. – dei partida.
- Seria incrível. – sorriu.
(...)
Taehyung me indicou uma lanchonete e nos dirigimos até lá. No caminho fomos conversando sobre coisas aleatórias e até descobrimos algumas coisas em comum, além do gosto por carros e fotografia.
- Esse lugar é bom e barato. – ele parou por um segundo e me olhou. – Não estou te chamando de pobre eu só.
- Taehyung calma. – ri. – Eu gosto de coisas boas e baratas. Vamos!
(...)
Assim que entramos na lanchonete, a garçonete veio até nós sorrindo. – Taehy você por aqui no domingo? – perguntou nos estendendo o cardápio.
- Oi Sunmi. Dia de orientação aos calouros. – apontou para mim.
- Ah sim. O que vão querer?
- O de sempre para nós dois. – puxou o cardápio das minhas mãos e piscou. – Obrigado.
- Eu não tenho direito de escolha é isso mesmo? – brinquei.
- Você vai me agradecer por não ter tido. – rimos.
- Então, o que você queria conversar comigo?
- Eu queria saber o que aconteceu ontem no refeitório.
- Ah era só aquele cara tentando bancar o valentão.
- Ele te humilhou Jeongguk e você não revidou.
- Eu deveria?
- Não é que. – hesitou uns segundos. – Eu pensei que você fosse quebrar a cara dele.
- Vontade não me faltou. – ri soprado. – Eu sou bolsista e não posso arrumar confusão. Eu sou o bad boy de araque. – ele riu. – Eu sou encrenqueiro mas sei onde eu me meto e não quero te prejudicar também.
- Jeongguk eu vim te pedir justamente isso. Que você não se meta com ele, não quero que ele passe a te perseguir. Acredite ele vai te infernizar até você perder a linha, ainda mais. – parou de falar quando a garçonete nos serviu com nossos pedidos. – Obrigado. – a agradeceu. – Se ele descobrir que você depende da bolsa.
- Ele já sabe. – comi um pedaço da panqueca doce incrivelmente gostosa e Taehyung arregalou os olhos. – Isso é bom. – me referi a elas.
- Como ele sabe? – perguntou incrédulo.
- Não sei. – dei de ombros. – Não se preocupe com isso, eu não tenho medo dele. Minha preocupação maior é você. – falei sem pensar e nossos olhares se conectaram. – Quer dizer, eu não deixarei ele te coagir caso eu presencie aquilo outra vez. A não ser que vocês tenham se acertado e tal.
- Não. Eu e o Jaguar não temos nada faz tempo.
- Desculpa a pergunta mas, por que ele aparenta te perseguir?
- Ele não aparenta, ele persegue mesmo. Mas é uma longa história. – suspirou.
- Você não precisa me contar se não quiser. – ele assentiu. – Mas saiba que você pode contar comigo para o que precisar.
- Obrigado. – pousou sua mão na minha deixando um leve aperto.
- Você estava certo sobre o pedido.
Ele sorriu. – Eu avisei.
(...)
Diferente de Jimin, Taehyung insistiu para pagar o nosso café da manhã e eu quase o joguei pela janela por ser tão insistente.
Voltamos para o campus e eu o deixei em frente a secretaria. – Obrigado Jeongguk. A gente se vê. – desatou o cinto, me deu um selar na bochecha e desceu do carro.
Meu coração acelerou e por um segundo esqueci de respirar.
Eu tenho certeza que conheço Taehyung e não é de agora.
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Sweet Revenge Kth+Jjk
FanfictionJeon Jeongguk é um jovem de vinte e um anos que teve a vida transformada da forma mais cruel que existe. Cresceu sendo amparado pelos avôs que lhe deram todo o apoio, amor e carinho que necessitava. Jeongguk através de uma conversa "proibida" desco...