Um trovão explodiu causando um estrondo gigantesco no prédio fazendo com que eu desse um pulo da cama. Com o coração acelerado me sentei tentando controlar minha respiração por conta do susto. Senti a mão quente de Jeongguk segurar o meu pulso e senti um alívio incomum. – Tae, está tudo bem? – perguntou sonolento.
Virei meu corpo para o dele e fitei seu rosto inchado e fofo. – Está, eu assustei com esse trovão. Acho que vai chover. – comentei.
- Volta pra cama. – resmungou e me deitei novamente me aninhando nele. – Está tudo bem mesmo?
- Sim.- entrelaçamos nossas pernas. – Ggukie, posso te fazer algumas perguntas.
- Claro, o que você quiser. – coçou os olhos.
- Você comentou sobre seus avós, de onde você veio e desculpe estar sendo invasivo mas você não tem pais? – Jeongguk ficou em silêncio alguns segundos. – Eu não deveria ter perguntado, me desculpe.
- Não, tudo bem. – retirou os fios de cabelo dos meus olhos. – Eu vim do interior de Busan, eu e Jimin. Eu morei quando criança aqui em Seoul mas quando meus pais morreram eu voltei para lá com meus avós.
- Eu sinto muito pelo seus pais. – ditei sincero.
- Obrigado. – selou o topo da minha cabeça.
- Do que eles morreram? – perguntei sendo curioso como sempre.
- Morreram em um acidente de carro quando eu tinha dez anos. Morreram no dia do meu aniversário. – suspirou pesado. – Na verdade eles foram assassinados.
- Meu Deus, que horror! – exclamei. – Mas pegaram os culpados?
- Não, a pessoa que matou os meus pais está impune até hoje e roubou toda a nossa fortuna.
- Vocês eram ricos?
- Éramos, tínhamos um empresa e uma mansão aqui. Eu não lembro de muita coisa sobre minha infância. Acho que o trauma da perda bloqueou muita informação.
Jeongguk me lembrou novamente o amigo de infância que eu tive, ele se mudou logo depois que seus pais morreram e eu nunca mais soube de nada sobre ele. Eu infelizmente não consigo me lembrar do nome ou de mais detalhes sobre o seu rosto.
- Eu sinto muito Ggukie, de verdade. Espero que essa pessoa que destruiu vocês possa pagar por isso. Sua história me lembra de um garoto que eu conheci quando eu tinha uns sete anos, nós éramos amigos e de repente nos afastamos, depois de alguns anos soube que ele perdeu seus pais também. Depois disso, nunca mais soube de nada referente a ele, ás vezes eu tenho vontade de saber como e onde ele está mas não tenho a mínima ideia de como procurá-lo.
- Eu também espero que o culpado seja punido. Você não lembra de nada sobre esse amigo? – perguntou.
- Não, não consigo me lembrar do nome e nem do rosto dele, aliás a única coisa que eu me recordo é que eu o chamava de coelhinho porque quando ele sorria lembrava um coelho. Já tentei perguntar para os meus pais sobre mas eles sempre dizem que não sabem de nada. – notei os lábios de Jeongguk tremerem e seus olhos umedecerem. – Está tudo bem?
Ele assentiu. – Me desculpe, falar dos meus pais me deixa assim. Mas pode perguntar o que quiser eu não me importo de verdade.
- Foi por isso que você voltou pra cá?
- Foi, quero tentar descobrir algo que me ligue ao meu passado e quem sabe recuperar o que me foi roubado.
- Eu espero que você consiga isso e se precisar de mim, pode contar comigo. – sorri e ele selou o meu nariz. – Como era sua vida em Busan?
- Monótona mas feliz. Meus avós são incríveis e divertidos e eu sempre fiz tudo com o Jimin. Ele sempre me ajudou desde que nos conhecemos.
- Jimin é legal, tem jeito de ser um bom amigo mesmo.
- E é, ele sempre consegue enfiar juízo na minha cabeça. – riu. Vendíamos os doces da minha avó nas ruas e era bem divertido. Vovô planta legumes em nossa horta.
- Sua avó vende doces? Eu amo açúcar.
- Vende e os doces dela são divinos. Quero que um dia você os conheça e quando isso acontecer, ela vai te entupir de açúcar.
- Eu adoraria conhecê-los. Você fala com tanto carinho deles, seus pais deveriam ser tão incríveis quanto eles.
- Eles eram sim.
- Eu queria poder dizer o mesmo sobre minha família sabe, minha mãe é a única que não me deixou de lado ainda. Eu sinto que meu pai me esconde algo, ele nunca responde minhas perguntas sobre como conseguimos enriquecer e ir morar na nossa atual moradia. Minha mãe acredito que saiba mas, parece ter medo que eu descubra.
- Você nunca tentou descobrir nada sozinho?
Neguei. – meu pai vive no escritório e se ele esconde algo deve estar lá dentro... Só que ele nunca da brecha para alguém entrar lá sem ele. Eu tentei uma vez e ele me espancou. Desde então desisti de tentar entender. Ele parece esconder coisas tão sombrias e cruéis que talvez seja melhor eu não saber. O ruim de tudo isso é que sempre assemelham a minha imagem com a dele. Quando as pessoas descobrem quem eu sou se afastam por medo, Jaguar é o único que me enche porque meu pai o apoia nas maluquices dele.
- Como você conheceu os hyungs?
- Conheci eles quando se mudaram aqui para o bairro quando crianças. Todos eles foram adotados por um casal de idosos que faleceram há bastante tempo. Jin sempre foi o responsável por todos por ser o mais velho e quando meu pai me batia e eu fugia, ele me acolhia. Ele e Namjoon passaram a namorar quando cresceram, não são irmãos de sangue mesmo então não tem problema. Os dois tiveram um papel importante na minha vida, me ensinaram muitas coisas boas mesmo não sendo muito mais velhos do que eu. Todos eles, principalmente o Yoongi já brigaram com meu pai por minha causa. Eles são mais do que meus amigos, são minha família e meu apoio. Não importa o que eu faça ou o que aconteça eles sempre estão aqui pra mim. Como hoje por exemplo. – suspirei. – Antes de eu vir aqui conversamos muito e eles me ajudaram a esclarecer a mente. Eles são pra mim o que o Jimin é pra você.
- Eu tenho certeza que sim. – selou meus lábios.
- Eu queria que tudo fosse diferente Ggukie. Não queria ter que fazer papel de ator e engolir os sapos do Jaguar. Eu queria não sofrer na mão dele e do meu pai, queria ser livre e poder fazer o que eu bem entendesse. De certa forma eu te invejo, por mais que você tenha perdido seus pais você sempre soube que eles te amavam e tem avós maravilhosos. Eu não seria ninguém se não tivesse os hyungs. – senti um nó na garganta.
- As vezes nós temos que passar por situações ruins para aprendermos alguma coisa. Eu sofri muito para entender que eu fui amado desde que nasci. Sempre me questionei sobre o porque eles morreram mas, entendi que isso me ajudou a crescer e me dar força para enfrentar qualquer coisa. – me olhou terno. – Você é forte Taehyung, mais forte do que imagina. Você se arrisca para proteger quem você ama e isso é um grande ato de coragem. Tudo que vivenciamos sempre irá servir para alguma coisa. Eu nunca amei ninguém antes mas quando bati meus olhos em você meu coração quase saltou do meu peito e agora eu estou aqui completamente apaixonado por você. Todos podem dizer que é loucura se apaixonar em quatro ou cinco dias mas a verdade é que meu coração me mostra que sempre te pertenceu.
Eu não consegui dizer mais nenhuma palavra, apenas tomei seus lábios em um beijo repleto de carinho e sentimentos.
Jeongguk faz com que eu me sinta bem de uma maneira inexplicável .
Estranhamente inexplicável.
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Sweet Revenge Kth+Jjk
FanfictionJeon Jeongguk é um jovem de vinte e um anos que teve a vida transformada da forma mais cruel que existe. Cresceu sendo amparado pelos avôs que lhe deram todo o apoio, amor e carinho que necessitava. Jeongguk através de uma conversa "proibida" desco...