A semana passou mais rápida do que de costume e quando me dei conta já era sexta-feira. Amanhã viajo com Jimin para Seoul e confesso que estou nervoso pelo o que irei enfrentar nessa nova fase da minha vida.
Meus avós estão na cozinha preparando o jantar enquanto eu estou retirando minhas roupas do closet. Durante a semana toda eu me preparei mentalmente para isso mas está sendo inevitável conter as lágrimas enquanto arrumo minhas coisas. Desde que eu vim para cá eu nunca saí daqui e por mais que eu tenha aproveitado o máximo os últimos dias na presença deles para mim está sendo doloroso dizer adeus por um tempo.
- Querido? – vovó apareceu na porta. – Está tudo bem? - forcei o meu melhor sorriso e assenti. – O jantar está quase pronto.
- Eu já vou vovó, obrigado. Só irei pegar as malas no porão.
- Tudo bem.- sorriu e saiu.
Respirei fundo terminando de colocar as roupas na cama, não tenho muitas coisas então não iria ser dificil colocar tudo dentro das malas.
(...)
Ascendi a luz do porão e desci as escadas, desde que eu vim morar aqui eu nunca havia entrado nele. O cômodo estava uma bagunça e com muita poeira. Eu tenho rinite alérgica então já coloquei os pés na escada espirrando sem parar.
Avistei as bagagens sem dificuldades já que tudo ali estava misturado e por sorte além de tê-las achado facilmente, elas estavam envoltas de um plástico e isso significa que eu não irei precisar limpá-las antes de utilizá-las.
Peguei-as e acabei batendo a cabeça em um armário enferrujado fazendo com que uma pasta caísse de cima dela.
- O que é isso?- me abaixei e passei a mão sobre ela para tirar uma pouco da poeira. – Atchim! – espirrei pela milésima vez. – Jeon Yoona e Jeon Jaebum. – li os nomes na primeira folha. – laudo da perícia técnica de Seoul. 03 de setembro de 2007.- arregalei os olhos e folheei rapidamente os papéis dali. – São informações dos meus pais!- exclamei.
- Jeon?- ouvi vovô me chamar do topo da escada. Rapidamente escondi a pasta por debaixo da camisa e peguei uma das malas no colo. – Quer ajuda meu filho?
- Atchim! Quero vô, obrigado. – ele se aproximou e pegou a outra bolsa.
- Você deveria ter pedido para eu vir pegar, sua renite já atacou e isso está uma bagunça. – olhou para os lados. – Sua vó vai me matar quando ela resolver aparecer aqui. – ditou divertido. – Ela vai me xingar igual o dia em que eu quebrei aquela travessa dela lembra?
Ri. – Claro que eu lembro, até a vassoura ela pegou. Se não fosse por mim e pelo Jimin, o senhor teria apanhado. – ambos gargalhamos com a lembrança e subimos as escadas saindo dali.
O riso cessou e meu avô me encarou. – Agora não terei mais você para me defender.
- Vovô se o senhor qui.
- Não, não, não Jeongguk eu quero que você vá.- me interrompeu. - Quero que vá e aproveite tudo. Nós ficaremos bem. – assenti. – Você é inteligente e é uma pessoa boa, só me prometa que fará de tudo para não se aborrecer por lá.
- Prometo não me machucar e nem machucar a vocês. Vocês irão sentir orgulho de mim.
- Nós já somos orgulhosos de você.
(...)
Terminei de secar o último prato e fui para meu quarto, meus avós já tinham se retirado e provavelmente já deveriam estar dormindo. Minhas malas estavam prontas com tudo o que eu imaginei que irei usar na faculdade. É estranho observar o lugar que eu passei anos, agora praticamente vazio. Peguei a pasta que escondi debaixo do colchão e passei a ler tudo o que havia ali.
(...)
O dia amanheceu, é sábado e em poucos minutos estarei na estrada com meu melhor amigo. Não preguei os olhos a noite inteira lendo todo o conteúdo que descobri por acaso. Os papéis mostravam que meus pais morreram em um acidente criminal, haviam cópias de alguns documentos que indicavam inúmeras dívidas na antiga empresa e uma carta endereçada aos meus avós mandando que eles não se metessem em nada pois senão minha vida entraria em risco. Eu passei boa parte da noite me remoendo em culpa e chorando, no instante em que eu penso em desistir de ir atrás algo me incentiva a ir adiante e, ter achado esses papéis me mostrou que eu devo seguir em frente mas tomando cuidado para não me auto prejudicar e nem prejudicar meus avós.
Guardei a pasta em minha mala pois irei levá-la comigo para analisar melhor os papéis quando eu já estiver instalado na universidade.
Tomei meu último café da manhã com meus avós que se emocionaram muito e desejaram milhões de coisas boas como sempre faziam.
Enquanto esperava o Jimin chegar andei por toda a casa me despedindo de cada cantinho dela. – Sentirei falta de tudo aqui. – balbuciei para mim mesmo observando as fotos da estante.
- Campeão. – vovô pousou uma mão em meu ombro. – Jimin já chegou. – respirei fundo e seguimos para fora da casa. Vovó e Jimin estavam abraçados e eu acabei rindo da cena.
- A avó é minha Jimin, sai! – brinquei e ele me socou fraquinho no ombro.
- Bom dia pra você também! – ralhou.
Vovô guardou as nossas malas em minha caminhonete. – Estão prontos? - perguntou se pondo ao nosso lado. Olhei para Jimin que apesar de estar sentindo o mesmo que eu em relação a partida, estava radiante por estar indo conquistar seu sonho. Eu ainda não tinha contado para ele sobre o que eu havia achado, deixaria para quando já estivéssemos lá.
- Sim, estamos. – sorri e Jimin bateu palminhas. Nos abraçamos em conjunto e olhei pela última vez minha casa e meus avós antes de entrar no carro.
- Uh eu nem acredito que iremos sair desse buraco de cidade. – ditou divertido colocando seu óculos aviador no rosto e passando as mãos pelos cabelos. Moramos no interior de Busan na parte mais afastada de tudo e Jimin nunca saiu daqui para nada.
Coloquei meus óculos escuros também e selecionei uma estação de rádio estrangeira. Liguei o carro e dei partida acenando pela última vez e buzinando.
Pegamos a estrada e eu me contagiei com a animação do Jimin. If It Makes You Happy de Sheryl Crow iníciou no rádio fazendo o baixinho dar um grito histérico e aumentar o volume consideravelmente.
- EU AMO ESSA MÚSICA! – gritou animado. Cantamos o refrão juntos. – ESTAMOS CHEGANDO SEOUL!!!!! – berrou a plenos pulmões com a cabeça pra fora do vidro me fazendo rir.
É Seoul definitivamente estamos chegando.
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Sweet Revenge Kth+Jjk
Fiksi PenggemarJeon Jeongguk é um jovem de vinte e um anos que teve a vida transformada da forma mais cruel que existe. Cresceu sendo amparado pelos avôs que lhe deram todo o apoio, amor e carinho que necessitava. Jeongguk através de uma conversa "proibida" desco...