Capítulo 20

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- Mãe não demore para fazer suas malas, enquanto isso irei fazer as minhas. – ditei sério. – Se ele for em seu quarto apenas o ignore.
- Filho, isso não dará certo. Eu não quero que seu pai faça algo contra você. – choramingou.
- Mãe. – pousei minha mão em seu ombro. – Eu tenho a chance de salvar a nós dois, eu não aguento mais isso. Olha meu braço e se olhe no espelho. Seu rosto tem estado roxo nesses últimos anos mãe, eu não suporto mais saber que ele te machuca. Eu amava o papai e hoje só consigo sentir ódio dele e do Jaguar. Eu também estou com medo mas esse foi o único meio que eu encontrei de nos ajudarmos. Por favor tome a mesma coragem que eu e vá para a casa da vovó. – pedi.
- Promete que irá me visitar nesse tempo? – acariciou meu rosto.
A casa dos meus avós é longe de onde moramos e por alguma razão meu pai se comporta extremamente bem na frente deles e com minha mãe lá por um tempo, ele não irá incomodá-la.
- Claro que sim mãe. – Minghyu passou por nós correndo na escada e entrou apressado no escritório. – O que foi isso? – perguntei.
- Deve ser algum recado da máfia. – suspirou.
- Vamos logo mãe, vamos sair daqui.
Fui para o meu quarto e peguei o que era essencial para mim, roupas, material de estudos da faculdade, notebook, celular, minha câmera e peguei também a minha caixinha de dinheiro que eu guardo há muito tempo. Seja lá o que aconteça no futuro pelo menos conseguirei me virar por alguns meses sozinho.
                                  (...)
Depois de ter feito minha mala, caminhei até o quarto da minha mãe que terminava de pentear o cabelo. – Ele veio até aqui? – perguntei e ela negou. – Ótimo, vamos logo antes que ele saia de lá.
                                 (...)
Chamei o Minho e pedi que ele nos ajudasse com as nossas malas.
- Minho leve-a até a casa da vovó por favor.
- Você não quer que eu te leve até o campus primeiro? – sorriu.
- Não, eu já tenho uma carona. Obrigado.
- Os meninos estão lá fora?- minha mãe perguntou um pouco animada, ela adorava os hyungs e por conta das idiotices do meu pai eles passaram a não me visitar mais em casa.
- Não, Jeongguk apenas. – mais uma vez ela ficou estática ao ouvir o nome e totalmente pálida. – Mãe, por que quando eu digo o nome dele você reage assim?
- A-assim c-como?
- Fica pálida, aparenta estar nervosa... Tem alguma coisa que eu não saiba?
- N-não meu filho, é só impressão sua. – Minho terminou de colocar suas malas no carro. – É melhor irmos, não?
- Tudo bem. – nos abraçamos e ela selou minha bochecha. – Não deixe ele se próximar de você, nos vemos no final de semana.
- Se cuide meu filho. Eu te amo, qualquer coisa me ligue.
- Também te amo! Se cuida mãe.
Ela entrou no carro e eu saí para fora do portão segurando minha mala em mãos.
Jeongguk estava encostado em seu carro e sorriu quando me viu saindo. Correu até a mim e pegou minha mala. – Deu tudo certo? – perguntou.
Assenti e observei seu rosto que estava avermelhado e levemente inchado. – Está tudo bem? Você parece ter chorado.
- Está tudo bem sim, eu recebi uma ligação dos meus avós e sinto saudade deles. – senti verdade no que ele falou e como nos conhecemos há apenas 4 dias eu ainda não sei quase nada sobre ele. – Podemos ir? – assenti. – E sua mãe? – no momento em que ele perguntou o portão foi aberto com Minho dirigindo o carro da família.
- Está indo para a casa dos meus avós. – Minho apenas buzinou enquanto eu e Jeongguk fomos para seu carro. A bagagem foi guardada e eu me acomodei no banco do passageiro. – Tem certeza de que eu posso ficar com você? Se quiser eu peço um dormitório na secretaria, terei que pedir a autorização mesmo.
- Me sentiria ofendido se você não ficasse comigo. Taehyung, eu preciso de você. – acariciou meu rosto me fazendo sorrir.
- Você pode me deixar na secretaria assim que chegarmos no campus? Quero pedir logo a autorização e uma cama. – pedi.
- Está com medo de dormir comigo de novo? – me olhou sugestivo.
- Não, mas é bom ter outra cama não é? Podemos unir as duas. – sugeri entrando na brincadeira dele.
- Eu prefiro dividir uma cama só, menos espaço é melhor para a união de dois corpos.
- Você tem razão mas, pense pelo lado positivo. Quando brigarmos cada um dorme de um lado assim evita de eu querer te chutar pra fora dela.
- Oh! Pensando assim é melhor termos duas mesmos. – rimos e ele deu partida no veículo.
                              (...)
Paramos em frente a secretaria, liberei meu cinto e abri a porta. – Pode ir se quiser eu volto caminhando depois.
- Nada disso, irei te esperar aqui. – meu coração deu um salto com a sua preocupação por mim. Sorri e desci me sentindo leve pela primeira vez em anos. Consegui enfrentar meu pai e proteger minha mãe, ficarei livre dele e do Jaguar por um tempo e ainda conheci um rapaz incrível que me fez ficar apaixonado a primeira vista. Para tudo melhorar significativamente eu só teria que descobrir as merdas do meu pai para fazê-lo pagar por tudo e ter paz pelo resto da vida.
Entrei na secretaria e fiz a solicitação para a mudança no dormitório dos alunos de fotografia e não tive problemas com nada graças ao meu voluntariado no campus. Isso me dá uma série de privilégios como por exemplo, poder sair e entrar no dormitório quando eu quisesse. Outros alunos não tem escolha, se você sair você não volta principalmente bolsistas.
Assim que saí da recepção avistei Jeongguk encostado no carro observando o campus distraído, suspirei audível contemplando sua beleza quando senti alguém segurar o meu braço machucado.
- Aonde pensa que vai? – a voz de Jaguar soou próxima ao meu ouvido.
- Não te interessa, me solta! – pedi e ele riu.
- Bem que seu pai me disse que você estava com coragem o suficiente para enfrentar todo mundo. – debochou.
- O que você quer?
- Você, oras. Estamos noivos, esqueceu?
- Não estamos noivos ainda. – rosnei.
- Escuta aqui. – apertou meu braço. – Você acha que se deu bem enfrentando o seu pai mas não se esqueça que você depende de mim. Se eu quiser cancelar essa droga de noivado eu cancelo e aí não haverá porra de parceria nenhuma. Tanto você quanto sua família dependem de mim agora. – meus olhos umedeceram e Jeongguk percebeu o que estava acontecendo vindo correndo até a mim. – É melhor você fazer o que eu mandar senão vocês todos morrerão. – soltou meu braço. – Minha primeira ordem é que você se afaste desse idiota e faça com que ele fique longe de mim. – ditou entre dentes e saiu.
Jeongguk se aproximou ofegante e me abraçou enquanto Jaguar ia embora sem olhar para trás. – Ele te machucou? Você está bem? – perguntou preocupado. – Eu vou atrás dele.
- Ggukie por favor, não vá! – implorei.
- Tudo bem mas só porque é  você quem está pedindo. – me abraçou novamente com mais força ainda. – O que ele fez pra você?
- Só falou bobagens como sempre. – derrubei algumas lágrimas.
- Vamos para o nosso dormitório assim você se acalma. – sorriu terno.
- Eu não poderei mais dividir o quarto com você Jeongguk. – tentei não desabar no choro.
- O que? – me olhou confuso.
- Eu não quero mais dividir o quarto com você. – solucei alto deixando-o estático me olhando.

Sweet Revenge Kth+JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora