Assim que me aproximei do Taehyung após eu ter dado uma pequena lição naquele lixo do Jaguar, imaginei que ele pudesse ficar contente por eu tê-lo defendido mas, aconteceu totalmente o oposto. Ele se encolheu e se afastou de mim, talvez ele estivesse assustado com a cena que acabou de presenciar então decidi não me aproximar mais, apenas entrei no carro esperando que ele e os demais entrassem para que eu pudesse levá-los até o hospital.
Jin me guiou durante todo o percurso já que eu não conheço a cidade e em poucos minutos chegamos na emergência. Ele entrou com Taehyung, fizeram a ficha e em poucos minutos foram chamados pelo médico. Eu e Jimin ficamos aguardando do lado de fora da recepção.
- Pode xingar Jimin, estou preparado. – suspirei pesado sentindo seu olhar queimar sobre minha pele.
- Não irei te xingar Ggukie. – arregalei os olhos e ele riu. – Acho que aquele cretino merecia mais. Pelo o que eu ouvi da conversa deles antes de você chegar, parece que ele coage o Taehyung sempre que tem a oportunidade.
- Eu já imaginava. Por que está me olhando como se quisesse me matar? – ele se sentou ao meu lado.
- Na verdade não quero te matar, eu só estava te observando.
- Como um psicopata. – ri.
- Você se importa com ele não é? – me olhou terno.
- Pela minha ação de hoje sim, não? - desviei meus olhos do dele.
- Você sabe do que eu estou falando...
- Jiminie, por favor. - supliquei para que ele não falasse nada porque eu já sabia o que ele iria falar.
- Não é errado sentir atração por alguém Jeongguk! – sua expressão mudou.
- É errado quando isso acontece em menos de dois dias! - bufei irritado. - Minie eu sinto que vou enlouquecer. – pousei minha cabeça em seu ombro. – Desde o primeiro dia que eu o vi eu senti que já o conhecia, quando estou perto dele meu corpo treme por inteiro. Meu instinto de proteção nunca falou tão alto prova disso foi a situação de hoje.
- Por isso eu.
O interrompi. - Minie não. Eu não posso, tem o Jaguar envolvido nisso eu simplesmente não posso.
Jimin sempre foi muito bom em deduzir ou sacar as coisas. Ele sabe absolutamente tudo sobre mim e qualquer mínima alteração comportamental que eu tenha, ele nota, me analisa e me aconselha.Tudo o que eu disse sobre o Taehyung é verdade. Perto dele eu sinto um misto de sensações boas e ruins.
- Quando eu o olho, meus olhos parecem conhecer cada partezinha de seu corpo. Eu juro que ele até tem uma pintinha no nariz. – Jimin me olhou assustado.
- Isso é estranho, você nunca repara em ninguém assim. Mas nem quando quer flertar.
- Por isso eu suspeito de que ele seja o garoto que convivia comigo na minha infância.
- É isso é bem suspeito. Enfim, será que podemos mudar de assunto e discutir isso depois? – pediu.
- Como você os encontrou?
- É sério? – revirou os olhos.
- Sim. - Jimin se deu por vencido.
- O quarto do Hoseok é do lado do meu, eu estava tentando dormir e estava vindo um barulho horroroso de lá. Até então eu não sabia quem eles eram a não ser o Taehyung. Quando eu bati na porta pra pedir para eles falarem um pouco mais baixo eu vi o Tae chorando, aí eu perguntei se estava tudo bem. Eles discutiam sobre não ter como leva-lo ao hospital e eu cogitei você.
- Acho que ele não gostou que eu bati no Jaguar. Sinto que ele ainda gosta dele então acho que eu devo pedir desculpas. E acredito que eu deva me afastar também. – senti um incômodo no peito.
- Eu acho que ele se assustou por você ter gritado e ter socado o cara. Quem não te conhece como eu se assusta fácil, você irritado é coisa de outro mundo. Não acredito que ele ainda nutre sentimentos por ele, quem quer ficar com uma pessoa possessiva como aquela? Taehyung me parece mais inteligente que isso. – pousou uma mão em meu ombro.
- Eu sei que é tudo muito recente mas, acho que eu trouxe problemas maiores para ele. Saímos para tomar um café e o cara quase quebrou o braço dele, imagine se a gente fizesse qualquer outra coisa? Eu prefiro me afastar enquanto é cedo.
- Você quem sabe. Só não se arrependa depois.– ditou antes do Jin aparecer.
- Ele está bem? – perguntei me levantando.
- Está, foi chamado para fazer um raio-x. – Jin me olhou de uma maneira estranha e eu me perguntei mentalmente se ele havia ouvido algo da minha conversa com Jimin.
- Você está bem Jin? Parece apreensivo. – Jimin perguntou.
- Estou bem, só preocupado. – hesitou alguns segundos. – O hospital quer saber o que aconteceu já que o braço do Taehyung está com marcas de dedo. Provavelmente vão pressiona-lo até ele falar e irão envolver polícia no meio. Jaguar, policia, Taehyung e o pai dele não são uma boa combinação.
O pai dele? Perguntei a mim mesmo não entendendo absolutamente nada.
- Enfim, precisamos ajudá-lo para que polícia não entre no meio disso. – Jin me olhou receoso.
- Posso ir até la? – perguntei. – Eu vou resolver isso. – ele assentiu e eu fui levado para a enfermaria.
Taehyung estava sentado de olhos fechados recebendo medicações endovenosas. Perguntei se ele estava bem e após ele assentir eu pedi desculpas por ter batido no Jaguar. Ele tentou dizer algo mas eu não quis saber sobre os sentimentos dele por aquele cara. Pelas ações dele eu sei que ele ainda o ama. Fiz menção de ir embora mas o doutor apareceu chamando-o de senhor Kim. Simplesmente paralisei ao ouvir as três simples letras.
Outra coincidência bizarra, o sobrenome Kim.
Minha cabeça entrou em parafuso, primeiro o fato dele ser estranhamente familiar e agora ter o mesmo sobrenome do homem que meus avós citaram. São informações demais para serem processadas com rapidez.
Acabei repetindo o sobrenome em voz alta o que fez com que ele estranhasse um pouco, porém consegui disfarçar meu nervosismo e surpresa.
O médico explicou que ele teve uma luxação e que ficaria bem mas ele precisava saber o que tinha acontecido. Os olhos de Taehyung denunciaram pânico e então eu inventei uma história maluca o suficiente para que o médico acreditasse e por fim ele acreditou.
Agradeci aos céus por isso.
Taehyung me perguntou o porque eu havia feito aquilo e eu disse que não queria mais lhe causar problemas. Lhe dei um selar na testa e disse que chamaria o Jin para ficar com ele ali.
Eu não queria deixá-lo mas o orgulho dentro de mim é maior que qualquer coisa. Eu definitivamente não tenho chances contra o Jaguar em seu coração.
(...)
O caminho de volta para o campus foi silencioso, eu me recuso a aceitar que Taehyung ainda ame o Jaguar e principalmente que ele possa ser filho do mostro que acabou com a minha vida.
Calma Jeongguk, respira. Repeti mentalmente como um mantra tentando acalmar a agitação dentro de mim.
Estacionei o carro e esperei até que todos descessem. Jimin deu a volta e veio até a janela do meu lado. – Você está bem?
- Estou, só quero ir para o meu dormitório.
- Eu passo lá depois, vamos jantar juntos? – assenti e dei partida e antes de sair com o carro Jimin segurou meu braço. – Hey Ggukie, não pira por favor.
Buzinei duas vezes saindo dali com aceno de todos.
(...)
Cheguei no meu dormitório e fui direito para debaixo do chuveiro. Lembranças dos meus pais invadiram minha mente assim como a conversa dos meus avós e o sobrenome e a face de Taehyung.
- Kim Taehyung. - balbuciei fechando os olhos com força .
Sem perceber lágrimas rolaram em abundância e eu solucei alto como uma criança indefesa. Poderia ser apenas uma terrível coincidência, aliás existem milhares de pessoas com o mesmo sobrenome mas, algo dentro de mim diz que isso pode não ser apenas um mero engano.
Encostei meu corpo no piso frio e deslizei lentamente pela parede até me sentar no chão.
E ali, debaixo do chuveiro, chorei como o dia em que perdi meus pais.
(...)
Era em torno de sete horas da noite quando eu e Jimin adentramos o refeitório para jantarmos. Para a minha sorte não havia sinal algum do Jaguar e nem de Taehyung e seus amigos. Pegamos a comida em silêncio e nos sentamos em uma mesa qualquer.
- Você não os viu mais depois que saí?
- Não Ggukie, depois que dois homens parecidos com seguranças pessoais foram até lá todos eles sumiram. Estranho não?
- Bastante. – coloquei uma colherada da comida na boca. – Até que não é ruim. – comentei.
- É até comível mesmo. – rimos. Ouvimos um barulho típico de trovão ecoar sobre o refeitório. – Acho que vai cair uma tempestade. Melhor comermos rápido.
(...)
Não demorei com Jimin no refeitório pois queria voltar antes da tempestade que ameaçava cair além do fato de ter que dormir cedo já que amanhã começará às aulas e a rotina não será a mesma.
Infelizmente no meu quarto não tem tv, mas pelo menos a universidade oferece wi-fi gratuito então, meu notebook me salvaria do tédio até a hora que o sono me pegasse. Mais um trovão ecoou me dando um leve susto, o barulho da chuva não demorou a ser ouvido e pelos ruídos estava chovendo bastante lá fora.
Vesti meu pijama mais confortável e fechei a janela por conta do vento, escovei os dentes, apaguei as luzes, selecionei uma série qualquer e me joguei na cama.
(...)
Despertei com batidas na minha porta, olhei o relógio que marcava onze horas da noite em ponto. Totalmente desnorteado levantei e xinguei até a última geração dos Park's já que eu tinha certeza de que era Jimin ali.
Abri a porta preparado para lhe puxar as orelhas quando dei de cara com Taehyung todo molhado, com uma mochila em mãos e chorando bastante.
- Jeongguk. – ele pronunciou meu nome de maneira desesperada e obviamente chorosa.
Abri mais a porta e segurei o seu rosto. – O que houve Tae? Por que está molhado assim? E por que está chorando?
Ele nada disse, apenas me abraçou fortemente chorando copiosamente.
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Sweet Revenge Kth+Jjk
FanfictionJeon Jeongguk é um jovem de vinte e um anos que teve a vida transformada da forma mais cruel que existe. Cresceu sendo amparado pelos avôs que lhe deram todo o apoio, amor e carinho que necessitava. Jeongguk através de uma conversa "proibida" desco...