Capítulo 15.

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O gosto dos lábios do Taehyung era melhor do que eu imaginava. Doce, gostoso, quente e viciante como uma maldita droga.
O beijo iniciou-se tímido com um simples selar até que ele solicitou passagem com a língua e obviamente eu não hesitei em ceder. Me inclinei sobre seu corpo para que pudesse beija-lo da melhor forma possível ao mesmo tempo em que ele passou seu braço pelo meu pescoço passando a puxar levemente os cabelos da minha nuca. O estalar das línguas se enroscando uniram-se ao som das nossas respirações pesadas e falhas. Parecia que eu estava em um sonho do qual eu não queria acordar. A lentidão do ósculo deixava tudo melhor ainda, movíamos a cabeça lentamente em uma perfeita sincronia. A anatomia de nossos corpos parecem ser feitas sob medida de um para o outro com um encaixe perfeito. Eu nunca havia provado um beijo tão bom quanto esse. Infelizmente, a falta de ar se fez presente nos obrigando a quebrar o ósculo que foi finalizado por minha parte, sugando seu lábio inferior e o selando em seguida.
Taehyung abriu os olhos lentamente e me fitou de uma maneira doce e terna.
Meu coração saltava dentro de mim e eu nunca tinha sentido isso antes por ninguém. Encarei seu rosto bonito, agora com os lábios vermelhos e inchados por conta do beijo e Taehyung é a pessoa mais bonita que eu já vi. Sorri acariciando sua bochecha corada e eu juro por tudo que é mais sagrado que eu já o conheço há anos. Nada nele me parece estranho, nem ficamos constrangidos com o beijo, eu tenho certeza de que ele já fez parte da minha vida seja na infância ou até mesmo em vidas passadas.
Taehyung sorriu mínimo e beijou minha mão que afagava seu rosto. Eu poderia beija-lo todos os dias por todos os minutos existentes somente para sentir seu gosto doce.
- Acho que está na hora de dormirmos huh? – sussurrei notando que eram duas horas da madrugada.
- Sim, me desculpe te fazer ficar acordado até tão tarde.
- Eu ficaria acordado todas as noites se elas terminassem assim. – umedeci meus lábios.
- Assim como? – perguntou.
- Com você ao meu lado me beijando. – confessei. Ao mesmo tempo que parecia tão certo, parecia tão errado. Taehyung é cheio de problemas e nossa aproximação só piorar-iria sua relação com seu pai e Jaguar porém, eu não consegui me manter longe. Eu não consegui me controlar e provei o fruto proibido. É isso que ele significa para mim, algo proibido do qual eu não posso ter pra mim.
- Ggukie. – sussurrou baixinho.
- Não precisa dizer nada, eu só queria que soubesse que eu gosto de você e sempre que precisar de ajuda eu estarei aqui. – selei brevemente sua testa. – Vamos dormir. – me levantei, desliguei o notebook e voltei a me deitar.  
Não permiti que ele falasse nada porque eu sei que é tudo muito complicado para ele.
Me senti feliz apenas por saber que ele também sente algo por mim senão não me pediria para beija-lo.
Paixão, desejo carnal, excitação, não importa o que fosse, ele sentiu vontade de me beijar tanto quanto eu senti por ele e isso não era de todo ruim. 
Cobri nossos corpos com os cobertores e me ajeitei na cama. – Jeongguk?- me chamou e rapidamente elevei meu tronco e murmurei um “hm”. – Posso te pedir uma coisa? – perguntou.
- Claro, o que foi?
- Me abraça? – pediu um tanto manhoso. Relaxei os ombros e passei um dos meus braços sobre o pescoço dele fazendo com que nossos corpos se unissem. Com o outro abracei sua cintura, taehyung se aninhou feito um gato em mim e eu senti que ele estava confortável ali. – Boa noite.
- Boa noite Tae. – ditei por fim.
                         (...)
Despertei com o barulho irritante do despertador tocando, queria muito taca-lo na parede e só não fiz porque era o meu celular. Cocei os olhos e Taehyung se remexeu na cama despertando em seguida. – Bom dia! – sua voz soou mais rouca e grave que o normal.
- Bom dia, dormiu bem? – ele assentiu coçando os olhos e formando um bico fofo nos lábios. – Que bom. – me espreguicei e bocejei audivelmente.
- Ggukie eu queria te pedir mais um favor. – sentou-se na cama.
- Claro, o que você precisa?
- Posso ficar aqui hoje? Os primeiros dias de aula só são importantes para os calouros e eu queria pensar no que vou fazer daqui pra frente em relação ao meu pai. Sei que ele virá atrás de mim e não vai ser nada bom quando ele me encontrar.
- Posso ficar com você se quiser. – sugeri.
- Eu não quero que ele descubra quem você é, meu pai é cruel o bastante para acabar com a vida das pessoas e se algo acontecesse com você eu não me perdoaria nunca.
- Tudo bem, o que você quiser. – me levantei indo em direção ao closet para pegar uma roupa confortável.
- Então eu posso ficar? – me olhou seriamente.
- Fique o tempo que precisar. – ele suspirou parecendo estar aliviado.
- Posso usar seu celular? O meu acabou ficando em casa. – me perguntou com receio e eu acabei rindo de sua expressão vergonhosa.
- Pode sim, está aí ao lado.
- Obrigado.
                          (...)
Tomei um banho rápido e me arrumei para o meu primeiro dia de aula, eu não estou animado e temo em deixar Taehyung sozinho aqui.
- Conseguiu usar? – perguntei assim que saí do banheiro.
- Nossa! Você está bonito. – minhas bochechas esquentaram com seu elogio repentino.
- Obrigado. – murmurei.
- Eu consegui usar sim, liguei para o Hoseok. Ele e os hyungs viram aqui hoje, você se importa? – neguei.
- Eu vou até o refeitório pegar café pra você.
- Não precisa, os hyungs irão trazer quando todos entrarem em aula. É bom que Jaguar não te veja saindo de lá com comida ele pode deduzir que eu estou com você.
- Mas quando ele ver que você não está com os meninos ele vai deduzir que você está comigo. – ditei soando óbvio.
- Jaguar não chega perto dos hyungs e nem do dormitório deles. Por isso, ele vai achar que eu estou com eles.
- Bom, de qualquer forma fique com o meu celular e tranque a porta assim que eu sair. Aí na lista de contatos tem o número de Jimin, faltam. - chequei as horas. -  Trinta minutos para o início das aulas. Se precisar falar comigo ligue para ele. Eu irei encontra-lo mais cedo para explicar o que aconteceu e assim ele se previne de falar algo com o Jaguar, ok? – Taehyung assentiu, peguei minha mochila com meus pertences e me ajoelhei na cama onde ele estava sentado. – Tem certeza de que não quer que eu fique?
- Tenho, eu ficarei bem.
- Então até mais tarde. – fiz menção de me levantar e ele selou meus lábios singelamente logo me abraçando em seguida.
- Boa aula Ggukie e obrigado mais uma vez.
- Já pedi para não me agradecer. – levantei batendo as mãos no joelhos. – Tranque a porta e só abra quando tiver certeza de quem está do outro lado. – adverti.
                           (...)
O campus estava repleto de alunos andando de um lado para o outro, encontrei Jimin próximo ao refeitório e entramos para tomarmos café juntos.
- Caramba Ggukie, coitado dele. – comentou assim que sentamos em uma mesa afastada dos demais alunos. – Eu nunca pensei que ele passasse por algo desse tipo, quem olha pra ele nem imagina algo assim.
- Pois é, ontem ele estava desesperado e eu senti verdade no que ele disse.
- Acho que ninguém inventaria algo assim. – mordeu um pedaço de um pão. – Ontem eu ouvi alguns barulhos do quarto do Hoseok, decidi ir lá para saber se estava tudo bem mas, quando eu fui ele já não estava mais lá. Deve ter saído após saber o que estava acontecendo né? – assenti. – E quanto ao beijo? – perguntou sem malícia.
- O que é que tem? – sorvi um pouco do  meu café com leite.
- Oras, você é a pessoa mais chata que eu conheço e não beija qualquer um então. – fez um gesto com as mãos me incentivando a falar mas permaneci calado. – Desembucha!
- Ah Minie, eu me sinto completamente estranho ao lado dele. Eu não consigo explicar é muito louco. Eu quero protegê-lo, eu quero tê-lo só pra mim, eu sei lá eu nunca senti isso antes. Essa noite foi a melhor da minha vida desde que perdi meus pais, eu me senti amado. - Jimin me interrompeu. 
- Seu ingrato. –  jogou um pedaço do seu pão em meu rosto. – Pensei que você soubesse que eu te amo também, bom saber que meu amor por você não significa nada. – dramatizou.
- Jiminie você sabe do que eu estou falando.  
- Eu sei, só queria cortar o clima doce estava atiçando minha glicose. – riu e eu revirei os olhos. – Mas agora é sério, acho que você se apaixonou.  
- Parece que eu já sou apaixonado por ele há muito tempo Minie e tem outra coisa que eu achei estranha.
- Mais uma coincidência bizarra? – mordeu mais um pedaço do pão. - assenti.
- Taehyung disse que sua vida mudou quando ele tinha em torno de sete anos, eles não eram ricos mas após essa idade ficaram. Ele disse que o pai tem uma empresa de fachada para lavagem de dinheiro.
- Você não perguntou sobre o que é a empresa?
- Ele parece não saber das coisas entende, ontem ele me contou tudo o que realmente sabia por isso nem questionei.
- É, quando alguém se envolve com essas coisas de máfia tem que manter sigilo. Digo no caso do pai dele. Eu achava essa coisa toda uma fantasia, pra mim só existia nos filmes.
- Pelo visto parece mais real do que imaginamos.
                         (...)
Terminamos de tomar o café e depositamos nossas bandejas nos locais indicados para a lavagem das mesmas, ao sairmos do refeitório eu e Jaguar esbarramos um no outro. Nos encaramos por alguns minutos e acabamos chamando a atenção de todos por ali. Não me dei ao trabalho de proferir um A sequer a ele, apenas o olhei de modo ameaçador e espero que ele tenha entendido o recado.
Entrei em meu carro junto com o Jimin e dei partida levando-a para o prédio de agronomia.
- Vocês dois me dão arrepios. – comentou.
- Ele não me causa arrepio nenhum, somente repulsa. Eu já saquei a dele, sozinho ele é manso mas na frente dos outros ele se engrandece.
- Ggukie posso te fazer uma pergunta? – assenti prestando atenção ao volante. – Se o Taehyung for realmente o filho do cara que destruiu sua família, o que você irá fazer?
Eu realmente não havia pensado nisso ainda.
- Sinceramente, eu não sei. Não sei se eu seria capaz de amar alguém que fez parte disso. – estacionei. 
- Você sabe que se for ele ou qualquer outra pessoa na época era somente uma criança assim como você.
- Eu sei Jiminie mas é difícil sabe, como eu poderei amar e ficar com uma pessoa cujo o pai assassinou os meus?
- Eu só acho que você não deveria misturar as coisas, além do mais não temos certeza de nada. Eu só não quero que você se machuque.
- Não irei me machucar.
- Certo, eu tenho que ir afinal falta cinco minutos. Te vejo no almoço? – assenti. – Boa aula mané.
- Boa aula roliço.
- Não me chame de gordo. – desferiu um tapa leve em meu ombro. – Faz tanto tempo que você não me chama assim, que nostalgia. Me sinto velho.
- Tchau Jimin! – o empurrei para fora do carro senão ele ficaria se recordando da época em que nos conhecemos e quando ele fazia isso  nem Cristo conseguia para-lo.
                          (...)
Durante a minha primeira aula eu não consegui prestar atenção em absolutamente nada, meus pensamentos voltavam-se todos para Taehyung e nas palavras do Jimin.
Abaixei a cabeça na carteira e suspirei pesado.
Tudo o que eu temo é que ele seja o filho do homem que destruiu minha vida.

Sweet Revenge Kth+JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora