Capitulo 12

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Rafaella

Estou andando com Dalila nos braços desde as 3 horas da manhã, ela não consegue dormir, se contorce de tanta cólica e eu não sei o que fazer.
Já tentei de tudo...
Leite, colocar ela de barriga pra baixo, fazer massagem, dar banho, conversar,  andar com ela, fui até na varanda com ela, mas Dalila não para de chorar.
Não sou a mãe dela, não sei o que fazer, não tenho leite materno, não tenho um colo materno que possa acalmar ela.
Sentei no sofá e Dalila ainda chorando, também comecei a chorar.

- Calma, meu amor! Por favor... Eu... Ah, Dalila, eu não sei mais o que fazer para te acalmar.

Devagar, seguro sua cabeça e olho para ela, chorando, um pouco vermelha e meu desespero a aumentando a cada segundo mais.

Devagar, seguro sua cabeça e olho para ela, chorando, um pouco vermelha e meu desespero a aumentando a cada segundo mais

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- Shiii, meu amor... eu estou aqui, eu... eu sei que não sou sua mãe, não sou a Raissa, mas sou a titia Rafa e estou aqui, meu amor... por favor, para de chorar...

Escuto a campainha, arrumo Dalila em meus braços, com ela ainda chorando, limpo minhas lágrimas e levanto caminhando até a porta, pelo olho mágico, vejo que é Gilda, imediatamente abro.

- Oh, meu Deus, da pra ouvir o chorinho dessa riqueza no prédio inteiro, querida.

- Gilda, eu não sei mais o que fazer, não sei... - digo chorando, não mais alto que o choro da Dalila. - Eu não sei mais o que fazer...

- Calma, querida! Calma! Me da essa pequena chorona aqui...

Ela pega Dalila dos meus braços e entra, balançando ela em seus braços, fecho a porta limpo minhas lágrimas e me sento no sofá.
Gilda senta também, segura Dalila, que ainda chora e olhando para ela, sorrindo, pergunta:

- O que foi, bebê? Em? Tem uma mantinha?

- Tem... Temos! Eu vou pegar!

Levanto e rapidamente caminho até o quarto, pego a manta de Dalila e logo retorno a sala, entrego a mesma para Gilda e volto a me sentar.
Gilda forra a manta no sofá e coloca Dalila em cima, mesmo com ela chorando, Gilda tem uma calma imensa. Ela enrola Dalila na manta e então a pega.

- Quando bebês choram assim e nada os acalma, pode ter certeza que se trata de uma cólica. Sabe o que os acalma?

Nego com a cabeça.

- Enrolar eles em um cobertor quentinho e colocar sua pequena barriguinha em contato com a sua. Depois é só cantar alguma música de ninar e esperar a calma chegar...

Gilda balança Dalila e logo o choro desesperado é substituído por resmungos.
Respiro aliviada e sorrio para Gilda que começa a cantar uma música de ninar.
Então os resmungos são substituídos por um suspiro e um silêncio acolhedor.
Gilda abre um sorriso de lado e pisca levantando e devagar, sentando ao meu lado.

- Pega ela... E tenta você agora.

- E se eu não conseguir? Eu...

- Tenta, querida!

Olho para Dalila, olhando para Gilda e com a mãozinha na boca, balanço a cabeça assentindo e devagar, pego Dalila dos braços de Gilda.
Faço como ela me ensinou e coloco a barriguinha dela em contato com a minha, aos poucos começo a balançar e quando percebo, já estou cantando a nossa música:

- Não é necessário lágrimas, lágrimas, - olho para Dalila, minha pequena esta me encarando com seu olhar cheio de vida e amor. Sorrio acariciando sua bochecha. - a tia está aqui, e vai te proteger! Não é necessário lágrimas! Não é necessário lágrimas! Eu vou te proteger...

Abrir meus olhos e senti o peso do corpinho de Dalila, olhei para o lado e percebo que Gilda não está mais na sala, coloquei a coberta para o lado - que com certeza Gilda me cobriu quando acabei dormindo - e levantei devagar.
Entrei em meu quarto e coloquei Dalila no berço, de lado, sorri e acariciei seus cabelinhos.

Entrei em meu quarto e coloquei Dalila no berço, de lado, sorri e acariciei seus cabelinhos

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- A titia promete que vai ser uma mãe boa para você, meu amor... - fitei o porta-retrato com uma foto minha e de Raissa no criado-mudo, ela estava grávida de Dalila, peguei a foto e sorri acariciando o rosto da minha irmã. - Eu prometo que vou dar o meu melhor, Raissa, eu prometo, irmã...

Coloco o porta-retrato no criado-mudo novamente e respiro fundo, olhando mais uma vez para o anjinho que esta dormindo, depois de uma noite tumultuada.
Escuto a campainha, apago a luz do quarto, adendo o abajur, assim que saio do quarto, fecho a porta e logo que chego na porta, abro e então fito Pedro, acabo respirando aliviada e amarro meu cabelo em um coque frouxo.

- Que horas são?

- Nove e meia da manhã. Combinamos de ir na igreja marcar o batismo, lembra?

Respiro fundo lembrando do nossa conversa ontem, entro e percebo que ele também entrou pois fechou a porta.
Coloco água na chaleira e logo o fogo, encosto na pia e logo Pedro também está encostado na pia, olhando para o nada, assim como eu estou olhando para o nada.

- O que houve?

- Dalila não dormiu a noite toda. Ela estava com muita cólica e eu não sabia o que fazer. Ela acordou a Gilda, nossa vizinha e só depois que ela veio, Dalila se acalmou e dormiu.

Respiro fundo.

- Eu sou um fracasso!

- Não!

Ele pega minha mão, o encaro.

- Não diz isso! Você não é um fracasso. Você está fazendo o que pode e tenho certeza que Dalila será grata, ela é grata!

- Acha que tem algum tipo de remédio para a cólica?

- Eu posso ver com a Bete? Quer que eu marque uma consulta? 

Respiro fundo.

- Não... Eu falo com ela depois.

Olho para a água fervendo e volto minha atenção para Pedro, ele sorri e coloca um tufo do meu cabelo atrás da minha orelha.
Sorrio sentindo o toque de Pedro e sinto uma correntegelada passar por todo meu corpo.
Então percebo que nossos rostos estão se aproximando de uma forma desconcertante, quando nossos lábios estão a ponto de se tocarem, escuto o chorinho agudo de Dalila, imediatamente me afasto de Pedro.

- Eu... Eu... Eu vou ver a Dalila.

- Eu... Eu faço o ca... o café!

Em passos largos e rápidos caminho até o quarto e vejo minha menina resmungando.
A pego em meus braços e toco meus lábios, ainda sentindo o corpo de Pedro próximo ao meu.
Selo meus lábios na bochecha de Dalila e suspiro...
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Voltei!!

Desculpem o sumiço, muitas coisas acontecendo!

Já já tem mais!

De repente mãe - Completa - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora