Capitulo 18

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Rafaella

Estacionei o carro na porta da casa de Talita, saltei para fora e abri a porta dando passagem para o furacão passar.
Logo Talita surge com seu barrigão e atrás dela está Vitor, sorrio para os dois e Dalila já está abraçada a madrinha e acariciando a barriga dela.

- Olha elas aí! Pensei que tinha me esquecido!

- Nunca! Nunca mesmo! Aí que saudade de vocês!

Abraço minha amiga e comprimento Vitor, Dalila já está no colo do tio rindo com as cócegas que ele faz em sua barriguinha.

- E como está meu Bento?

- Sapeca - acaricio a barriga de 7 meses de Talita. - Ele não para quieto. Bom, agora está dormindo, mas quando ele começar ninguém  segura esse menino.

- Mamãe, quando eu estava na sua barriga. Quer dizer. Quando eu estava na barriga da mamãe Raissa, eu também mexia igual ao Bebento?

Aperto os lábios, sorrio para Talita e depois volto minha atenção para Dalila.

- Sim, Lila! Você mexia muito. Parecia que estava dançando na barriga da Raissa.

- Eu era balalina!

Todos começamos a rir com a palavra que ela diz, pego Dalila dos braços de Vitor e beijo sua bochecha. Talita convida a gente para entrar e logo estamos dentro da casa.

- Lila, a Dani fez um bolo de chocolate beeem recheado, que tal a gente ir comer um pedaço?

- Eu quero!!!

- Vamos vem!

Quando ela está prestes a correr atrás de Vitor para a cozinha, a chamo:

- Ei mocinha, venha aqui.

Ela se aproxima já sabendo o que vou dizer, seguro o riso, mas me mantenho firme.

- Foi pedaços e pronto ouviu bem?

- Três?

- Dois e não se fala mais nisso, mocinha!

- Está bem, mamãe!

Ela beija minha bochecha e então sai correndo para a cozinha fazendo Talita e eu darmos risada.
Volto minha atenção para minha amiga gravidinha, ela abre um sorriso terno e começa:

- Conta tudo! Como está no hospital? Como é ser uma fisioterapeuta respeitada? E o Pedro? Quando vai ter um bebê?

- Eita! Se acalma aí, menina!

Damos uma gargalhada.

- O hospital está bem. Quando ao fisioterapeuta respeitada, nem tanto assim. Eu só faço meu trabalho. E o Pedro... Bom - levanto minha mão esquerda e Talita fica boquiaberta. - estou noiva!

- Eu não acredito!! Que maravilhoso! Meu Deus! Minha amiga vai casar!! Finalmente, depois de 5 anos te enrolando, ou melhor, os dois se enrolando, até que enfim!! Finalmente!

- Foi tão lindo... tão... tão... O Pedro é o amor da minha vida e eu me sinto a mulher mais sortuda de todo esse planeta!

Sorrio respeitando fundo.

- Eu só queria que minha irmã estivesse aqui para ver tudo isso que esta acontecendo. 

Talita pega minha mão.

- Tenho certeza que Raissa esta muito feliz por você. Você esta educando a filha dela de uma forma tão linda, tão terna, está educando a Dalila com tanto amor... Ela está feliz! Ela está muito feliz. Eu tenho certeza disso!

Abraço ela no mesmo instante, quando nos afastamos, limpo algumas lágrimas que abandonam meus olhos sem que eu percebesse e sorrio.

- Vamos falar de coisas boas! Quando você vai marcar? O casamento?

- Ainda não sabemos. Vamos ver isso com calma. Mês que vem Dalila faz 5 anos e estamos nos preparativos para a festinha. Vocês vão não é?

- Claro! Claro que vamos. Bento, Vitor e eu vamos comprar um lindo presente pra ela. E qual vai ser o tema?

- Adivinha?

- Princesinha Sofia!

- Exatamente!

- Ah, convenhamos, ela é uma verdadeira princesinha!

- Ela é!!

- Gostou?

- Meu Deus...

Estamos em uma paróquia perto da casa de Talita, sinto meu coração acelerar com os detalhes da paróquia.
Sinto como se eu já tivesse vindo aqui, como se eu conhecesse esse lugar, como se em algum momento da minha vida eu estive nessa paróquia.
Toco a cadeira de madeira e então sorrio me virando para Talita.

- Pelo jeito você gostou. Eu sabia que iria gostar. Eu achei um pouco parecida com a que você foi batizada. A do orfanato.

- Parece que eu já vim aqui em algum momento. Uma sensação de dejavi...

Sorrio e volto a caminhar pela paróquia, encantada com os detalhes antigos.
Então fito Dra. Bete saindo da sacristia com algumas lágrimas caindo por suas bochechas e sendo amparada pelo Padre, que deve ser o pároco da paróquia.

- É a pediatra da Dalila?

- Acho que sim...

Quando termina de se despedir do padre, ela limpa suas lágrimas e quando esta pronta para sair da paróquia Dra. Bete da de cara comigo e com Talita.
Ela limpa suas lágrimas rapidamente e abre um sorriso carinho de lado. Também sorrio.

- Rafa, Talita, tudo bem com vocês? Não sabia que conheciam essa paróquia.

- Eu não conheço. Talita quem me apresentou - digo rindo.

- Acabei conhecendo quando me mudei para o bairro. Como sei que Rafa gosta de paróquias, apresentei para ela.

- Essa paróquia é maravilhosa. Me remete muitas recordações!

Ela diz e seus olhos se inundando de lágrimas. Pergunto:

- A senhora está bem?

- Eu estou... Estou bem. Obrigada por perguntar.

Sorrimos.

- E a Lila? Como está a pequena?

- Bem! Ela pergunta quando vai na sua casa novamente. Vai na festinha de 5 anos dela, não vai?

- Com toda a certeza! Dalila é minha netinha, do... do coração.

- Ela é sim!

Sorrio.

- Bom, eu preciso ir. Estou, estou de plantão e tenho algumas consultas hoje. Até logo meninas!

Bete parece correr da nossa presença, Talita e eu nos entreolhamos e então escuto a voz do padre chamando por Talita.
Ela atende e presto atenção em Bete que sai da paróquia com pressa...
Será que ela está bem mesmo?
Dra. Bete é uma mulher tão boa que pensar que ela pode estar sofrendo por alguma coisa me deixa triste.
Ela cuidou de mim quando comecei a amamentar Dalila, me deu apoio e ficou ao meu lado como uma verdadeira mãe, a mãe que eu não tive.
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Até logooo!

De repente mãe - Completa - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora