Capítulo 28

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Rafaella

- Dalila ainda está com um pouco de febre, damos uma medicação para a febre abaixar e notei que ela esta com sintomas de desidratação. Ela tem se alimentado? Tomado água?

Bete pergunta me encarando.

- Ela não está comigo...

Olho para Samuel e ele se apróxima de Bete, começando a dizer:

- Ela comeu apenas um sanduíche hoje pela manhã, mas só depois que eu insisti muito. Ela não queria comer nada.

- Ela é uma criança. - Digo sentindo um odio grande me invadir. - Você não deve acatar o que ela diz, deveria ter conversado com ela e explicado que era para o bem dela. Não se deixa uma criança de 5 anos sem comer.

Digo quase pulando em cima de Samuel, mas Pedro me segura me pedindo calma, pela Dalila.
Voltamos nossa atenção para Bete, que nos pede calma.

- Já administramos soro na veia dela e ela vai melhorar, é só dar alimento para ela, mesmo ela não querendo. É importante. Mas o que aconteceu, o que está fazendo a febre dela não abaixar é a saudade...

- Como assim?

- Ela está com você?

Samuel balança a cabeça assentindo.

- Desde que Dalila deu entrada na emergência com febre alta, a única pessoa que ela chama é a Rafa. É febre emocional.

- Está dizendo que ela esta dessa forma porque está com saudade da Rafa?

- Crianças na idade dela tendem a ter febre emocional quando são afastadas de algo ou alguém que amam muito. No caso da Dalila, ela foi afastada da mãe e a forma dela dizer que está com muita saudade, é essa...

Começo a chorar e Pedro me abraça acariciando meu cabelo, Samuel olha para mim e para Bete, com algumas lágrimas descendo por suas bochechas e com uma expressão estranha, talvez culpada.

- Rafa, ela está chamando por você. A febre só vai abaixar quando ela ver a mãe dela.

Olho para Bete, ela abre um sorriso terno e no mesmo segundo, um sentimento de gratidão invade meu corpo e acabo sorrindo também.

- Dirce vai te acompanhar até o quarto dela... Mais tarde volto para examinar ela novamente.

- Obrigada, Bete!

Ela sorri, faz menção de dizer algo, mas parece desistir e após pedir licença, sai da sala de espera nos deixando.
Beijo Pedro assim que vejo Dirce chegando,  ela me chama logo a acompanho indo para o quarto onde está minha pequena.
Assim que chegamos no quarto, abro a porta e entro fitando a minha pequena deitada na cama, com a camisola do hospital, tomando soro na veia e com alguns fios ligados ao corpo monitorando seus batimentos cardíacos e a febre.
Selo meus lábios na sua testa, logo Dalila abre os olhinhos e assim que me vê, os arregala e abre um sorriso gigantesco.

- Oi, meu amor! É a mamãe...

Digo rindo ao ver sua reação inesperada ao me ver.
Pego sua mãozinha, a beijo e me sento na cama, acariciando suas bochechas gordinhas.

De repente mãe - Completa - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora