Aquela com o jantar

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  Queria dedicar esse capítulo a Beatriz que fez a nova capa desse livro, ficou uma gracinha. Muito Obrigada mesmo!


Por Madlyn;

Confirmo o meu look básico em frente ao espelho e observo Owen vestido, não está nada mal, esse homem não tem como ficar ruim.  Ele tem um ótimo bom gosto para roupas. Camisa despojada branca, calça jeans, sapato social e uma bela jaqueta preta. Que homem! 
— É para combinar com o seu vestido. — ele fala ao perceber que eu não desgrudei o olhar dele.
— Sério?
— Não, estava brincando. Foi a primeira coisa que achei. 
 — Ah!Bom, pelo ao menos não é xadrez. 
—  O que tem contra o meu xadrez?— ele protestou. 
— Nada.
Ele vem por trás de mim e esfregou lentamente a sua barba no meu pescoço, meu corpo se arrepia e de certeza esse homem vai me deixar em chamas novamente.
— Hm... O que você está fazendo? 
— Nada. Apenas me olhando no espelho e você atrapalhando.
— Owen no modo divertido. — sua barba ainda me provoca arrepios. Aproveito o seu momento e me viro em sua direção, gosto da maneira qual ele me segura pela cintura, — Iremos chegar atrasados, não? 
Agora ele não parece se importar e eu muito menos, dou um beijo discreto em sua boca. 
— Mal posso esperar para esse jantar terminar. — ele sussurra em meu ouvido.  
— Somos dois. — completo. — Porém é melhor deixar esses hormônios em em banho Maria por enquanto.
— Sim senhora. — concordamos. Eu sinceramente espero sair viva de là. 

A brisa da praia faz o calor de Miami aliviar pela noite. Está agradável essa hora. Acredito que em nova York essa época já esteja congelando com a chegada do outono. Owen com sua gentileza, colocou sobre a sua jaqueta sobre o meu peitoral. Caminhamos lentamente até a casa dos Monteiros. Ele está com o seu braço na minha cintura e falamos algumas abobrinhas no caminho. — no caso eu sou a pessoa que falo a abobrinha. 
— Você viveria em um lugar como esse? — pergunto. Se eu nao falar ele fica em silêncio. 
— Miami não me agrada.
— Como não? Miami è viva, cheia de alegria e o mar azulzinho que lembra o Caribe. 
— Um lugar mais tranquilo me atrai.
— Você morava em Nova York, não existe nada mais caótico que Nova York.
— Detestava. 
— E por que ficava?Por motivos de trabalho? Agente do FBI não deve ser fácil. Você também andava de jatinho para procurar os serial killers? 
— Serial killer?
— É. Tipo igual naquelas séries policiais. Criminal minds. 
Owen ri e enfia as mãos nos bolsos. 
— Eu não era dessa área, atuava em cibercrimes. 
— Atuava? Não atua mais? 
— Não. Fui afastado por um tempo.
— Imagino pelo o que aconteceu, não foi fácil ter que superar. 
Ele pausou um pouco e parou de caminhar.
— Qualquer dia te conto, eu preciso te contar, não apressadamente — pelo o tom da sua voz acredito que não seja algo agradável. 
— Compreendo. — ele voltou a ficar em silêncio e lá irei novamente puxar um assunto. — Sabe Owen...Você não deveria ter dito que não podíamos nos envolver. 
— É. Não deveria ter dito, mas é complicado, estamos vivendo juntos.
— Você sabe que estou bem envolvida com você, e eu estou gostando desse sentimento. Não sei como vai terminar, mas estou apreciando cada momento ao seu lado. Me desculpa por confessar isso como uma garota inocente.
— Você é inocente Madlyn e isso te deixa ainda mais encantadora. 
Minha bochecha fica vermelha, abaixo a minha cabeça igualmente aquelas mocinhas de filmes românticos.
—  E o que você pensa disso tudo?
— O lugar ideal para mim seria numa colina em algum lugar longe e frio. Esse é o meu ideal. 
Eu não entendo o que ele quis dizer com isso, se eu troco rápido de assunto, o Owen è expert. 
— Mas desde que te conheci, um lugar quente na praia parece interessante. 
— Isso é fofo. — digo baixinho com um sorrisinho estampado no rosto. Ele me encosta na parede e me beija de surpresa, suas mãos são fortes e seguram a minha cintura. Owen me beija com gentileza e eu o respondo a altura. Meus braços envolvem o seu pescoço e eu não que largue. Ele termina com selinhos espontâneos em meus lábios. 
Owen desperta os mais diferentes sentimentos em mim e aqueles que eu acreditava que nunca iria chegar para mim. Será que è isso o que eles chamam de paixão?Eu não acredito que estou vivendo esse sentimento, em fato eu nunca pensei que isso chegaria para mim.
— Quando isso terminar eu sei que não conseguirei ficar longe de você. — ele me diz e sorri. 
— Eu já não consigo ficar longe de você Owen. 
 Seguimos de mãos dadas pela calçada como um verdadeiro casal, è uma sensação gostosa ter alguém ao meu lado.
Mal percebi e já estamos na frente da casa dos Monteiros. Minha mão está suando, a ansiedade me arrebata. Se eu estou assim, penso sobre o Owen e tudo o que ele está pensando.
— Você está bem?
— Melhor do que pensei. — ele me responde e em seguida tocou a campainha da mansão. — Somos os Adams. 
 — Somos os Adams. — repito confiante e ao mesmo tempo tremendo. 
Nao demora e a porta é aberta e Soraya aparece deslumbrante com um vestido vermelho digno do tapete vermelho do Oscar e ao seu lado, o seu marido. 
— Aí estão os Adams. — ela fala sorridente e radiante. 
— Aqui estamos. — digo com um belo sorriso que chega a doer a estrutura do maxilar. — Prazer em te rever, tão linda. — está mesmo.
— Entrem. — Fernando fala e nos cumprimenta. — Como está com a BMW?
— Dei de presente para ela. — Owen fala sorrisonho. 
— Eis aqui um homem apaixonado. — Fernando fala. — Sabe como fazer uma mulher feliz. — de perto, ele de fato está diferente do El Salvador que conheci, realmente ele segue bem o seu papel de homem da sociedade. — Aceita tomar alguma coisa Owen? Posso te chamar de Owen, certo? 
— Claro Monteiro. — meu marido fake respondeu entusiasmado.  — Tenho que pedir autorização da minha esposa.
— Me chame de Fernando. Aceita tequila?— Owen me olha rapidamente. 
— Só não exagere. — digo gentilmente e preocupada.
— Só um gole. 
— Já que os homens vão beber, venha Maddie, aguardemos a Judith. Aceita vinho?
— Claro.
— Vamos para a sala de jantar, estou arrumando os últimos detalhes.  — caminho com ela e noto os quadros expostos na parede, quanta arte! Soraya  faz questão de me explicar cada obra daquela, ela è uma conhecedora do assunto, uma pessoa culta. Espero que ela não me pergunte nada, a única coisa que eu sei sobre na vida são fofocas de celebridades. 
— Isabelle! Não corra querida, vai acabar se machucando. — ela avisa gentilmente a filha. 
— Isabelle? — repito o nome da filha dela abismada. — Sua filha se chama Isabelle? — è impossível não recordar a imagem de Isabelle que conheci.
— Sim.Isabelle. O Fernando è apaixonado por esse nome, era o nome da vozinha dele. Nao è o meu favorito, mas ele insistiu. Isabelle, diga um oi para a nossa convidada Maddie.
— Prazer em lhe conhecer. — diz a garotinha de lindo cabelo loiro longo e olhos verdes. Puxou a mãe, claro. 
— Prazer em lhe conhecer, pequena. — não tenho dúvidas do quanto o Fernando é doente, como ele pode ter colocado o nome da filha com o mesmo dela?
Isabelle me falava que ele a amava e que os dois iriam ter uma vida juntos. Ela quando caiu nos gostos dele, já não atuava como as outras meninas, era exclusiva dele. Evidente, que eu só sabia o que ela me contava. Ele não esperava que ela traísse ele daquela maneira. Afinal, ninguém sabia o que se passava na mente da Belle. Nem ela. 
— A propósito Maddie, você è professora, conseguiu a vaga na escola?
— A diretora me disse que assim quando abrir uma vaga me chamará.
Soraya apenas move a cabeça.
— Admiro a sua paciência, eu só tenho paciência com a Isabelle. Aliás, querida vá treinar a lição de piano. 
 — Certo mamãe. 
— Vamos Maddie, eu preparei um menu maravilhoso para o jantar de hoje. 
— Estou ansiosa para provar. A decoração está linda. — elogio. 
— Coloquei em homenagem ao outono que chegou. Folhas alaranjadas sobre a mesa, pinhas e frutas da estação. Adoro mexer nessas coisas. 
— E você parece ser talentosa para isso. Está impressionante. — está mesmo. Rica, bonita e de bom gosto. 
Escuto barulhos de um copo caindo e vejo que a Judith chegou
— Desculpa. — ela falou, parece estar nervosa. — Soraya, nem preciso te elogiar, tudo está tão perfeito. Maddie, que linda você está. Sempre linda. 
— Imagina, você também está.
— Você está bem? — Soraya pergunta,mas nem olha no rosto dela, está preocupada com a decoração da mesa nos mínimos detalhes. 
— Podemos conversar rapidinho?Maddie, não se importa?
— Claro que não. 
— Um minuto. — Soraya fala e as duas vão para uma salinha e fecham a porta. O meu lado curioso não resiste, eu tiro os sapatos e ando de ponta de pés até a porta da salinha. 
— Como?
— Eu não aguento mais. Ele me ameaçou, bateu na nossa filha quando ela veio me defender. 
 — Não sei o que dizer Judith. 
— Eu fiz uma besteira. 
— Do que está falando? — Soraya pergunta. 
— Não sei se funcionou, acho que não.
— Judith, eu não vou falar sobre isso, eu tenho até medo de saber. 
— Ele disse que iria nos matar, ele consumiu demais aquela maldita droga. Então eu dobrei a dose.
— Nossa senhora.  Vamos voltar para a sala, comemos e depois vamos arrumar um jeito disso. Não vai acontecer nada com ele, Edgar já teve overdoses, não será novidade.  Mas agora, precisamos manter as aparências para os Adams, isso se vamos conseguir com o Edgar drogado. 
— Eu não vou conseguir manter as aparências. — ela diz aflita. 
— Precisará. — a voz dela é forte. 
Eu corro para perto da mesa e puxei uma cadeira e me sento, enfio os sapatos e pego um pedaço de pão e finjo que nada aconteceu. 
— Voltamos. Já com fome Maddie? 
— Um pequeno aperitivo. Fiquei tão ansiosa com o jantar que nem comi pela tarde.
— Não se preocupe, não irá demorar. Vou chamar os homens para iniciarmos. Ah, Maddie, o marido da Judith bebeu um pouquinho — ela me explica calmamente. — Está um pouco alterado. Se é que me entende.
— Tudo bem Soraya. Não será um incômodo. 
Judith sentou-me ao meu lado e noto que ela está tremendo e está extravasando isso na comida. 
— Está tudo bem? — pergunto para ela.
— Sim. — ela me responde, dá para ver como ela está tensa. Posso imaginar o inferno que ela vive em casa com o marido viciado. Parece que aqui em Miami, ninguém é tão feliz como parece. 

Sr & Sra Adams (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora