Eu não fiz muita coisa no fim de semana. Fiquei em casa isolada de tudo e de todos. Consegui atualizar três séries. Avisei ao Jhonny que estava doente, ele não se importou, pois sabe que quem perde sou eu. Eu acho que aceitei a minha falta de sorte e o meu azar.
Passei esse fim de semana de alguma forma tentando esquecer tudo o que aconteceu comigo e o Owen. Todo os planos que eu fiz, já estou até levando para o lado engraçado. Não comprei calcinhas novas.
Vi em um desses programas da televisão que a melhor coisa que podemos fazer é ri da nossa desgraça. É isso o que estou fazendo.
Essa noite eu sonhei com o senhor perfeição, foi um sonho para lá de caliente e numa ilha deserta. Esse é um dos sonhos que eu não queria que acabasse nunca, parecia tão real.
Acredito que nunca mais irei vê-lo, não é todo dia que um homem do porte dele aparece numa boate atrás de uma garota, acho que frustrou os planos dele, seja lá quais eram. Maddah estragando a vida dos outros desde da década de noventa.
Pelo ao menos, eu deixei Anelly babando no meu cliente.
Sorrio ao lembrar disso.
Eu vou ficar bem. Eu sou resiliente, sempre me reconstruo independente do baque.
Termino de me arrumar, vai começar o meu ritual de sempre. Primeira atitude do dia: fugir da Martina.
Maldito encanamento, fudeu a minha vida.
Tranquei a porta de casa e olho para os lados como uma foragida, é isso que sou. Desço lentamente os degraus da escada, sei que a megera sabe do meu horário. Eu acho engraçado que a minha vida é cercada por megeras e ogros e eu não sou a porra de uma princesa. Injustiça.
Chego no primeiro andar e estou quase livre de encontra-la.
Desço o último e lá se vai sorte.
— Dona Martina.
— Maddah.
— Prometo que irei pagar o seu aluguel. A senhora sabe muito bem que atrasou devido ao encanamento que tive que consertar.
Ela está com a mão na cintura.
— Seu aluguel não está atrasado.
— Como é?
— Se tivesse atrasado, eu já tinha te despejado. — velha safada. — O seu amigo que veio brincar com você pagou naquele dia.
— Meu amigo? — pergunto confusa.
— Sim, o homem bonito, cheiroso.
— Owen. — falo o nome dele boba. — Ele pagou o meu aluguel?
— É. Eu disse que só iria deixar-lo falar com você depois que você resolvesse o aluguel, do nada ele puxou a carteira e perguntou o valor.
Tampo a boca com a mão incrédula.
— Que homem em Maddah. — ela se abana, repito: velha safada.
Eu vim o caminho inteiro pensando na boa ação do Owen. Tentei evitar, mas pensei nele. Boa parte do imaginário das mulheres, acreditam que a vida de prostituta é um glamour, acham que os nossos clientes são estilo galãs de Hollywood, lerdo engano. Vem mais tranqueira do que tudo, afinal homem bonito não precisa pagar para fazer sexo, as mulheres dão de graça.
Deve ser por isso que fiquei um pouco abobalhada pelo o Owen. Ele me deu uma cureta oportunidade de sonhar.
Tenho até uma meta de vida nova, antes era engravidar de uma estrela do rock, agora é de um agente do FBI. Não sabia que eles ganhavam tão bem.
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Sr & Sra Adams (Concluída)
HumorPara Madlyn Hernadez sair de Santiago Papasquiaro, não foi mera utopia de um sonho americano, mas uma tábua de salvação. Morando em uma cidade pequena localizada no México, onde as expectativas de melhores condições de vida são quase nulas não viu...