Aquela em que a Maddah chegou nos 13K e 3K de estrelinhas :)
Eu estou em frente ao instituto médico. Soraya, Judith e Victoria estão me acompanhando. Carmen está no hospital; Ao saber da notícia, a pressão dela foi para as alturas e no momento o Salomão está com ela no hospital. Eu estou como se estivesse sob efeitos de um remédio pesado, estou inerte a tudo a minha volta. Tudo parece indiferente.
Eu não tenho mais forças para chorar e sinceramente, não quero. Eu tenho que ser forte, preciso ser forte.- Senhora Spencer?- um homem com um jaleco branco aparece e olho no seu crachá, seu nome é o theodor. É o médico legista. Afirmo com a cabeça. - Bom, prazer, Theodor Philips. Um corpo foi encontrado em Miami ontem, não tinha identidade com ele, apenas tinha uma dogtag com ele.
O homem me entrega o colar com a dogtag de metal. Ali está o nome do Owen, data de nascimento e tipo sanguíneo.
"24 de Agosto de 1985" a data do seu aniversário. Me apego na data. Meu peito chega aperta.
-Estamos aqui com você Madlyn. - Soraya pousa a mão dela no ombro me dando forças.
- Estamos aqui. - Judith pronúncia me apoiando.
- Obrigada meninas. - falo ainda sob o choque.
- São os dados do seu marido?
Apenas confirmo.
- Precisa reconhecer o corpo para darmos o certificado de óbito. - ele fala e eu concordo. - Tem condições de entrar na sala senhora?
- Sim. - Não, mas é preciso. Caminho com ele e entramos na sala gelada. Eu seguro a dogtag com força. O lugar é apavorante, não é um lugar que eu entraria. Há gavetas de metal que cobrem a parede e eu imagino que cada uma dela esteja ocupada por um corpo sem vida e que com certeza alguém já amou muito.
Eu não sei lidar com a morte. Não enfrentei a situação da Isabelle. Por um tempo acreditei que ela não tinha morrido e algumas vezes, penso que ela teve um outro final.
Ao fundo da sala vejo uma maca de metal com um cadáver coberto por um lençol branco.
- Aqui. Esse corpo foi encontrado em Miami Beach. O senhor Adams entrou em contato com os legistas de lá e o trouxeram para cá. Preparada?- Você já deve ter falado isso centenas de vezes para centenas de pessoas que estiveram por aqui. - falo baixinho.
- É um trabalho difícil.
- Posso imaginar. Eu não estou preparada, mas tenho que vê-lo.
Ele levanta o lençol deixando o rosto visível e eu levo a mão a boca.
- É o seu marido?- ele pergunta e eu nego com a cabeça.
É como uma injeção de adrenalina injetada em minhas veias.- Não é o Owen. - profiro surpresa. - Não é o meu marido. Não é!
- Isso é bom.- O conhece?
- Não. - pêsames por ele, mas prefiro mil vezes esse homem do que o Owen. Nada contra. Se eu pudesse beijaria o cadáver só de alegria por não ser o Owen.
Sai praticamente correndo da sala. Devo ser a primeira pessoa que sai tão feliz de um necrotério. Me perdoe outros cadáveres.
- Não é o Owen! - grito. Não sei contar a emoção. As três vem em minha direção e me abraçam. - Não é o Owen! - repito. Agora é permitido chorar, mas de felicidade.
- Que alívio! - Victória fala. - Que história de novela!
- Sim. Céus, eu não sei nem o que pensar, quero explodir de tanta felicidade! - estou sem ar. Mal consigo respirar.
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Sr & Sra Adams (Concluída)
HumorPara Madlyn Hernadez sair de Santiago Papasquiaro, não foi mera utopia de um sonho americano, mas uma tábua de salvação. Morando em uma cidade pequena localizada no México, onde as expectativas de melhores condições de vida são quase nulas não viu...