Capítulo 04 | Camille

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Seu meio, cruel
Seu sangue, como gelo
Um olhar, poderia matar

Poison, ALICE COOPER.

EU ACHEI QUE TODAS AS PALAVRAS que tinha ouvido dos lábios de Alexander tivessem me empurrado longe suficiente para purgar a esperança de sair intacta desta situação

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EU ACHEI QUE TODAS AS PALAVRAS que tinha ouvido dos lábios de Alexander tivessem me empurrado longe suficiente para purgar a esperança de sair intacta desta situação. Todo o terror profundo e essa sensação aterrorizante de estar sequestrada.

Todas as lágrimas que derramei ontem à noite. Estava cansada delas.

Eu já chorei tudo o que precisava. Mas, foi exatamente derramando uma torrente de lágrimas inúteis que eu percebi, a raiva era melhor do que elas, do que a tristeza, do que qualquer julgamento.

Incrivelmente, foi a mesma coisa que disparou um tiro de orgulho através de mim.

Quando eu o enfrentei na sala, algo foi tecido entre nós. Seu sorriso inflexível havia encontrado frieza no meu rosto, e meu olhar revoltado encontrou a solidez da crueldade no seu. Admiração? Algum respeito?

Alexander é uma grande muralha de gelo.

De alguma forma, eu sei que apertar seus botões e empurrá-lo longe demais é um erro. Eu, por pouco tempo, acreditei que seguir o plano era suficiente, mas, eu estava errada, ele me vê como uma coisa.

Uma coisa que ele pode facilmente quebrar.

O que aconteceria se eu o fizesse me ver como algo diferente disso? Se eu o fizesse me ver como uma pessoa? Se eu o fizesse se importar? Eu estaria livre?

Como o controle cedendo, minha caneta rolou por sobre a cama, em direção ao tapete aveludado. Antes de me abaixar para pegá-la, eu rolei meus olhos em torno do quarto, o conforto que deveria parecer convidativo me empurrava à beira da letargia.

Minhas unhas rasparam algo sob a caneta prateada, com curiosidade mórbida me devorando, eu puxei os tecidos espalhafatosos para cima, puxando a ponta do tapete para expor o objeto da minha curiosidade.

Meu fôlego travou.

As engrenagens no meu cérebro dispararam. Nervos endureceram meus músculos, derramando piche sobre os meus planos de escapar ilesa. A ausência de cheiro não impediu a bile se revirando junto ao café da manhã.

Sangue seco, maculando o piso impecavelmente limpo em torno da mancha.

Minha mente acelerou, meu cérebro me fazendo visualizar todas as cenas dos piores cenários de um enredo em que isso não teria um final feliz. Onde eu achei que teria algum controle aqui?

Esse era um show para um ─ que, definitivamente, não sou eu.

Terror não anulou minha percepção desta vez. Eu cairia exatamente aqui, quebraria e sangraria até à morte. Então, Black estaria sentado, talvez naquela larga e confortável poltrona em que eu tinha desabado ontem. Ele se sentaria e assistiria.

Alexander: Implacável | Retirada em BreveOnde histórias criam vida. Descubra agora