Capítulo 15 | Alexander

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Eu sou tão mau quanto o mal pode ser
Tão mau que é difícil acreditar
Eu sou mau, dê uma olhada e veja.

Bad, ROYAL DELUXE.

PERTO DELA, EU NÃO SOU EU

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PERTO DELA, EU NÃO SOU EU. Eu sou confuso, estressado, transparente. Eu definitivamente odeio a forma como ela me olha como se fosse capaz de ver além da muralha cruel cobrindo minha alma.

Camille é a faísca das emoções que eu tento sepultar há uma vida.

— Isso é muito bonito. — A frase pequena surgiu da contemplação do quarto recebendo-a em seu interior. Projetado para uma princesa egípcia, ele já havia sido o lar de uma. — Porque estou aqui, Alexander?

— Este será seu novo quarto.

Ela se vira bruscamente, o maxilar pouco anguloso e sutil, o nariz aristocraticamente empinado e orgulhoso, o brilho nos olhos, nada disso é tão perigoso quanto todos os efeitos que ela causa em mim.

— Aceite como um pedido de desculpas. — Aquelas palavras se movem soltas na minha boca, sem qualquer senso de familiaridade. — Eu estava alterado, algo normal para um homem que quase foi envenenado, não?

Eu não esperava a risada vivaz escapando dela.

— Talvez. — Camille se afastou, tocando a pintura incrustrada na parede atrás da cama. — Você tem uma maneira bastante própria de pedir desculpa. Presunçosa, eu diria.

— E você tem o péssimo hábito de não agradecer um presente.

— Deve ser porque eles sempre estão disfarçando suas reais intenções — diz, brilhantemente devo acrescentar. Seu corpo se move, sentando-se à beira da cama, então vai um pouco mais longe, deita-se.

Eu venço uma luta para não olhar a metade nua das suas coxas. Momentaneamente.

— Conte-me sua história, Alexander.

Apoio-me contra a parede ao lado da porta, observando a Esfinge cuidadosamente eternizada na pintura que, poucos minutos antes, Camille havia acariciado. Ela está me olhando, com a mão repousando sobre a barriga plana.

— Os antigos egípcios cultuavam uma deusa, Sekhmet era seu nome. Ela ficou conhecida como a poderosa destruidora dos inimigos de Rá, a real presença divina entre faraós e homens do povo.

Camille me olhava atenta e, embora minha atenção estivesse fixa na pintura, eu não poderia deixar de olhá-la na visão periférica.

— Ainda que a guerra borbulhasse em suas veias, sua respiração criava vento no deserto. Ela representava vida, mas, também a morte.

— E exatamente onde você pretende chegar? — adiantou-se.

— Seus olhos eram como prata derretida — continuo, sentindo a aspereza raspar minha garganta como cacos de vidro. — E os cabelos eram grossos e escuros. Sekhmet era o próprio brilho do sol ao meio-dia.

Alexander: Implacável | Retirada em BreveOnde histórias criam vida. Descubra agora