Capítulo 32| Camille

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Pegue minha mão, estou me afogando
Eu sinto meu coração batendo
Porque você não me encontrou ainda?

Trauma, NF.

TRAVA DE SEGURANÇA desarmada, dedo fora do gatilho

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TRAVA DE SEGURANÇA desarmada, dedo fora do gatilho. Deve ser verdade o que as pessoas dizem sobre as armas, elas nos dão a falsa sensação de poder, de ser temido, de estar protegido. Exatamente as mesmas sensações que estar com algumas pessoas pode nos dar.

Foi uma boa ideia esperar anoitecer ― Ouvi Manu através do ponto.

Eu me lembrava de uma casa menor. Nada de segundo ou terceiro andar. Era uma casa simples, familiar, afinal, não éramos ricos. Nossos pais eram médicos, tinham dinheiro suficiente para manter os filhos, eu acho. Mas, o que tinha se transformado esse lugar era algo diferente.

― Quem são as pessoas na janela? ― Eu pergunto, parada entre as topiarias no jardim, observando a rotina do que parecia a base de uma família.

São os novos proprietários. No andar superior, consegue ver? ― Lydia diz de algum lugar sobre a casa. ― Os filhos do casal.

Era uma menina. E o que parecia ser um adolescente.

― Não quero que eles se machuquem ― digo, firme suficiente para que elas entendam. ― Vamos entrar, se ela estiver lá, saímos com ela.

Elas confirmaram, como eu sabia que fariam. Seguiríamos o plano e a primeira parte era minha, é claro.

Já que temos novos atores nessas cenas, teremos que rabiscar o script.

Olha isso, Camz, Manuella tirando uma de diretora de cinema ― Lydia ri baixo na comunicação. ― Eu sigo o plano, mas, ao invés de esperar, eu vou render as crianças e levar ao térreo pra que elas fiquem em segurança.

Faça o combinado, Camz, bata na porta.

― E quanto a você? ― Manu fica em silêncio. ― Manuella?

Vou me livrar de um probleminha e já vejo vocês, tá bom? Se cuidem.

Meu coração batia a ponto de explodir. Estava especialmente quente naquela noite. Eu respirei fundo, colocando uma das minhas mãos atrás das costas, erguendo a outra em punho, então, eu bati na porta.

Estava estalando de tão nervosa.

Quando a porta foi aberta, houve algo com o que eu não contava. Uma criança foi quem a abriu. Ela deveria ter pelo menos seis anos. Olhos verdes adoráveis que quase me puseram de joelhos. Até me lembrar da arma nas minhas costas.

― Mira, o que eu disse sobre você abrindo a... ― Ele parou quando me viu. Houve um sorriso. ― Eu posso te ajudar, moça?

― Pode. ― Mostrei a arma a ele. Não a apontei para a criança, entretanto, tampouco a deixei vê-la. ― Será que podemos entrar? ― Ele confirmou, a nota de pesar dentro dos olhos dele finalmente despertou algo em mim.

Alexander: Implacável | Retirada em BreveOnde histórias criam vida. Descubra agora