Camille Russel é uma jornalista e, apesar de ter um bom emprego como colunista em um dos tabloides mais influentes do país, ela sente que poderia ter mais. Então, quando o irmão precisa da sua ajuda e ela aceita assinar uma matéria sobre um bilionár...
Garoto, você achou problemas Sua hora chegou Porque eu corro com o diabo Quando o sol se põe
Back from the fire, GOLD BROTHER.
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SIM, EU ESTAVA CERTO. Existe profundidade em Camille. Camadas e camadas bem complexas. Eu acreditava veementemente que ela seria uma garota difícil de quebrar.
Mas, e se ela já estivesse quebrada?
— Eu não queria morrer, mas, queria que a dor parasse. — Seus olhos lutaram com os meus. — Você me acha covarde.
Eu não achava. Achava-a estúpida quando isso começou. Estúpida por entrar nos planos de Ash, enfrentando o desconhecido com resignação, estúpida em não lutar por si mesma, por sua própria vida. Eu quis que ela lutasse porque então isso não seria uma perda de tempo.
— Como você o fez?
Ela congelou. Sua respiração se tornou vagarosa.
— Uma substância, de péssima qualidade, aliás. — A risada não alcançou os olhos. — Eu tive duas paradas cardiorrespiratórias, passei por momentos realmente ruins, mas, como você pode ver, ainda estou aqui.
— E você não se arrepende.
Camille não respondeu, mas, nossos olhos travaram sua própria luta, nos rodeando de tensão.
— O fato de ter tentado tirar minha vida não me faz pior e nem melhor que outra pessoa, não me faz covarde, não me faz corajosa, mas, me faz uma pessoa diferente. Sempre fui alguém de extremos, eu não morri, então, eu decidi viver.
Eu deveria dizer-lhe alguma coisa. Uma palavra amigável ou gentil? Não, eu não deveria mostrar-lhe suavidade, não era isso que Camille precisava de qualquer forma.
— Porque você não se debateu quando eu trouxe você comigo para longe da sua terra? — Era uma dúvida válida, mas, eu não deveria questioná-la. — Você não deveria lutar quando desestabilizei sua vida?
Desta vez, a risada iluminou seu rosto.
— Eu conheço bem o caos, aceitei-o há muito tempo, Alexander.
Engoli em seco, sentindo a compreensão me atingir, descarrilhando coisas que eu havia presumido. Camille já tinha uma situação para lidar. Eu, provavelmente, era um jogo fácil.
— Venha.
— Eu tenho perguntas. — Ela apertou os lábios, indecisa. Eu os contornei com o olhar. Eu poderia beijá-la. Mas, eu não ia fazê-lo. — Algumas, na verdade.
— É claro que você tem.
Meus olhos contrariaram minha ordem, insistindo em pairar sobre seus lábios rosados. Ondulações mudavam meu humor de forma perigosa. Mas, isso não mudava nada.
