Capítulo 20 | Camille

8.9K 1K 226
                                    

Eu estou chutando todas as portas
Eu juro que vou te tirar daqui
Porque seus demônios estão gritando alto

Deeper, VALERIE BROUSSARD (feat. Lindsey Stirling)

EU TIVE NADA MAIS que uma fração de segundo para decidir se salvava ou não a vida de Alexander

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

EU TIVE NADA MAIS que uma fração de segundo para decidir se salvava ou não a vida de Alexander. Mas, de fato, não era apenas sua vida em xeque, era a minha também.

Tinha uma arma apontada para seu peito.

E ela foi disparada.

O pedaço de concreto na minha mão vai para cima e para baixo, batendo com força na cabeça do homem desconhecido. Agressor se tornando vítima. Caos engolindo caos.

Sua mão cai para o lado. Junto com a arma. Enquanto o corpo cai para o outro.

Minha mão jamais cessa.

Respingos de sangue estão por toda parte, principalmente no meu rosto. Eu me divirto vendo o pedaço de concreto repousar sobre a pasta de matéria humana misturando-se à lama.

Alex se vira em minha direção, mas, seus olhos não se fixam em mim por tempo suficiente, então, eles rolam para trás e os meus caem para os carros vazios. Prontos para uma fuga.

Eu tinha uma chance ― a primeira e provavelmente a última ― de escapar disso.

Mas, no segundo em que eu me levanto do lado do homem morto, uma estranha sensação toma conta de mim. Um peso adorna meu peito, como uma corrente pesada atando meus pés, como se eu fosse incapaz de movê-los e abandonar a cena.

Incapaz de abandoná-lo.

Um sentimento. Familiar. Instintivo.

Talvez fosse uma questão de reciprocidade.

Alexander Black havia sido ferido numa luta para evitar que eu fosse levada, talvez morta, mas, não antes de ser violada. Eu tinha responsabilidade sobre seu estado. Sobre seu sangue.

Eu me aproximo dele, me ajoelhando ao seu lado, sem ter qualquer ideia de como eu iria fazer isso. A polícia não era uma opção, o hospital tampouco. Era uma missão fadada ao fracasso.

Ainda assim, eu tinha que tentar.

Coloquei meus braços sob os seus e o empurrei para cima, ouvi-o resmungar de dor no processo, mas, felizmente, ajudando-me a impulsionar nossos corpos para cima e facilitando nosso caminho até um dos carros. Eu o empurrei sobre os bancos na parte de trás e foi assim que eu percebi que ele realmente precisava de ajuda.

O sangue escorria pela camisa branca que eu havia escolhido no armário dele mais cedo naquela noite. Porra, Camille. O que você acha que está fazendo?

Eu corro para o lado do motorista, girando a chave ainda na ignição. Eu não posso deixar de pensar no quanto eu estou sendo estúpida. Num território desconhecido, cheio de inimigos, protegendo um homem que jurou matar meu irmão.

Alexander: Implacável | Retirada em BreveOnde histórias criam vida. Descubra agora