Capítulo 8

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- Por mais que eu não tenha conseguido ficar em pé, foi divertido - conta Tomás quando estamos saindo da Pista de Patins da Paty e caminhamos para meu carro - Bom, você me fez uma surpresa, agora é minha vez.

Olho para ele, surpresa.

- Você tem uma surpresa para mim?

- Tenho, por isso, eu dirijo agora - ele estende a mão esperando a chave do meu carro e lhe entrego de bom agrado, já curiosa.

Tomás pega a estrada e eu ligo o rádio para animar nosso caminho. Abro a janela para que o vento sopre meus cabelos. Começa a tocar High Hopes do Pânico! At Disco, eu aumento o volume e começo a cantar loucamente. Tomás ri mas logo me acompanha com sua voz completamente linda e afinada.

- Você canta? - pergunto boquiaberta.

Ele assente sorrindo.

- Você anda de patins, eu canto.

Dou risada e balanço a cabeça.

- Você toca piano, canta. Quais outros talentos você tem?

- Bom, eu sei cozinhar também.

- Então, além de tocar piano, cantar e ser bonito, você também cozinha? Isso é tão injusto!

- Você me acha bonito? - ele me dá um sorriso e eu sinto minha bochecha vermelha.

- Se você não fosse bonito, eu nem estaria aqui - provoco- o, tentando tirar o foco do meu constrangimento.

- Ah é? - ele ri - Bom saber.

E então a paisagem a nossa volta muda e eu sei exatamente onde estamos indo. Praia. Sinto o cheiro de mar tomar conta do ar.

- Sua surpresa é muito melhor que a minha - confesso.

- A praia não é a surpresa.

- Como assim?

- Espere e verá - me provoca. Eu dou um tapinha no seu braço.

Ele estaciona meu carro perto da areia. Desço do carro e tiro minhas sandálias. Caminhamos lado a lado até o meio da areia e nos sentamos na areia. A praia estava vazia por estarmos no meio da semana e no fim da tarde, o que tornava o lugar só nosso. 

- Pronto, sua surpresa chegou.

Percebo que a surpresa é ver o entardecer. O céu fica meio laranja enquanto o sol se despede. É uma visão incrível. Eu não moro longe da praia mas nunca cheguei a ver um por do sol lá. Sinto Tomás me encarando e olho para ele, curiosa. 

- Gostou? - pergunta com um sorriso terno nos lábios. 

- Se eu gostei? Eu amei. É tão lindo, tão pacífico. Obrigada por ter me trazido aqui.

- Não precisa me agradecer, eu sabia que você ia amar.

- Você sempre sabe me agradar.

Ele ri e sua linda risada ressoa pela praia.

- Que bom saber disso.

- Posso te perguntar uma coisa? - pergunto do nada.

- Claro.

- Por que você se aproximou de mim? Quer dizer, estudamos na mesma escola há um tempo e você nunca olhou para mim.

- É complicado, Mila. Aconteceu muitas coisas na minha vida nos últimos anos que eu não prestava atenção em nada a minha volta.

Espero que ele continue falando e explique o que aconteceu mas ele não o faz e eu não o pressiono. Ele ter se aberto assim comigo faz meu coração acelerar e tenho uma vontade louca de beijá- lo. Respiro fundo tentando acalmar esses sentimentos borbulhantes dentro de mim.

-  Sabe, eu te trouxe aqui pois tenho algumas coisas para lhe falar e achei aqui o lugar perfeito.

Observo seu rosto com curiosidade. Seus olhos se cravam nos meus e sou incapaz de desviar o olhar. Meus cabelos voam a minha volta por eu estar contra o vento, eu tento controlá-los mas Tomás me impede se segura minhas mãos. 

- Eu amo o seu cabelo, como a cor dele parece com os raios de sol. Você é um raio de sol na minha vida, Camila. Ninguém consegue viver sem o sol do mesmo jeito que não consigo mais  viver sem você - meu coração parece dar cambalhotas no meu peito - Eu penso o tempo todo em você, no que vai te fazer feliz, o que vai te fazer sorrir.  Só espero ser correspondido. 

Ele abaixa o olhar mas eu seguro seu rosto entre minhas mãos e o obrigo a me encarar. 

- Eu sempre li muitos romances na vida, eu lia sobre sentimentos avassaladores, inexplicáveis e eu sempre desconfiei se isso existia mesmo. Mas quando eu te conheci, conheci você de verdade, eu soube que existe esse tipo de sentimento - acaricio seu cabelo e seu rosto - Eu nunca imaginei que o cara que quase arranhou meu carro ia se tornar tão importante para mim.

Rimos baixinho. Estamos tão próximos que sinto sua respiração acelerada. Fico curiosa se seu coração está batendo tão forte como o meu. Quando não consigo mais me controlar, diminuo a distancia entre nós e o beijo. Seus lábios são macios e retribuem na mesma intensidade que os meus. Tomás segura seu rosto entre suas mãos como se eu fosse feita de porcelana e beija todo meu rosto antes de voltar a beijar meus lábios. Me agarro a ele, desejando ficar em seus braços para sempre. Nos afastamos o suficiente para nos olharmos. Seus olhos castanhos brilham como as estrelas do céu. 

- Nós precisamos ir - ele sussurra. 

- Precisamos? Não quero ir embora - ele ri.

- Nem eu mas seus pais vão ficar zangados comigo se você chegar tarde.

Ele se levanta e estende uma mão para me ajudar a levantar. Pego sua mão, me levanto mas quando ele se vira para ir em direção ao carro, eu agarro sua mão, o puxo e engancho meus braços envolta de seu pescoço e o beijo novamente. Tomás abraça minha cintura firmemente contra ele. Infelizmente nosso beijo precisa acabar rápido para irmos embora. 

Dirijo até a casa de Tomás para deixá-lo, nenhum de nós consegue tirar o sorriso do rosto. Estaciono na entrada de sua casa e ele se estica para me beijar mais um vez. 

- Me mande mensagem quando chegar em casa - ele pede. 

Sorrio. 

- Claro. Boa noite, Tomás - dou um beijinho na ponta de seu nariz.

- Boa noite, Mila. 

Ele caminha até a porta da frente com as mãos no bolso. Dou partida e saio com o carro, ainda sorrindo como a boba apaixonada que sou. 

Me contem o que acharam desse capítulo, acharam fofo? 

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Me contem o que acharam desse capítulo, acharam fofo? 

Espero que tenham gostado de ler o tanto que eu gostei de escrever.

Eu sou apaixonada pela história da Camila e do Tomás.

Até a próxima <3

Resenha Dores | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora