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Leila

- Ta, talvez, só talvez, ele mate você, mas não se importe, porque ele vai me matar primeiro - Falo suando frio, sentindo todos os meus sentidos querendo me detonar de uma vez só - não, assim não... - Nego com a cabeça - Sei que deu merda, mas estamos juntos, se ele bater em você, vai ter que me bater também, mas tomara que não bata porque eu to grávida - Falo rindo de nervoso e mordo meus lábios.

- Leila, para de ser doida, seu pai não vai bater e nem matar ninguém, e Daniel vai te entender sim, não precisa ficar nervosa - Jack diz enquanto me observa andando em círculos.

- Jack, isso não é fácil, isso pode ter sido um gatilho pro meu pai - Digo roendo o resto das unhas que antes eram tão bem cuidadas.

- Como assim um gatilho? - Jack pergunta levantando as duas sombrancelhas e colocando as mãos na cintura.

- Eu não sei, ele não fala sobre a familia dele e... - Sento na cama ja sentindo uma lagrima teimar cair.

- Leila! - Chama minha atenção - vocês são a familia dele, por favor, uma hora ele vai aceitar - Fala sentando do meu lado, mas não olho para ele.

- E se ele não aceitar? - Pergunto sentindo meu sangue esquentar e minha cabeça ferver.

- Eu vou ta aqui - Fala e olho para ele, vendo seus olhos cansados, mas compreensivos - eu sempre vou estar aqui - Confirma com um sorriso e abraço o mesmo, deixando o liquido das minhas lágrimas encharcar meu rosto.

- Eu acho que não mereço você - Revelo e não precisava olhar para perceber que ele estava com uma expressão confusa e curiosa - é sério... - Saio do abraço e observo seu rosto bonito - sempre sou eu que conto com você pra tudo, chego chorando com algum problema, triste com qualquer besteira, pedindo dicas que mesmo sabendo que não vou seguir, você me ajuda com tudo, e o que eu faço? - Pergunto chorando e ele sorri com carinho.

- Você é a minha pessoa Leila, é isso que você faz - Diz rindo como se tivesse perguntado a coisa mais boba possivel.

- Não tenho estruturas para você, serio - Começamos a rir e só paramos quando percebemos Daniel parado nós olhando, quando nossos olhos se encontraram eu sorri e ele retribuiu.

- Aff, olha eu amo você Leila, mas vocês dois é muito mel, vou tomar um pouco de ar, esse ar-condicionado esta me matando - Jack diz e eu dou um soquinho nele pelas besteiras que fala.

  Logo depois de levantar Jack da um beijo carinhoso na minha cabeça e faz um toque com o Daniel, ainda hoje não entendo como eles se aproximaram tanto, os dois caras que amo sendo tão amigos, ainda não me acostumei, mas com certeza me sinto melhor do que quando Daniel só sentia ciumes de Jack e vice versa.

    Daniel se aproxima em passos lentos, seus olhos claros estavam vidrados em mim, me senti como a primeira vez que nós olhamos, um misto de paixão e friozinho na barriga, ele com certeza era o cara mais bonito que já tinha visto, o único cara bonito pra mim;seu cabelo estava um pouco bagunçado, dando um ar sexy ao mesmo, pelo jeito passou na sua casa, porque estava com uma roupa diferente, parecia que tinha vindo de um lugar bem frio, pois seu moletom preto com desenho de um gatinho e sua calça preta estavam cobrindo seu corpo todo, infelizmente.

- Você tem que parar de me olhar com desejo o tempo todo, seu pai pode me matar nestante - Diz com alto astral e sorrio, mas não com vergonha, não conseguia mais ter vergonha de falar certas coisas para o moreno.

- Ninguém mandou você ser gostoso como é, e ainda ir pra academia, nossa! Você quer me matar não quer? - Digo impressionada, pois ele realmente ia me matar de tesão e amor qualquer dia.

- Você é a única mulher gostosa possível Leila, se for pra te matar, só se for de tesão e amor - Arregalo os olhos com a precisão do seu comentário.

   Ele rio e me puxou ao encontro dele, me fazendo levantar e nossa respiração se tornar uma só, meu lábio fica entre aberto, enquanto fico hipnotizada pelo seu olhar no meu; ele sorri e eu retribuo bobamente, observa-me com carinho e admiração que nunca imaginei receber de ninguém; sua mão vai ao encontro da minha bochecha, pousando seus dedos lá e me puxando para um beijo. Seus lábios se conectavam aos meus com precisão, mas com carinho e calma, como se estivesse explorando cada parte do meu corpo, destarte, me deixando arrepiada com sua mão que rapidamente foi a minha cintura, descendo lentamente pelas curvas do meu corpo. E por algum segundo eu percebi, não estava com o corpo de antes, estava mais gorda, cheia de estrias e gorduras excessivas, eu estava feia, como ele podia sentir atração por mim?

- Que foi amor? - Pergunta percebendo de alguma forma que estava em outro mundo, será que meu beijo também mudou? E meus seios? Minhas coxas estam enormes, mas não de um jeito bonito, parece desproporcional a meu corpo, meu Deus, eu devo estar um horror.

- Nada, apenas no mundo da lua - Prezo em guardar minha baixo auto estima pra mim mesma, ninguém merece me ouvir lamentando, como sempre.

- Você não me engana, suas bochechas estam rosadas, você sempre fica assim quando mente - Fala e abomino meu corpo mais que tudo agora, além de mudar complemente, ainda entrega tudo.

     Agradeço aos Céus por minha mãe chegar logo depois, interrompendo nossa conversa desconfortavel pra mim. Corro na sua direção, depois de sair sorrateiramente dos braços fortes de Daniel, que me deixou ir ainda curioso e desconfiado.

- E papai? - Logo pergunto e ela sorri tranquila.

- Ele ta bem sim, já falei com ele - Afirma e mordo os lábios sem saber como agir ou pensar, o que eu tava fazendo com a minha vida? Grávida agora? Eu devo ser um insulto para a familia agora, entendo se ele não quiser saber de mim - ele quer falar com você amor, vai lá - Completa e respiro fundo confirmando.

     Não consigo manter minha cabeça em ordem, vários chingamentos, reclamações e insultos estam vindo de formas diferentes de como ele pode se dirigir a mim, Leila, a menina que destruiu a familia sendo irresponsável. Olho por uns segundos ou minutos, não sei ao certo, para a porta na minha frente, conseguia ver pela janela transparente meu pai deitado, o olhar estava distante, meio desengonçado, droga, tenho medo de como ele ira olhar pra mim, depois de saber o que eu fiz e como isso acabou.

     Abro a porta com o minimo de coragem, e seus olhos se encontram com o meu, eu sorrio por puro instinto do nervoso, mas ele apenas me olha sério e pensativo, eu sou uma vergonha pra ele.

- Leila, eu quero que saiba que não vou passar a mão na sua cabeça, não vou dizer que acho certo ou que estou feliz e orgulhoso, porque eu não to - Ja começa e cada palavra era uma facada no meu coração, ja segurava minhas lágrimas - não sei como isso aconteceu e nem quero descobrir, porque ainda vejo você como minha menininha inocente - Continua e se levanta, olhando nos meus olhos, com uma expressão diferente - mas, todo mundo erra, o importante é que você não foi violada, você sabe quem é o pai, foi de uma pessoa que você gosta, então... com certeza poderia ser pior, e... - Pausa coçando o nariz meio sem jeito - você ainda é minha filha, eu amo você, independente do que acontecer, eu vou estar aqui - Fala e não consigo mais segurar as lagrimas - a não chore, pelo amor de Deus, vem cá - Me chama e vou meio sem graça, mas feliz, por saber que pelo menos dele eu podia contar, uma pessoa que se tornou importante pra mim.

     Ele me abraçou, senti seu coração bater em um ritmo tranquilo, mas o meu batia rápido, o dia foi longo e perverso, mas no final, não acabou de uma forma ruim, finalmente contei pra familia e a unica pessoa a qual eu realmente me importava hoje, era com papai, e ele estava aqui, compreensivo e rabugento como sempre.

- Mas se eu ver aquele moleque hoje, vou bater nele, é sério, se ele vinher aqui, não me responsabilizo pelos meus atos - Fala e rio ainda com lágrimas nos olhos.

    Eu não to sozinha.

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