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Leila

- Jack já sabe? - Pergunto depois de ficarmos um pouco em silêncio.

    Daniel olhava para a parede azul um pouco desbotada pelo tempo, enquanto parecia procurar as palavras certas a cada momento na nossa conversa, ele estava nervoso desde quando me viu acordada, tentou ser o mais carinhoso possível, a cada segundo pegava na minha mão e dizia que estava tudo bem, que era para me acalmar; todavia, claramente o nervoso era ele, preocupado com a minha saúde e o estresse que iria passar, não sei se foi por me doparem de remédio, mas não conseguia pensar em muita coisa preocupante, e ao lembrar desses momentos, não existia tanto o que me preocupar, sinto estar repleta de calmantes no meu corpo, enquanto Daniel surtava por mim e por ele.

- Eu já mandei mensagem para ele, mas não contei tudo, ele poderia surtar - Comenta claramente com medo da minha reação por ter contado para meu melhor amigo, que claramente iria ficar bastante preocupado.

- Tudo bem amor, não precisa ficar tão apreensivo, ele vai saber de qualquer forma - Sorrio sem mostrar os dentes e ele retribui me beijando na testa.

   Um sentimento ruim toma meu coração, lembrei da minha mãe, foi tudo tão derrepente, parecia que tudo não passava de um pesadelo mal desenvolvido e ao voltar pra casa, ela estaria lá, com seu sorriso sincero e bondoso de sempre, nunca serei uma mãe que nem ela.

- Leila... - Murmura Daniel me chamando a atenção, percebo que comecei a ficar vulnerável quando senti a lágrima descer, cretina, você só serve para causar preocupação e chorar.

- Eu to bem Daniel, deve ser o remédio, ou os hormônios - Ri sem graça e claramente não tinha acreditado na minha justificativa ruim.

      Eu sabia que não era os hormônios, mas se falasse isso, talvez me sentisse melhor por ele se sentir um pouco mais aliviado. Não comentamos mais muita coisa, a maior parte do tempo os seus lábios estavam costurados como uma maldição e seus olhos agitados como o carnaval, Daniel não parava de tentar ler meus olhos e ver através deles, em uma tentativa falha de me entender e sentir a minha dor; Ô céus, como doia vê-lo assim, o sentimento que mais pesava em mim era o incômodo, o mesmo que causava nos outros que se preocupavam comigo, tentava fingir estar bem e tranquila, mas não sou boa em esconder nada, parecia uma praga pessoal só minha, onde eu passava, tirava a paz e serenidade do olhar das pessoas.

    Lembro quando conheci Daniel, ele estava com a mesma aflição no olhar, preocupado de descobrirem seu segredo de antes gostar de meninos, mas era diferente, eu não era o motivo de sua preocupação, mas agora era, a dele e de várias outras pessoas, nunca vi um olhar tranquilo dele desde da primeira vez que cruzamos os olhares, sempre foi com intensidade, parecendo que ia explodir a qualquer momento, só queria presenciar a sua alma calma, como a minha ficava perto dele.

- LEILA, MENINA, QUER ME MATAR GAROTA? - Pergunta Juliana preocupada entrando no quarto como um furacão.

- Eu to bem, não se preocupe, nada de mais aconteceu - Digo e Daniel aperta minha mão por um breve segundo com mais força, como se estivesse me chamando a atenção, sei que ele se incomodou por ter feito tão pouco caso, afinal, meu filho ia morrer.

- Mas você tava fraca e cheia de sangue segundo Esther - Diz Raquel chegando logo atrás de Juliana, Berto entrou junto com a Esther logo depois, provavelmente ele que trouxe as garotas.

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