Esther
Estava com o Berto assistindo Bob esponja, ele sempre amou esse desenho, era um menino besta total, mas não diminuia meu amor por ele, nunca diminuiu, ficava forte do lado dele, ele era o que precisava para me sentir completa, como nunca me senti.
- Amor, o celular - Ele fala e naquele momento percebo que estava olhando muito ele, sorri envergonhada, odiava ficar toda boba.
- Alô - Falei sem ver o nome na tela, me surpreendi ao ouvir a voz do Daniel, e mais ainda com ele pedindo ajuda, seria Leila? - como assim cara? Muito urgente? É algo com a Leila? - Ele confirma e olho assustada pra Berto que também estava preocupado, não deixo ele falar muita coisa, Leila sempre tinha crises e passava mal, devia estar com ela e não sabia o que fazer - me fala onde você ta, eu vou ai - Falo sem pensar direito, afinal, nem carro eu tinha. Ele fala o endereço e nesse meio tempo já estava em pé e procurando a chave.
Ele me agradeceu, mas estava tão nervosa por aquela chave que desliguei a ligação sem querer, não demorou muito pra eu achar e calçar minha sapatilha, era feia mas confortavel.
- Sim linda, vai pegar meu carro e nem vai me dizer onde vai? - Pergunta Berto e me sinto culpada por ter esquecido que ele tava lá.
- Ai amor, a Leila deve ta tendo crises, eu vou lá acalmar ela - Falo dando um beijo na testa dele.
- Mas você teve uma crise um dia desses, e se você acabar tendo um também? - Pergunta preocupado e aperto as bochechas dele, como era fofo.
Sua expressão asiatica ja deixava seus olhos pequenos, quando ele estava preocupado ele cerrava os olhos, eles simplismente somiam, isso deixava ele fofo e gostoso, mas nem ele podia me segurar quando se tratava de Leila.
- Relaxa amor, eu sei me cuidar, qualquer coisa me liga, só não por causa de largatixa, elas são uns amorzinho e não faz medo nenhum - Afirmo séria, mas achando graça de sua expressão de nojo.
- Bonitas? Em qualquer momento elas pulam em você e ainda mexem aquela cabeça, meu Deus, que agonia - Afirma e sorrio mandando beijo pra ele.
- Te amo - Falo antes de sair sem esperar resposta.
Em uma velocidade desengonçada ligo o carro e vou em direção ao endereço, o bom era que e casa de Berto era um pouco mais perto de la, sorrio ao lembrar que era um dos motivos de sentir mais ciumes dos dois, eles moravam perto e na minha cabeça viviam saindo juntos.
Chego perto de lá e já vejo Daniel com alguém no colo, cerro os olhos e vejo que também estava melado de sangue? Ele vira ao perceber o movimento do carro e o que vejo me deixa assustada.
- Que porra é essa ? - Pergunto pra mim mesma antes de parar o carro para Daniel subir.
Vejo Leila com a cara esbranquiçada e expressão de uma calma agoniante, por Deus, ela parecia que tava a beira da morte, isso era bem pior que uma crise. Fico tão confusa que nem falo nada, apenas dirijo ate o hospital mais perto, não demorando muito pra chegar lá, desço rapidamente e abrindo a porta do carro para Daniel, dizendo que ia la dentro procurar ajuda.
Caminho em passos agoniados, praticamente correndo até a porta de entrada, meus olhos pousam na recepcionista, vou ate ela tentando me mostrar calma, mas estava totalmente assustada.
- Oi, preciso de uma cadeira de rodas pra minha amiga, ela tá sangrando e esta quase desmaiando - Digo sem muita cerimonia e a moça apenas me olha com tédio.
- Qual o motivo do sangramento? - Pergunta e me estresso.
- O SHORT DELA TA CHEIO DE SANGUE, SE VOCÊ PUDER AJUDAR ELA PRA NÃO MORRER EU AGRADEÇO - Digo sem paciência , atraindo olhares curiosos e ela fica um pouco assustada, mas não com minha amiga, e sim com meu sermão.
- Olha moça, talvez ela tenha sofrido aborto, se ela esteve muito tempo perdendo sangue, ja deve ter perdido o bebê - Ela falou mas nem me dei o trabalho de processar, eu so queria que ajudassem minha amiga a não morrer.
- Meu anjo - Digo tentando me acalmar, mas ainda com uma expressão de raiva, isso fez a mulher ficar com um pouco de medo - eu não pedi sobre sua opinião se você acha ou não acha o que aconteceu, até porque você não é medica e nem Deus, você é uma recepcionista, e se assim fazer seu trabalho e mandar a PORRA de uma cadeira de rodas, ficarei agradecida - Digo de forma baixa, dando ênfase apenas ao palavrão e de forma ameaçadora.
Rapidamente ela chamou um moço e ele veio com a cadeira de rodas, sorri com um falso agradecimento e levei ele até minha amiga. Deu um aperto no coração, ver ela assim, tão fraca, Daniel também parecia dessa forma, conseguia ver as suas lágrimas de desespero quando colocou ela na cadeira de rodas; o moço levou ela até a entrada do hospital a levando para algum lugar, não poderia deixar ela lá dentro sozinha, mas também não podia deixar Daniel lá fora também.
- Vamos cara, você consegue - Falo puxando ele, mas o mesmo apenas andava sem rumo nenhum, como se pensasse um bocado de coisa, e nenhuma delas envolvia esperança.
Ao andar pelo hospital, dava pra sentir cada vez mais a angustia de ta la dentro e do que ia sair também, não soltei a mão dele, mas isso claramente não era o conforto que ele queria, Leila era o que ele precisava.
- Posso falar com o responsável? - Um médico chegou falando, parecia preocupado com Leila, ao contrário daquela vagabunda.
- Eu sou o namorado dela, o pai dela não esta disponível agora - Daniel fala seriamente e o médico confirma com a cabeça.
- E a mãe? - Pergunta o médico e nesse momento Daniel fica em silêncio, um silêncio que me deixou preocupada.
- Olha, os dois estam indisponíveis, pode me ajudar a ela não perder o bebê? - Pergunta Daniel com um desespero triste e demoro um pouco pra entender tudo.
Os dois entram la dentro e não tenho coragem de entrar, não agora, Leila estava gravida, meu Deus, ela deveria ta com quanto tempo? Minha nossa, minha amiga tava com o risco de perder o bebê, por isso que Daniel tava tão preocupado e o pior, aquela vagabunda tava certa, ela ja tinha perdido muito sangue, talvez tivesse sofrido aborto, mas de qualquer forma porque ela teria sofrido isso? Esse tipo de coisa não acontece do nada, ela deve estar muito nova ou passado por um estresse muito grande.
Estava desesperada, mas sentia que não podia contar isso pra ninguém, pelo menos não eu, não tinha esse direito, principalmente se perder o bebê, meu Deus, Leila se apega muito facilmente, se ela perder esse bebê, vai ficar inconsolável. Ligo pra a pessoa que ja deveria saber de tudo isso, e se não soubesse, eu ia fazer uma cagada enorme.
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SECRET: Pregnant
Teen Fiction📖É necessário ler "Secret: Can I Trust You?"📣 Agora Leila tem uma nova situação para enfrentar, agora ela vai passar por um processo de aceitação do seu agora verdadeiro problema, será que agora estará preparada para ter um bebê? Como iram ace...