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Leila

- E estas são minha tia Hanna e minha prima Angelina - Apresenta Daniel e engulo seco nervosa enquanto as duas tem sua total atenção em mim.

- Lamento por sua mãe, Daniel me contou e não posso imaginar como se sente ao perder sua mãe tão cedo - Diz a mulher, que eu não sabia se era a prima ou a tia, as duas pareciam muito jovens.

- Obrigada, está sendo realmente muito dificil, mas eu já estou acostumada com a dor da perca - Digo naturalmente e vejo seu sorriso vacilar um pouco, falei aquilo tão naturalmente que devo ter assustado ela, me recomponho rapidamente com um sorriso aberto - mas estou bem, achei que seria pior, na verdade não to nem conseguindo sentir nada ainda, só um vazio profundo - Sorrio e as duas mulheres se entre olham um pouco nervosas, acho que não melhorei nada.

- Tudo bem amor, vamos subir, a viagem foi longa - Diz Daniel tocando minhas costas, senti a tensão do seu corpo.

- Foram só 24 minutos de viagem - Falei olhando nos seus olhos e ele da me olha por micro segundos nervoso - mas, realemente estou cansada, tudo me deixa cansada agora - Começo a rir e elas riem por educação, estou estragando tudo.

- Tudo bem, bora - Daniel me guia pelo corredor e apenas sigo calada.

    Andamos em passos um pouco mais rápidos como se estivessemos apressados, realmente não sei no que errei, mas sei que fiz algo errado, pelo olhar delas, meu Deus, eu sou um desastre, uma menina órfã insuportável, começo a andar sem rumo ao ouvir meus pensamentos, órfã, eu sou órfã! Eu perdi tudo. A lágrima cai involuntariamente e seco antes que alguem perceba, não quero nem olhares de pena nem de preocupação, isso só me faria sentir-me pior.

- O que aconteceu amor, você parece um corpo sem alma quando chegou aqui, to preocupado - Fala Daniel depois de fechar a porta do quarto que me guiou a ir e colocar algumas malas no chão.

     Carregava apenas uma mala, e a coloquei na cama ao me sentar nela, esperei um pouco, na verdade me distrai com a cor azul do quarto, ela era impecável de limpa e chamativa, eu ja estive aqui, esse quarto era do Daniel, toquei o lençol com saudade daquele tempo, não tinha problemas grandes e nem maiores preocupações do que admitir meu amor por ele, os assuntos eram tão simples e só percebi agora,  sorrio fraco.

- Leila, eu estou realmente preocupado com você, não fala da sua mãe desde que voltou do hospital, na verdade, não fala com ninguém sobre ela - Afirma tocando meu rosto e me fazendo olhar nos seus olhos, dando a atenção que ele tanto implorava.

    Fazia quase duas semanas que sai do hospital, meus amigos iam me visitar diariamente, era fofo a forma que me tratavam, sera que iriam me tratar assim quando soubessem a verdade? A verdade que a tanto tempo estou escondendo e temo ter que deixar de esconder, ja que estava crescendo minha barriga e um volume ja estava a chamar atenção? Eu não consigo sentir nada, e é tão horrivel não sentir nada, parece que não tenho um proposito aqui, a vida virou uma garrafa vazia do vidro mais peba, que a qualquer momento, ira cair no chão e acabar completamente.

- Eu não estou sentindo nada - Falo sem rodeios para Daniel, ele precisava saber.

- Que isso Leila, não precisa me - Interrompo-o com o olhar, ele parecia meio tenso ao ver que eu não estava brincando.

- Eu não estou sentindo nada Daniel, parece que nada mais pode me abalar sabe? Porque já estou impossivel de me construir de novo, para ser capaz de voltar ao chão, não vou levantar dele - Digo e seus olhos claros me analisa e ficam tristes de repente, como se sentisse minha dor - eu não quero que se preocupe comigo, talvez isso passe e se não passar, você não deixara de ser um bom pai - Ele deixa uma lágrima cair e seguro seu rosto com minhas duas mãos, sorrindo carinhosamente e beijando sua testa.

SECRET: Pregnant Onde histórias criam vida. Descubra agora