Oblívio - A Escolhida

3 - Taylor

O almoço estava bom, Betty é uma exelente cozinheira, levantamos da mesa mas ela logo corre connosco, a mesa do pequeno almoço ainda estava por levantar, saio da cozinha com Rosa e damos de caras com um homem...

- Bom dia Taylor! - Ela abre um sorriso e beija a bochecha do homem.

- Bom dia! Rosa a Betty está?

- Na cozinha, aproveito para te apresentar Sasha, é o seu primeiro dia. - Ele analisava-me desde que pusera os olhos em mim, eu não desviei o meu olhar do seu.

- Muito prazer, Sasha sou Taylor o chefe da segurança da família. - Ele estende a mão, mas eu não.

- Prazer Sr Taylor, precisamos de ir Rosa.

Avanço em direção à sala de jantar seguida por Rosa, não sei explicar, mas homens são seres em que eu não confio. Carregamos tudo para a cozinha...

- Meninas estamos mais uma vez em alerta, Rosa tu sabes os procedimentos, por isso peço que dês um jeito ao escritório enquanto explico tudo a Sasha.

- Claro, adeus Taylor! - O homem continua na cozinha a beber o seu café.

- Sasha por vezes os Powell recebem ameaças, principalmente quando têm em mãos casos com pessoas perigosas. Durante essas alturas devemos entrar e sair da casa pela porta dos fundos, não falar com estranhos, dizer alguma coisa caso haja movimentações suspeitas...

- Betty, calma, eu não tenho carro, nem família, nem sequer telemóvel, então não precisas de preocupar-te comigo.

- Sabes conduzir? - Ela pergunta com o pano da loiça nas mãos.

- Sim, mas não posso tirar carta pelos motivos que sabes.

- Tudo bem, mas o telemóvel é outra história, teremos de tratar disso. - Ela tira o avental e vem ter comigo.

- Há algo que deva saber? - O tal Taylor questiona a Betty.

- Depois eu explico.

- Se não precisa de mim, vou voltar ao trabalho. - Não gosto como me olha com aqueles olhos tão belos quanto perigosos.

- Espera Sasha, preciso de ti! Taylor preciso trabalhar, querido.

- Até logo então.

Betty pede que a ajuda com o cesto cheio de toalhas, saímos por uma porta da lavandaria que dá acesso ao jardim, ao fundo das traseiras existe uma casa mais pequena. Era um ginásio bem grande e no primeiro andar três quartos e uma casa de banho. Os quartos estavam arrumados, colocamos toalhas na casa de banho e no ginásio, confirmamos que o frigorífico estava repleto de comida e bebida...

- Bom parece que está tudo em ordem para a equipa do Sr Taylor.

- Eles ficam aqui durante as alturas críticas.

- O ginásio é para eles? - É como um parque de diversões para mim.

- Não, mas acho que só eles o usam, a família nunca cá vem, quer dizer Brandon vinha bastante, agora frequenta a academia perto do trabalho.

- Posso usá-lo?

- Desde que não seja nas horas de trabalho, gostas de praticar desporto?

- É uma necessidade.

- Quem me dera ter a tua idade e o teu corpo.

Eu apenas acenei quando o que queria responder era - E eu gostava de ter a sua mente e saber quem sou - mas era inútil, ninguém entendia. De volta a casa, Betty apressou-se a começar a tratar do jantar e eu procurei Rosa, acabando por ajudá-la a tirar o pó da biblioteca. Depois de terminar e enquanto ela buscou o correio e eu aproveitei para ir à cozinha, tirava a loiça da máquina e Betty tratava da salada quando Maya Powell entra na cozinha...

- Boa tarde, menina está com fome?

- Sim gostaria de comer uma fatia daquele maravilhoso bolo com morangos e chocolate e um sumo de laranja. - Ela senta-se no banco alto e pousa os cotovelos na bancada da cozinha com um ar cansado.

- É para já!

- Deves ser a nova empregada. - Ela olha-me com os seus lindos olhos, é bonita, mas parece ser o oposto do pai.

- É a Sasha, espero que o seu irmão a deixe em paz.

- Se ele tentar alguma coisa fala com Betty.

- Aqui tem menina, bom proveito. Preciso de um favor seu, quero que me compre um telemóvel para Sasha e algumas coisas que ela precisa, eu não entendo nada dessas coisas.

- Tenho ideia melhor podemos ir as duas as compras amanhã, eu não tenho aulas a tarde. - Ela fica animada com a ideia, mas eu não, tenho tudo o que preciso.

- Acho ótimo, depois pago tudo.

- Claro que não, tenho o cartão sem limites do meu pai. - As duas rapidamente voltam a conversar como se eu não estivesse ali, era irritante.

- Obrigado as duas, mas não quero nada disso. - Digo séria para as duas que parecem não ouvir o que eu digo.

- São ordens da tua chefe Sasha, vai ser divertido. - A jovem termina o sumo e sai da cozinha com a fatia de bolo na mão.

- Sasha trabalho nesta casa há trinta anos, eu tenho apenas a minha irmã, o que faço com todo o meu dinheiro?

- A senhora investe na sua reforma, no futuro, mas não em mim, nem me conhece Betty. - Acabo de arrumar o último o copo e olho para ela.

- Querida sei o que tu pensas, mas sou eu quem manda no meu dinheiro, agora podes brindar-me com um sorriso por favor?

- Tudo bem, mas, eu pago tudo quando receber.

- Agora podes ir pôr a mesa, as loiças do jantar estão no grande aparador.

- Rosa explicou-me tudo, vou lá agora  mesmo.

Estendo a toalha branca bordada à mão, disponho a loiça de porcelana com os copos de cristal. A mesa fica preparada para receber os donos da casa e a maravilhosa comida de Betty. A porta da rua bate e vozes de homens ecoam na sala, espero alguns segundos para não me cruzar com ninguém, prefiro manter-me invisível. Dobro os guardanapos que pouso no prato de cada um e como não ouço ninguém volto a cozinha...

- Sasha apresento-te Brandon Cooper! - O homem alto abre um sorriso e  estende a mão.

- Sasha? Muito prazer!

- Muito prazer!

Aperto a sua mão, mas afasto-me dele, o seu olhar, os seus olhos conheço-o, não sei de onde nem como, mas conheço-o, o meu coração acelera só de o ver, quem é ele?