33 - Minha culpa

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Tal como no circo nós somos a atração do momento e eu detesto isso, sempre adorei ser discreta, Todos se apresentaram e havia apenas um dos membros ausente, durante o jantar falaram de regras e planos, eu não ouvia nada, as palavras não chegavam ao meu cérebro, tudo o que queria era sair dali, prestei mais atenção a tudo o que tinha a volta e todos os presentes, cada movimento parecia suspeito, eu era a única mulher e parecia que isso não era do agrado da maioria, por esse motivo preferirem falar com Eric, queria matar cada um deles. Aos poucos depois do jantar terminar todos iam saindo mas sempre insistiam para que nós ficássemos, eu e Eric trocávamos olhares sabíamos que algo estava por acontecer...

- Bom precisamos ir ainda temos uma longa viagem Sr M.

- Sim, somos os últimos ao que parece.

- Vemo-nos na próxima reunião para podermos acertar alguns detalhes acerca da subida da minha esposa ao comando da Rússia.

- Com prazer!

Ele acompanha-nos à porta com os seguranças e Taylor vai a nossa frente, David estaciona o carro e eu abro a porta de trás para entrar, ouço Taylor gritar e entro no carro rápido com Eric, o veiculo arranca e Taylor olha para trás...

- Eric estás ferido!

- Não é grave. - ele diz com a dor estampa no rosto.

Olho para ele e vejo a camisa manchada com sangue, procuro no seu corpo o ferimento e vejo que foi de raspão na lateral das suas costelas, na verdade não era assim tão grave mas eu sentia que ia entrar em pânico...

- Calma Shannon, não fiques assim.

- A culpa é minha Eric.

- Olha para mim - Ele puxa o meu  queixo para perto de si - Limpa as lágrimas e beija-me.

- Grande Eric, aproveita-te do ferimento para arrancar beijos da minha cunhada.

- Cala-te e conduz, precisamos de chegar ao avião rápido. - Eric reclama e puxa-me para os seus braços.

No jato eu ajudo-o a sentar na cama e retiro a sua camisa, limpo a ferida e faço um penso com gaze, Taylor já preveniu a equipa médica que estará pronta quando aterrar-mos, ele sorria
enquanto eu andava feita louca de um lado para outro...

- Respira querida, não vou morrer.

- Para de me tentar acalmar, eu não te deveria ter trazido. - Ajudo-o a vestir uma camisola confortável e vejo que está com dores mesmo que tente disfarçar.

- Aí serias tu a receber um tiro e isso está fora de questão. - Ele puxa o meu braço para que eu caia na cama - O lado positivo é que tu já me perdoaste.

- De onde tiraste essa ideia?

- É um fato Sra Davies!

Quando aterramos ele foi encaminhado para a clínica e eu passei no castelo para tirar o vestido manchado de sangue, regressei a clínica, não sei o porquê mas Eric estava com um ar péssimo o seu estado era bem pior do que quando chegou, o meu telemóvel toca e eu atendo mesmo sem ver quem é porque não consigo tirar os olhos do meu marido...

- Quem fala?

- Sasha? - O meu nome sai num tom diferente, quem está do outro lado usa algo para disfarçar a voz.

- Sim! Quem é?

- Presta bem atenção, a bala estava envenenada e o estado do teu marido vai piorar a cada hora que passa, não vale a pena ficares com essa cara é apenas uma troca de favores. - Devo ter perdido a cor, como assim envenenada?

- Como assim mas quem...

- Faz o que eu digo e tudo vai correr bem, se queres o antídoto eu posso dar-te mas em troca terás de matar as pessoas da lista que irás receber por email, tens meia hora para pensar, volto a ligar mais tarde princesinha.

A chamada termina e eu sinto tudo ruir, entro na clínica como uma louca e informal médico que a bala estava envenenada, ele ordena a um enfermeiro que tire um pouco do meu sangue para saber se fui contaminada enquanto ele vai ter com Eric e começa a analisa-lo. Não vou deixar que nada lhe aconteça, estendo o braço para que o enfermeiro me retire sangue e com outra mão abro o email anônimo, só pode ser uma brincadeira porque acabo de receber uma ordem para matar todos os membros da máfia com que jantei...

- Terminei Sra Zorkin. - Só agora vejo que ele já acabou a análise.

- Obrigado, em quanto tempo as análises ficam prontas?

- Umas horas! - Ele diz distraído enquanto cola a etiqueta com o meu nome.

- Quero o resultado para daqui a meia hora soldado. - O meu tom não é de brincadeira e ele entende de imediato acenando afirmamente com a cabeça.

Saio até ao corredor e vejo Taylor...

- Vem comigo e tu soldado fica aqui, se o meu telemóvel tocar faz sinal - Passo o aparelho para as suas mãos e afasto-me com Taylor.

- Qual é o problema?

- A bala estava envenenada e em troca do antídoto terei de matar todos os homens com quem jantei. - Ele parece não acreditar em mim.

- Isso é como assinares a tua sentença de morte Shannon.

- Não vou arriscar a vida se Eric e por falar nisso manda alguém buscar os pais dele e descobre quem está aqui infiltrado porque algo me diz que este homem que me ligou sabe cada passo meu.

- Tu não lhe vais contar? - Eu sei que ele desaprova a minha decisão mas não tenho alternativa.

- Ele não iria aceitar Taylor, tu no lugar dele fazias o quê?

- Tens razão mas, eu vou contigo!

- És o único que confio para ficar no comando e quem amo, contigo aqui sei que vai tudo correr bem, não preciso de me preocupar com nada exepto as missões.

- Sra Zorkin! - O soldado grita e aponta para o médico atrás dele.

Corro até eles com esperança de obter boas notícias...

- Já tem o resultado dos exames? - Pergunto angustiada, por favor que Eric esteja bem.

- Acho melhor falarmos em privado.

Entramos no seu pequeno gabinete e peço que me coloque a par de tudo...

- A bala estava realmente contaminada e precisamos do antídoto. - Oh não, penso nele e o que deve estar a sofrer.

- Onde posso encontrar esse antídoto?

- Esse é o problema, não sabemos que tipo de veneno é então teremos de testar tudo o que leva tempo e a degradação do estado do seu marido está a um ritmo muito acelarado.

- E se eu conseguir ter esse medicamento agora?

- Isso iria salvar a vida do paciente porque quanto mais tarde lhe administrarmos mais são as possibilidades de ficar com sérias sequelas. - Eu terei a cura nem que a minha vida dependa disso, amo-o demais para o perder assim.

- Obrigado doutor vou tratar disso agora mesmo.

- Espere Sra Zorkin e você como se sente, alguns sintomas? - Paro antes de abrir a porta e volto a olha-lo.

- Não até agora, acho que não fui infetada.

- Disso eu sei, tenho nas mãos o resultado das suas análises. - Ele mostra algumas folhas na sua mão.

- Então não percebo!

- Estou a falar da gravidez Senhora. - Qual gravidez?

- Essas análises nunca existiram, se abrir a boca eu acabo consigo doutor. - Tiro as folhas da sua mão e guardo no bolso - Trate do meu marido porque se algo lhe acontecer vocês morrem.

Oblívio - A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora