Oblívio - A Escolhida

41 - Com ela...

- Acho a ideia ótima Shannon. - Não vou aguentar outro sorriso sedutor dele.

- Estás a ver a casa atrás de mim?

- É perfeita!

- É minha. - Sinto orgulho em lho anunciar e ele arregala os olhos.

- Compraste a casa?

- Comprei e tenciono vir viver aqui quando o bebê nascer mas, até lá vou ficar na Rússia e acabar o projeto.

- Eu estou a meio de uma missão não me posso ausentar. - Ele fica triste, percebo que não é o melhor momento para lhe cobrar a distância.

- Eu entendo, é o teu trabalho mas quando for o momento de vir para aqui eu vou ficar sozinha com este bebê.

- Não estou a entender. - Ele afasta -se do carro e fica mais próximo de mim.

- Se queres ganhar um lugar nesta casa então terás de mostrar que me amas, não perdoei o fato de me virares as costas.

- Tens razão, eu mereço isso e vou provar-te que estou arrependido.

Ele aproxima-se pronto a agarrar-me e beijar-me, era tudo o que eu queria mas não ia ser assim tão fácil.

- Vamos embora, estou cansada.

- Vai ser uma batalha dura, tenho certeza que não vais facilitar. - Ele abre a porta do carro para que eu entre, tão fofo.

- Devias estar acostumado.

Entramos no carro e voltamos para casa de Alyson, antes de entrar na casa aperto o braço meu marido...

- Eric preciso contar-te algo sério. - Acho que é o momento de lhe contar sobre Alice.

- Falamos lá dentro querida.

Abrimos a casa e percebo que ainda estão todos a mesa a terminar a sobremesa, Eric afasta -se para falar ao telemóvel e quando desliga informa-me que tem de ir embora, algo aconteceu com a sua missão, recebo um beijo rápido nos lábios e ele parte a correr, não era o melhor momento de falar com ele pois tenho de regressar amanhã bem cedo para a Rússia.

Taylor conhece -me bem e vê tristeza no meu olhar então inventa uma desculpa para que possa levar -me de volta ao hotel, dormi mal, preocupada por deixar pontas soltas da conversa com Eric então levanto cedo e faço as malas, saio do hotel mas David lembra-se que o representante do governador da segurança interna esqueceu-se de nós dar a pasta com as autorizações para o projeto. Passo no edifício onde ontem foi a reunião , recupero a pasta e quando estou quase de saída vejo Eric entrar com Alice rodeado de homens com ar de seguranças, os dois desfilam de mãos dadas, ele ve-me ao longe e ali percebe que tudo o que havia entre nós chega ao fim. Saio do edifício e vejo Taylor em pânico, David fala ao telemóvel...

- Shannon é apenas uma missão.

- Uma missão? Com ela? - Grito furiosa.

- Acabo de saber, David sabia que os dois estavam a trabalhar no mesmo caso, só não sabia que estavam a fingir ser um casal. - O meu amigo tenta amenizar o ambiente mas, o mal está feito.

- Logo com ela Taylor? Vamos embora não há mais nada a fazer aqui.

- Querida cunhada...

- Calado David, apenas entra no carro que eu tenho mais que fazer.

Foi muito, mais uma vez eu sofro por ele, deixo as lágrimas caírem e nem tento esconder como me sinto, perto do jato deixo Taylor e David tratar das bagagens e vou para o quarto no fundo do avião, retiro os sapatos e deito na cama, agarro a almofada e enterro a cara para passado algum tempo adormecer cansada. Quando acordo olho para o relógio, as horas passaram a voar e já aterramos por certa, Taylor deves-me ter deixado descansar, limpo a cara, calço os sapatos e saio do quarto, olho para o interior do jato e apenas uma pessoa espera por mim...

- Só pode ser um pesadelo.

- Ouve-me apenas Shannon. - Ele fica de pé, com o cabelo desalinhado e uma cara péssima.

- Ouvir? Não! já chega, para além disso estás numa importante missão, não devias estar aqui.

- Não podia contar-te amor.

- Contar o quê? Que trabalhas com a mulher que beijas-te naquela noite, a mulher que andava com Brandon e tentou matar-me? - Queria ter algo à mão para lhe atirar, como se atreve a chamar-me amor.

- Acabo de entregar Alice à polícia, será condenada e presa.

- Condenada? - Mas o que é que se passa?

- Taylor desconfiava que era Alice que estava por trás de tudo, ele e o meu irmão investigaram, reuniram provas e então eu montei um plano para conseguir a sua confissão, não podia contar-te, irias estragar tudo.

- Isso é mesmo verdade? - Sinto um peso sair dos meus ombros, finalmente.

- Sim, iria obter mais provas mas quando te vi soube que se não viesse atrás de ti perder-te-ia. Entreguei tudo a um dos homens da minha equipa, conduzi como um pouco e decidi deixar-te descansar enquanto esperava aqui sentado de coração apertado.

- Preciso de tempo, de pensar em tudo o que me disseste.

Eu precisava de parar, sentar e colocar as ideias em ordem, era muita coisa para um dia só, tomo índice e vou para o escritório trabalhar, Taylor estava lá, olhou para mim e voltou a teclar no computador, um olhar basta para saber que tudo o que quero é silêncio. As horas passam e a minha cabeça reclama, decido ir dormir porque um novo dia trará novos ventos, durmo até um pouco mais tarde que o normal e decido não ir treinar esta manhã, vou direto para o escritório onde os três trabalham concentrados e em silêncio. Depois de almoço tive uma reunião com o arquiteto e o responsáveis obras, passamos três horas a acertar detalhes mas tudo ficou como eu imaginava. David fez o favor de convocar todos os soldados e apresentar o projeto, apenas dois rejeitaram a ideia, eram livres de o fazer, de ir embora e escolher outro caminho, eu não iria impor nada a ninguém, queria apenas que o dinheiro que o meu pai ganhou com eles fosse aplicado da melhor forma.