Oblívio - A Escolhida

20 - Missões

A primeira missão depois que cheguei a Rússia é comandada por Zork, eu seria uma das sniper de serviço, as ordens eram esperar que o alvo viesse à janela para abate-lo o problema é que se tratava de um terrorista foragido, nem sequer tínhamos certeza que ele estava ali, fazíamos turnos de doze horas com uma espingarda na mão á espera de um sinal de vida. O soldado que vem substuir-me chega, vou para o meu quarto de hotel que fica a poucos quilometros, entro no duche morta por passar horas na mesma posição, visto algo e seco o cabelo, sinto a presença de alguém então pego na minha arma  que está sempre por perto e vou até ao quarto...

- Sai daqui Alex! - Ele parecia tão cansado quanto eu, deve estar a coordenar a equipa que trabalha infiltrada.

- Tenho de ser rápido porque não posso ser visto aqui mas...

- Eu vou acabar contigo!

- Eu disse para confiares em mim. - Eu sorrio com amargura, como ele pode ser tão prepotente?

- E ganhei uma costela partida, sabes o quanto te odeio?

- Eu quero que confies, se não gostas de mim tanto me faz, um dia quando fores livre poderás voltar para o teu querido Brandon. - Ele fala com raiva e sai sem me deixar responder.

Felizmente que estava tão cansada que caí na cama como uma pedra, de manhã fui acordada com uma exelente notícia, o alvo tinha sido abatido mas como a sorte foge de mim fui imediatamente convocada para outra missão, desta vez a solo. Não podia acreditar que desta vez eu iria ser o isco, uma modelo fotográfico que tem de matar o fotógrafo, sou levada de avião para o Brasil, bom pelo menos o destino era maravilhoso. No quarto de hotel tinha uma agente de uma agencia de modelos que geria o meu horário, tinha três horas para tomar um duche, comer e ir até ao estúdio. Incrível como o meu dia piorou quando saí do hotel para me dirigir ao estúdio, Alex era o segurança escolhido para me escoltar, no estúdio estava tudo pronto, fui penteada e maquilhada...

- Agora é só vestires a roupa para a sessão, começa pelo body de renda preto. - Ela aponta para as peças penduradas em cabides forrados a seda.

- E o resto da roupa?

- Querida é uma marca de lingerie!

Agora não há nada a fazer, coloco o body e um robe de seda por cima, o fotógrafo era mais jovem do que imaginava, tinha cabelo longo preso no cimo da cabeça e estava vestido de forma descontraída, no centro do estúdio estava montado um quarto que seria o cenário, Alex e a agente estavam num canto a ver tudo, não me sentia confortável por estar assim vestida perto de todos...

- Princesa deitar-te na cama, vamos tirar algumas fotos. - Retiro o roupão e faço o que me pede, ele fica em cima da cama com a máquina na mão - Vamos lá querida, mostra a tua sensualidade.

Entre poses e flashes vejo Alex impaciente de um lado para o outro, o fotógrafo termina a sessão e pede para que me encontre com ele mais tarde, não sou idiota e sei o que isso significa, é a minha oportunidade para o matar. De volta ao hotel tomo um lanche e visto algo para jantar, entro num táxi rumo ao estúdio onde marquei com o fotógrafo ver as minhas fotos, subo até ao primeiro andar e dou de caras com Alex...

- O que é que fazes aqui?

- Trabalho está feito, vamos embora. - Ele agarra no meu braço com força e vejo de soslaio um corpo no chão.

- Não era suposto ser eu a fazer isso?

- Está feito, é o que interessa.

Durante as semanas seguintes eu tive outras duas missões, os treinos foram mantidos como sempre com um ritmo árduo e o pior é que o  casamento estava próximo, maldito dia que Alex apareceu à minha procura. Quem poderia ser feliz ali? Como é que aguentava aquele vida? Eu só pensava que nunca mais iria deixar de ser uma prisioneira, Lilian tinha -se revelado uma amiga que me dava bastante apoio moral, ela defendia Alex com unhas e dentes, incrível os sacrifícios que fazemos por amor seja ele que tipo for. Não sei como mas a véspera do grande dia chegou, eu estava em pânico porque sabia que não tinha saída, Lilian levou todas as minhas coisas para um novo quarto, ele ficava em outra ela do Castelo, o meu novo quarto era maior que certos apartamento, ele tinha uma cama gigante, uma zona com sofás, um closet enorme, casa de banho com tudo, parecia que me estava a mudar para um quarto de um hótel cinco estrelas. As coisas de Alex já estavam ali, arrumo tudo e vejo que já haviam alguns artigos femininos que não me pertenciam, Lilian tinha tomado a liberdade de comprar todo o tipo de cosméticos, cremes e tudo o que poderia precisar...

- Devias estar feliz, o casamento vai trazer-lhe mais autonomia.

- Terei que casar com um homem que odeio para poder ter o que me roubam sem qualquer direito de o fazer.

- Diz a verdade, Alex é bonito e... Não há nada que sintas de bom por ele?

- Talvez tenha havido uma altura em que o tenha achado atraente, talvez até já tenha sido apaixonada por ele.

- Como assim? Tu lembras-te de alguma coisa? - Ela deixa cair as minhas calças que ajudava a arrumar e olha para mim espantada.

- Pouco mas, também não é nada de importante e tu vais prometer que não lhe contas!

- Se achas que é o melhor a fazer eu farei isso.

- Vai ser uma casamento normal? - Pergunto por simples curiosidade.

- O primeiro que acontece aqui e sim vai ser no jardim sul e a festa num dos salões, consegui convencer o Zorkin a fazer algo mais tradicional, espero que gostes.

- Não há nada para gostar!

- Bom o casamento será só por volta  das cinco da tarde assim dá tempo para te preparares, o vestido chega com a equipa que te vai preparar desde a ponta dos cabelos aos pés, é um presente do chefe.

- Um presente seria ele morrer!

- Fala mais baixo, as paredes têm  ouvidos.