Oblívio - A Escolhida

6 - Provas

Eu estava nervosa, não consigo aceitar que tudo na minha vida é novidade pelo menos não aos vinte sete anos de idade, entro no carro com Taylor e Brandon que não justificou a sua presença nesta viagem. Passamos unas quatro horas a andar sem parar, vejo que estamos numa zona florestal e bem no meio existe um antigo forte. Existem vigias fardados de militares com metralhadoras em não, passamos os portões e eu confirmo que realmente estamos num centro de treinos, uma academia Militar. Um homem fica parrado bem na nossa direção, tem cabelo grisalho e uma cara de quem não é para brincadeiras, ele cimprimenta-nos mas é somente com Taylor que o homem troca algumas palavras. Somos encaminhados a um quarto que tinha quatro camas, iríamos dormir os três ali? Bom parece que sim...

- Arrumem as coisas e venham ter comigo lá fora, vou reunir os recrutas! -  eu não sei o que vai acontecer, mas visto algo suficientemente confortável   assim que Brandon e Taylor saem para que eu possa despir-se.

No pátio haviam mais quatro pessoas, uma jovem mulher e outros dois homens, o General diz serem os melhores recrutas de classes diferentes. As provas escritas são automaticamente fora de questão devido à amnésia, então passamos apenas a avaliações físicas, todos teríamos as mesmas provas e o mesmo tratamento, Brandon chega perto de mim e fala comigo pela primeira vez depois que fomos apresentados...

- Sasha como advogado, devo dizer-te que não és obrigada a fazer isto.

- Eu sei, mas quero Sr Powell.

- Aqui sou Brandon!

- Como queira, agora preciso ir.

A primeira prova de obstáculos em terreno acidentado e lamacento era o básico para qualquer recruta, uma prova a contra relógio que termina comigo em segundo lugar. Temos uma  pausa para beber água e deslocaremo-nos a outra área de treino, desta vez com armas, temos vários tipos de sistema de defesa desde armas a shuriken, entramos num cenário montado onde temos de utilizar as armas da melhor forma. O problema para mim era saber se eu alguma vez eu havia tocado nestas coisas e descobri minutos mais tarde quando fui a única a terminar a prova sem falhas, no dia seguinte fui também a melhor na prova de memorização e táticas de combate tal como em infiltração. Os dias têm sido puxados, tomo um duche e sinto cada músculo do meu corpo doer, junto-me ao resto do grupo na cantina e sou olhada de lado por muitos, mas esse é o menor dos meus problemas. Na verdade, nenhum deles podia apontar o dedo ou dizer algo a meu respeito porque era desleal. Os outros todos passavam metade do dia a treinar e eu apenas duas horas no máximo já para não dizer serem mais jovens e tinham treino há meses e mesmo assim eu não me sentia ameaçada...

- Quantos mais provas terei pela frente? - Pergunto a Taylor que está sentado na minha frente.

- As que aguentares. - Ele limpa a boca e pousa os talheres no tabuleiro para me encarar - Admito estar enganado, tu tens de pertencer a algo mais do que uma simples esquadra de polícia. Brandon redigirá um documento para podermos ser autorizados a pesquisar as tuas impressões digitais no sistema de base de dados de agentes da CIA, FBI e todas as organizações federais de vários países.

Respiro fundo, não acredito que faça tudo isso por mim e mesmo que o faça,  o que ganha com isso? Será que poderei ter mais sorte desta vez?

- É sexta-feira, nós temos autorização para descontrair um pouco, queres juntar-se a nós? Aliás, a mim, as mulheres por aqui são poucas e eu não posso lidar com estes idiotas sozinha. - Ela sorri e bate no ombro do outro recruta a seu lado que, aliás, não tira os olhos dela nunca.

A única recruta mulher que compete comigo, é Nádia, ela tem apenas vinte e dois anos e parece simpatizar comigo, eu acho que, na verdade, começo a sentir alguma pressão com os treinos...

- Eu aceito!

- Passo no teu quarto daqui a dez minutos, posso vestir-me contigo ?

- Claro, quer dizer, o quarto não é só meu. - Olho para Taylor e Brandon que está do seu lado.

- Vamos Taylor tens dez minutos para estarmos prontos, também merecemos beber um copo.

Os dois levantam-se para pousar os tabuleiros perto da cozinha e saem do refeitório, eu fico ali sozinha e em silêncio. Termino de comer e espero na porta do quarto que eles se despachem, encosto na parede e vejo dois rapazes passarem, eles têm  olhares maldosos e sorrisos que denunciam o que lhes passa na cabeça, não baixo o olhar, não tenho medo deles. Brandon abre a porta e sai com um sorriso, os dois são lindos, homens realmente aclamativos e ainda mais de calças de ganga e camisola colada ao corpo, tenho a certeza que mulheres não faltam a nenhum deles. Nádia chega com um saco e ambas entramos no quarto, é a nossa vez de ficarmos com um estilo mais apropriado para ir ao bar...

- Qual deles é o teu namorado? É que por vezes é difícil perceber.

- Nenhum! - Olho para ela sem acreditar no que acabo de ouvir.

- Sasha, eles são lindos, isso não podes negar e acho que eles...

- Nádia um é meu chefe e o outro o chefe da equipa de segurança do meu chefe! - coloco umas calças de ganga escolhidos por Maya, são demasiado rasgadas e parece que Nádia fez a mesma opção.

- Isso não quer dizer nada.

- Claro que quer e se estiveres interessada vai em frente!

- Estava a brincar, nenhum deles me atrai. - Ela fica ligeiramente corada.

- Já percebi isso, um dos recrutas não tira os olhos de ti.

- Mentira! - Ela contesta enquanto visto um top branco básico, ténis e casaco.

- Vês como sabes de quem falo, caso contrário a tua resposta seria "Estás a falar de quem?"

- Deixa o cabelo solto, os homens adoram isso.

- Vamos, mas é embora! - Ela passa o batom vermelho nos lábios e ajeita o seu longo cabelo negro.