37 - Planear

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Brandon sorria pelo caminho até casa, o encontro com todos estava marcado para daqui a uma semana e eu estava com a minha pior cara...

- Quero a minha equipa!

- Não Shannon, lamento mas estás por tua conta.

- Achas que consigo tratar de tudo sozinha? São chefes da máfia não um grupo de assaltantes de supermercado.

- Tudo bem, três soldados e não se fala mais nisso, já agora tira essa cara, se o teu marido acha que o estás a trair comigo ainda melhor, fico feliz por saber que o faço sofrer.

- Que bom, um de nós está feliz, diz-me uma coisa, é verdade que vais ser pai? - Vejo-o olhar agora para mim com um ar sério.

- Sim mas paguei muito dinheiro para ela ter o bebê longe, terá uma vida confortável mas sejamos sinceros pessoas como eu e tu não fomos feitos para ter filhos, serão pedras no caminho e alvos fáceis para os nossos inimigos.

- Talvez tenhas razão. - Dou por mim a pensar no meu bebé e no futuro que lhe espera.

- Será melhor assim, para todos.

Quando entro na casa sou seguida por Brandon, a minha paciência estava por um fio com ele...

- Que tal relembramos os velhos tempos? - Ele fala com uma voz sedutora, outrora eu iria a correr para o quarto com ele, agora Eric é o único homem para quem olho.

- Brandon vai embora e passa numa boate para satisfazeres as tuas vontades.

- Vá lá Shannon nós éramos bons na cama e Eric não precisa de saber. - Paro de andar e olho para ele com vontade de lhe estrangular.

- Se abrires novamente a boca para dizer tanta porcaria podes acreditar que acabo contigo, Eric é o único homem com quem durmo e agora que ele nem quer saber de mim, não haverá mais ninguém, homens são um problema.

- Pronto já percebi que hoje não vou conseguir deitar na tua cama então até amanhã. Liga para os teus homens, somente três! - Ele sai sem dizer adeus.

Tomo um duche e visto o pijama, ligo para Taylor...

- Boa noite Taylor!

- Finalmente Shannon, Eric foi a tua procura e eu... - Coitado, parece preocupado.

- Está tudo bem eu já falei com ele, preciso que me envies três soldados de preferência um deles que seja mulher.

- Afinal quem é o misterioso homem que te chantageou?

- Brandon Powell acreditas? - Dá para perceber que Tayloy ficou sem fala e deixo-lhe recuperar o fôlego.

- Que filho da p***.

- Mudando de assunto como está tudo por aí?

- Acho que vais gostar da proposta da equipa de arquitetos!

- Não esperes por mim, se tu aprovas então dá ordem para avançar com tudo, eu confio em ti. - De qualquer forma eu tenho um plano B para seguir.

- Posso fazer alguma coisa para te ajudar?

- Já ajudas mais do que imaginas, dá um beijo a Jenny.

Desligo a chamada e vou para o quarto, entro na cama e dou voltas sem sono, sinto a presença de alguém, os seguranças do Powell ficam sempre do lado de fora da casa então pego na minha arma, se Brandon voltou para insistir...

- Sou eu querida, podes baixar a arma.

- Eric, oh meu Deus como é que entraste aqui? - Saio da cama para o abraçar.

- Esperei a troca de turnos dos seguranças.

- Isso foi quando eu cheguei, estiveste aqui todo esse tempo?

- Sim e ouvi aquele idiota propor-te sexo, não imaginas o esforço que fiz para não acabar com ele.

- Acredito que não deve ter sido fácil mas fizeste bem em não deitar tudo a perder.

- Porque é que não acabas logo com ele?

- Porque ele tem alguém infiltrado na Rússia e se algo lhe acontecer certamente um de nós vai sofrer as consequências.

- Taylor já tem um suspeito, sei que está dar o seu melhor para provar a responsabilidade desse soldado.

- Vamos ficar aqui a conversar ou experimentar a cama?

- Exelente ideia!

Sem lhe dar tempo de pensar eu beijo os seus lábios, sinto as suas mãos no meu corpo e fico arrepiada, ele retira a minha camisola e pega em mim ao colo, puxa-me na cama e vai apagar a luz, não podemos ser vistos pelos seguranças. Entre beijos e carícias sinto um enjoo, afasto-o de mim e corro até a casa de banho para vomitar...

- Ei, estás bem? - Ele agarra o meu cabelo enquanto eu deito tudo fora.

- Desculpa, estou um pouco enjoada.

- Não comeste, reparei que no jantar estavas pálida, o que se passa Shannon?

- Nada! - Lavo a boca e olho para ele através do espelho.

- Tu tocas-te em mim quando aquela bala me atingiu...

- Não é nada disso, fiz exames e o que tenho não tem nada a ver com o veneno. - Viro-me para olhar nos seus olhos, não posso esconder algo tão importante.

- Então é o quê?

- Estou grávida.

- Grávida? - Ele passa as mãos no cabelo e a reação não é a que eu imaginava.

- Fala baixo Eric, lembra-te que sou vigiada.

- E não me contaste nada? - Estava irritado comigo, nem tive direito a um sorriso.

- Tu estavas na clínica e eu descobri por causa dos exames que fizemos, depois tive de partir e não nos falamos depois disso.

- E mesmo assim aceitaste esta  loucura?

- Querias o quê? Não te posso perder.

- Essa criança corre mais riscos que qualquer um de nós. - Ele agarra nos meus braços com força - Vais regressar agora mesmo para a Rússia.

- Não Eric, vou fazer o combinado e depois tratamos deste assunto.

- O meu filho não é um assunto e não há nada a tratar... Tu não estás a colocar a hipótese de não o ter.

- Eu ainda não pensei bem, teremos de falar... - Agora sou eu que agarro no seu braço quando me tenta virar as costas.

- Não há nada a dizer, o meu filho vai crescer, ser saudável e feliz. - Ele puxa o  seu braço e afasta -se nervoso, eu entendo não quero que pense que sou um monstro mas também sei que não me vai ouvir.

- Calma Eric!

- Sabes que mais eu vou embora, tenho assuntos a tratar.

- Estás a fugir! Eu não acabei de falar.

- Não quero ouvir, preciso apanhar ar.

Ele respira fundo, beija a minha testa e sai pela janela.

Oblívio - A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora