12 - Assalto

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Ouço um barulho, olho para o relógio e são sete da tarde, Betty ligou para avisar que vai jantar fora então decido fechar o livro e ir à cozinha em silêncio. Pego em duas facas, nesse momento a porta da rua é aberta, baixo-me e fico escondida por trás do balcão de cozinha. Espreito em direção à sala, dois homens fazem gestos, um sobe as escadas e outro vai em direção ao escritório, sigo o que está no andar de baixo antes dele rodar a maçaneta eu vou por trás dele e corto a sua garganta, ele morrerá lentamente e em silêncio agora preciso encontrar o outro. Subo as escadas e tento ouvir algum som, ele está certamente no quarto dos Powell, a porta está aberta e o homem parece procurar algum documento visto que caixa das joias está bem a vista e ele nem lhes tocou. Ele usa luvas mas não tem armas à vista, gatinho até ele e espeto as duas facas, uma em cada perna, não o queria matar mas sim saber quem o enviou. O homem grita de dor e cai no chão, abro o armário e ato as suas mãos, pego o telemóvel e ligo para Taylor...

- Porra Sasha eu não estou a brincar. - Ele responde a sussurra, visivelmente irritado.

- Nem eu e agora tenho dois homens que entraram na mansão. - Respondo de forma fria.

- O quê?

- Um está morto e outro ferido, vais enviar alguém ou devo chamar a polícia? - Queria gritar que a culpa disto é dele mas guardarei isso para depois.

- Merda, estou aí em quatro horas.

- Ele não tem quatro horas Taylor.

- Faz por isso! - Ele desliga o telemóvel na minha cara. - Claro.

Corro até a casa de banho no andar de baixo e procuro a caixa de primeiros socorros e volto a subir, retiro as facas e enfaixo as pernas do desgraçado, dou-lhe um analgésico e fico sentada do seu lado até ouvir motores de carros, volto a descer e vejo Taylor sair de um carro com dois dos seus homens e Brandon vem no seu carro logo atrás...

- Onde estão eles?

- O morto na porta do escritório e o vivo no quarto dos patrões. - Os homens entram na casa e eu impesso Taylor de passar. - Eu avisei, eu liguei antes mas não quiseste ouvir.

- Queres o quê? Ensinar-me o meu trabalho ou um lugar na equipa?

- Talvez seja uma boa ideia!

- Chega! Taylor por favor trata dos homens - Brandon entra na conversa, Taylor vira costas e eu faço o mesmo mas sinto a sua mão no meu braço - Como é que estás?

- Bem Sr Powell, não precisava sair da festa. - É difícil ser fria com ele mas é necessário.

- Estás a brincar? Foi ótimo vir para poder estar perto de ti.

- Eu não sirvo de desculpa para as suas escapadas Sr Powell.

Entro na casa e vou para o quarto, visto um conjunto de top com calções para dormir e passo bastante tempo deitada a fitar o teto, o meu estômago ronca de fome então decido ir até a cozinha, abro o frigorífico e retiro o necessário para preparar uma sandes, depois de tudo pronto eu viro-me para encher um copo de leite fresco e sinto alguém, quando me volto para trás vejo Brandon morder a minha sandes, não reclamo, volto a fazer outra e encho outro copo de leite que lhe ofereço...

- Fiz alguma coisa de mal? Quer dizer falaste comigo com quatro pedras na mão. - Ele mantém o tom calmo mas sei que não é assim que se sente.

- Não, foi só o dia que foi complicado e afinal dormimos juntos mas isso não quer dizer nada.

- Vou subir se não estiveres no meu quarto daqui a alguns minutos eu invado o teu. - Ele nem termina a sandes mas já está pronto para ir embora.

- Brandon...

- Boa noite meninos, Brandon não devia estar no casamento da sua prima? - Betty entra pela porta da cozinha combobcasaco de malha nos  ombros e um ar cansado mas feliz.

- Tive uma urgência, um assunto do trabalho, bem vou subir, Sasha lembra-te do que eu disse.

- Boa noite menino. - Brandon sai da cozinha e ela olha séria para mim - Há algum problema entre vocês?

- Não e o cinema foi bom?

- Respeito menina!

- Eu acho bem que você tenha alguém Betty.

- Eu digo o mesmo, afinal já não és uma menina Sasha, Brandon também é um homem em idade de casar e ter filhos.

- Não sei o porquê dessa conversa.

- Claro, bem vou para a cama.

Arrumo a cozinha, lavo os dentes e passo no escritório e no quarto para ver como ficou tudo, bem deixaram tudo limpo e arrumado, ótimo. Bato na porta do quarto de Brandon, não o quero a entrar no meu espaco e correr o risco de Betty apanhar-nos juntos. Ele não responde então decido entrar na mesma, ouço a água cair e decido ficar no quarto quieta mesmo que que estivesse louca por me juntar a ele. Sento na cama e espero por ele...

- Podemos ter uma conversa séria Sasha? - Vai ser difícil manter a conversa séria quando ele porta apenas calções mas vou tentar.

- Brandon eu não sou uma adolescente, tenho vinte e sete anos e sei como as coisas funcionam, dormimos juntos, ponto final.

- Eu assumo que já dormi com muitas mulheres mas nenhuma como tu, tenho trinta e cinco anos, uma carreira sólida, dinheiro e não tenho com quem partilhar tudo isso, tu não és simplesmente uma noite de sexo. Eu sou priveligiado por ser teu primeiro e quero ser também o único.

- Isso quer dizer o quê?

- Que te quero!

- Terás que te esforçar, preciso que proves não só a mim mas, também a ti que isto não passa de uma simples aventura. Eu não sou do tipo de brincar com os sentimentos principalmente porque são tão preciosos para mim.

- Um desafio? Eu aceito!

- Então boa noite Brandon.

- Boa noite Sasha.

Na verdade eu precisava de recuar um pouco, sentia desejo sim mas não era forte como paixão ou amor, o problema é que aquele homem é um amor e não quero magoa-lo. O domingo chegou e os Powell agradeceram bastante por ter protegido a casa dos dois assaltantes, o homem ferido acabou por morrer também o que no fundo foi bom para mim, não arranjei problemas com as autoridades, o Sr Tommy disse a polícia que foi um dos seus seguranças que os abateu em legítima defesa, mesmo assim como agradecimento recebo novos documentos e sou oficialmente Sasha Holland, o sobrenone de Olívia e Betty que fizeram questão de me 'adotar'.

A equipa de segurança vai ser reforçada e eu terei direito a uma arma para defender a casa, a Sra Powell não gostou da ideia mas entendeu os motivos e um mês passou a correr.

Oblívio - A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora