CAPITULO 16

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– Me diga que está de brincadeira! – grito, e me levanto batendo as minhas mãos sobre a mesa – Você disse que os protegeria!

– Maya, se acalme!

– Não, Luca! Eu pedi que você os protegesse, eu avisei que algo de ruim aconteceria, e você simplesmente deixou que uma atrocidade acontecesse? – meu tom de voz está alterado, meu coração está acelerado – A cada instante que passa, vocês estão me tirando um suspiro de vida.

– Maya, seu pai está bem! – ele diz – Por sorte, ele está bem!

– Como? — o encaro.

– Quando me ligou ontem, eu enviei alguns soldados para escoltarem seus pais até a Itália, por sorte, eles entraram no carro que acabava de ser alugado. Havia uma bomba instalada no carro, no carro que estava planejado para levá-los até o aeroporto, mas eles pegaram o carro errado – ele pausa – no caminho para o aeroporto houve a explosão do carro que os escoltava. Foi fatal. Todos morreram!

– Arebabaguandi! – digo, e me sinto tonta.

– Eles estão no avião, a caminho de casa!

Automaticamente eu o abracei, Luca se surpreendeu com a minha atitude mas não deixou de corresponder o meu abraço.

Eu sentia um alívio no peito ao saber que meus pais estavam bem, e ficava extremamente chateada por saber que tudo isso era culpa de Gabriela. Ela ajudaria a causar a morte dos meus pais.

– Você precisa me contar como soube que isso aconteceria.

Engoli seco e o encarei.

– Intuição! – murmuro, e ele me encara arqueando a sobrancelha.

– Eu sei que está mentindo, princesa. Mas não se preocupe, eu protegerei vocês, mesmo que custe a minha vida. Vou descobrir quem conspirou contra a sua família, e essa família pode se considerar morta. Ninguém mexe com a família da minha mulher!

Me calo, eu jamais seria sua mulher.

Um arrepio subiu em minha espinha, e eu encarei Gabriela que nos encarava. Eu não via medo em sua expressão, eu não via mais aquela menina assustada que me contou sobre os medos de sua família.

Logo após o acontecido, eu me sentei na sala e aguardava prontamente a chegada dos meus pais. Demoraria o tempo que fosse, eu estaria aqui esperando.

Notei que Gabriela de aproximava e então se sentou ao meu lado. Ela me encarava, eu sentia seu olhar em mim enquanto eu encarava a grande parede de vidro que estava a minha frente, observando a vista que ele dava para o jardim.

– Você está bem? – sussurrou, e eu apenas afirmei – Me desculpe, eu sei que foi culpa minha.

Eu a encarei com seriedade.

– Eles tentaram matar os meus pais! – digo perplexa.

– Eu sei! – ela sussurra, e abaixa o olhar encarando suas mãos – Eu deveria imaginar suas intenções, mas... Eu o amo, sabe?

– Nahin, Gabi! Eu jamais colocaria minha família em risco. Então eu não sei do que está falando.

– Maya, me perdoe!

– Esqueça isso, não deveria agir de forma tão inconsequente.

– Eu...– ela suspira – Me arrependo tanto.

Não a respondo, continuo encarando o jardim. Se passava tantas coisas em minha mente, que eu não sei, eu não consigo expressar nada.

– Seus pais vão embarcar as nove da noite! – diz Luca, e eu não me assusto com o aparecimento repentino.

– Thik! – digo, e me levanto seguindo rumo do caminho das escadas.

– Não se esqueça que daqui a pouco a organização do casamento estará aqui – diz Gabriela.

– Outra vez? – pergunto parando nos primeiros degraus da escada, e a encaro.

– Preparativos finais! Falta escolher o seu vestido – ela diz animada, e bate palmas.

– Algum catálogo? Quero que mamadi me ajude a escolher!

– Vou buscar e levo no seu quarto...– Gabriela se levanta prontamente.

– E eu vou trabalhar, tenham um ótimo dia! – diz Luca que apenas dá as costas, e caminha sem olhar para trás.

Eu o observo, seus passos sempre confiantes. Os ombros largos e marcados no terno, o deixava mais elegante. Ele era perfeito. Não havia nenhum defeito.

Exceto por ser louco.

Ele não é normal para mim.

Seria perfeito demais, eu o amaria demais. E eu acreditei demais em Luca, e o pior, acreditei em um futuro com ele.

Vou rapidamente para o meu quarto, e antes que eu pudesse me esconder encontro com Antoni, que me encarava.

– Você está bem? – pergunta, com a sua voz sempre rouca.

Apenas afirmo.

– Soube do que aconteceu...

– Foi trágico! – digo antes que finalize a frase – O que faz aqui?

– Estou investigando a Gabriela! – sussurra, e eu me assusto levando a mão até o peito.

– Como?

– A máfia, abriu uma investigação sobre Gabriela – engulo seco, e o encaro fingindo confusão.

– Mas... por que? – me faço de inocente.

Arebabaguandi.

Eu não quero me envolver nisso.

Mas no fundo, Gabriela é uma das minhas únicas amigas que um dia tive. Não sei se posso permitir que façam algo contra ela. Ela errou, mas quem nunca?

Ela não merece uma punição severa.

– Isso precisa ser mantido em segredo...– afirmo – Gabriela foi vista por um olho nosso, chegando em um motel com o chefe da máfia russa, isso é muito sério!

– Antoni...– tento o impedir de continuar.

Eu não quero saber mais nada.

– Isso é grave, Maya! É preciso entender a gravidade da situação.

– Tudo bem, Antoni. Eu entendo, vou aproveitar meus últimos momentos de paz antes da próxima reunião de casamento.

– Você vai mesmo prosseguir com essa vida? – questiona.

– Pegar, ou morrer! – digo rapidamente – Obrigada, namaste!

Rapidamente ele se aproxima para um abraço, e eu tenho a sensação de sentir algo sendo plugado nas costas do meu vestido. Uma escuta?

Entro rapidamente para o quarto, e corro para o espelho para tentar buscar algo nas minhas costas. Não era algo preto, era algo muito mais sofisticado que isso. Era quase imperceptível. Será que meu quarto está grampeado? Uma grande confusão me atinge, eu deveria alertar Gabriela?

Eu não quero que a façam mal, não sei se posso permitir que cometam tamanha atrocidade. Ela é filha, e irmã. Errou. Será que pode ser punida dessa forma?

Baguan Kelie.

Pego o telefone que estava no criado mudo, e por imaginar que até as paredes teriam ouvidos, eu liguei para Gabriela e pedi que ela trouxesse o catálogo dos vestidos e ela se prontificou.

Eu andava insistentemente de um lado para o outro. Um nervosismo me consumia a cada momento por uma tensão. Um medo. Eu não posso fazer parte disso.

Ao ouvir as batidas na porta do quarto, eu corri para atende-la.

Gabriela me sorriu, e seu sorriso desabrochou até me vez, a tensão emanava pelo meu rosto.

– Você...– a interrompo.

– Trouxe os catálogos? – pergunto, e começo a vasculhar cada canto do meu quarto.

Eu não aceito ser envolvida em uma situação, que não mudará nada. Eu não quero fazer parte da loucura que é ser dessa família realmente.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora