CAPITULO 43

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Antoni dirigia o carro rapidamente enquanto seguia ambulância pelas ruas de Milão. O medo que eu sentia não podia ser descrito. Maya havia se tornado tudo, a minha âncora nessa vida tão louca. Ela sabia controlar os meus desejos mais sombrios, e me fazia ter os pensamentos mais nobres em relação a vida. Ela havia me ensinado que a força de uma vida estava na calma, e na perseverança.

Já faziam mais que dez horas que Maya estava no centro cirúrgico, assim como Mahara e Deva. Bassan havia sido vítima fatal. Sakura havia atirado três vezes na cabeça. Antoni recebeu a notícia de que os avós de Maya estavam bem, e seus irmãos também haviam sofrido atentado, mas sobreviveram. Manu está em coma.

Era um dia trágico.

Eu não era uma pessoa cheia de fé, devoto ou doutrinado. Mas eu rezava para que tudo ficasse bem com a minha esposa. Eu juro. Eu a vi morrer.

Minha mãe estava no hospital assim como minhas irmãs e minha avó. Elas estavam a horas fazendo avaliações psicológicas. Minha mãe se sentou ao meu lado, e segurou a minha mão com força.

– Ela vai conseguir! – sussurrou com a voz embargada com o choro – A medicina está muito atualizada, e com muitos recursos.

– Mãe, como foi? – sussurro.

– Foi a coisa mais triste que eu já vi na vida, filho. A família não merecia isso. Foi horrível! Horrível. Que Deus tenha piedade da alma daquela menina.

– Eu quero mais é que ela queime no fogo no inferno! – digo com ódio.

Minha mãe não se posiciona. Ela havia devastado a família de Maya. Ela acordaria, e eu não sei o que esperar. Mas eu estaria ao seu lado.

– Deva Ebrahim...– chamou o médico, e todos se levantaram – Não foi uma cirurgia tão fácil, a bala estava alojada em uma área sensível, quase perfurou o pulmão, mas Deva se encontra bem. Já a levamos para o quarto. A situação está estável, ela está bem. Permanecerá em observação por algumas horas para ver como ela reagirá, já retiramos os sedativos e estamos esperando a reação.

– E Maya? Mahara? – rapidamente Antoni pergunta.

– A situação delas é bem mais complicada. Ambas levaram o tiro em uma área bem próxima ao coração...– ele pausa, e me encara – Volto com mais notícias em algumas horas.

Ele sai.

Eu suspiro.

E saio dali, indo em direção a cafeteria onde peço um café triplo. Nona me acompanhava em silêncio, e se sentou ao meu lado.

– Deva sobreviveu, ainda há esperança.

Apenas afirmo, e tomo um gole do café. Vejo Nona pedir um para me acompanhar. 

– Ela vai sair dessa, e vai precisar de ajuda para seguir com a vida! Sakura matou a mãe na sua frente, a cada grito que Maya dava naquele escritório...– ela pausa e fecha os olhos – Era um tiro que ela dava em alguém.

– Nona... Por favor! – peço.

Eu farei tudo que precisar para vê-la bem.

Não sabia exatamente quando tempo havia passado, eu estava sentado naquela cafeteria, perdido. Meu coração estava calejando, em alguns momentos eu não fui capaz de segurar as minhas lágrimas e chorava em desespero. Nona estava ali por mim.

– Lucca, o médico tem notícias da Maya!

Eu me levanto rapidamente, e sigo meu primo pelos corredores do hospital rapidamente. Meu coração se esmagava dentro do peito. Eu sentia falta de ar. E minhas pernas falhavam.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora